Em dezembro de 2020, Silvinei Vasques, então superintendente da Polícia Rodoviária Federal do Rio de Janeiro, firmou o primeiro contrato do governo federal com a Combat Armor Defense do Brasil, no valor de R$4,2 milhões, abrindo os cofres públicos para a fornecedora de blindados.
Um ano depois, quando Vasques assumiu a chefia geral da PRF, a Combat Armor Defense ganhou outros contratos milionários. Além do Rio, a empresa vendeu seus serviços para as superintendências das polícias rodoviárias de outros cinco estados.
Silvinei, agora aposentado após o fim do governo Bolsonaro, é também investigado por bloqueios ilegais em rodovias durante as eleições e por fazer campanha para Jair Bolsonaro. Já a sua relação com a Combat Armor Defense não se encerrou.
Maurício Junot, CEO da Combat Armor Defense, disse que o ex-chefe da PRF pediu emprego na empresa neste ano, acompanhado do ex-secretário executivo do Ministério da Justiça, Antonio Lorenzo — o número 2 de Anderson Torres durante o governo de Jair Bolsonaro.
A informação de Junot foi dada à Agência Pública quando questionado sobre a relação de Silvinei com a empresa de blindados. “Eles fizeram uma visita para mim lá (na sede da firma), deixando currículo, mas nenhum dos dois tem nenhum tipo de relacionamento comigo”, disse.
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Porém, funcionários da empresa consultados pela reportagem relataram que Silvinei Vasques teria prestado serviços para a Combat em janeiro, mas não teria permanecido “após a informação vazar”.
A Combat Armor também contratou no início deste ano os serviços de consultoria de Antonio Lorenzo, mas tentou esconder essa informação da reportagem.
A empresa é presidida pelo americano Daniel Beck, militante trumpista que participou das manifestações que culminaram na invasão do Congresso dos EUA. Ele e Maurício Junot têm trânsito junto à família Bolsonaro.