Bolivar Xerente é chefe de uma das brigadas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, do Ibama, que estão trabalhando em todo o Brasil.
Enquanto as chamas se alastram país afora, ele conta que a situação na Terra Indígena (TI) Xerente, onde vive, no Tocantins, está menos crítica do que em outros locais.
“Conseguimos reduzir o capim seco, que é o combustível. Quando a gente fez as queimas de baixa intensidade, conseguimos preservar.” - Bolívar Xerente
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Via instituto Socioambiental (ISA)
Quando utilizado de maneira controlada e monitorada, nos lugares e épocas certas, o fogo pode ser benéfico, como sabem há séculos os povos indígenas que aprenderam a manejá-lo de forma a preservar o ambiente onde vivem.
Por: Sofia Moutinho
"O conceito de Manejo Integrado do Fogo abrange tudo que é feito para proteger uma área contra incêndios florestais, desde a prevenção até o combate”. - Rodrigo Falleiro Analista Ambiental do Prevfogo/Ibama.
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Quando - Rodrigo Falleiro fala em prevenção, refere-se, por exemplo, a duas modalidades de queimas: as prescritas, feitas para fins de preservação ambiental ou pesquisa, e as controladas, realizadas para abrir roças e pastos – ambas executadas com planejamento, monitoramento e objetivos predefinidos.
Antes dessa abordagem, a política adotada pelo Ibama era a do “fogo zero”, que via o fogo como prejudicial em todas as circunstâncias e tinha como objetivo evitá-lo a qualquer custo. No entanto, com o passar dos anos, pesquisadores perceberam que alguns ecossistemas – sobretudo nos biomas Cerrado e Pantanal – são, na verdade, dependentes do fogo.
Foto de Takumã Kuikuro/2020
Em 2007, o Ibama promoveu a primeira experiência de resgate de conhecimentos sobre o uso do fogo com um povo indígena do Cerrado, os Paresi, do Mato Grosso – o levantamento se deu sobretudo com o objetivo de analisar os efeitos do fogo sobre os animais e as plantas frutíferas.
O levantamento, feito com base em imagens de satélite, indica ainda que nos dois locais as queimas prescritas “efetivamente reduziram a ocorrência de grandes incêndios florestais, o número de grandes e médias cicatrizes na vegetação, a intensidade do fogo e emissões de gases de efeito estufa”.
Foto: José Antonio Barros Seixas/ Prevfogo-Alagoas
Foto: Denisa Starbova