O Pará tem a pior educação do Brasil? Helder Barbalho exagerou durante o lançamento de sua candidatura

O candidato desconsiderou indicador em que o Pará está entre os melhores do Brasil

educação

Moisés Sarraf, Ercilia Wanzeler, Guilherme Guerreiro Neto
3 minutos

“[Na] Educação… somos o pior do Brasil.” – Helder Barbalho (MDB), durante a convenção estadual do partido.

Na convenção que oficializou sua candidatura, no dia 4 de agosto, Helder Barbalho (MDB) disse que o Pará é o pior do Brasil no quesito educação. Apesar de o estado ter péssimos indicadores educacionais, em algumas avaliações a situação do Pará não é a pior do país e, quando avaliada a remuneração média do professor, o estado tem o segundo melhor salário.

Por isso, o Truco nos Estados – projeto de fact-checking da Agência Pública que, no Pará, é realizado com o portal Outros400 – considerou a declaração exagerada. Procurada, a assessoria de imprensa do candidato não respondeu até o fechamento do texto.

Durante a convenção estadual do MDB, Helder Barbalho oficializado como candidato a governador do Pará

O Censo Escolar, organizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), contempla o número de matrículas, de escolas e de docentes, além de características como equipamentos, infraestrutura, porte, localização, espaços de aprendizagem, dependência administrativa e etapas de ensino.

Em 2015, o Censo apontou que o Pará tem a mais alta taxa de evasão em todas as etapas do ensino, chegando a 16% no ensino médio. A média nacional é de 11,2%, segundo estudo do Inep.

Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mostram que, nos anos finais da rede estadual, o Pará melhorou sua performance mas não atingiu a meta estabelecida pelo Inep. O Ideb é calculado a partir de dois componentes: a taxa de rendimento escolar e as médias de desempenho nos exames aplicados pelo Inep.

A pontuação foi de 3,2, ficando abaixo da meta de 4,4. Porém, o estado do Sergipe teve avaliação pior, alcançando apenas 2,9 de pontuação, com meta de 4,1.

Indicadores educacionais

Sobre a qualidade de ensino nos estados, o Inep publica os indicadores educacionais – valores estatísticos sobre a educação acompanhados dos contextos econômicos e sociais em que as escolas brasileiras estão inseridas. Esses dados são utilizados para subsidiar a criação de políticas públicas em educação.

Um deles é a taxa de abandono, que inclui o ensino fundamental e ensino médio. Nesse levantamento, o Pará tem a quarta maior taxa, com o índice 4, perdendo apenas para Bahia (4,1), Paraíba (4,5) e Alagoas (4,6). O melhor colocado nesse levantamento é Santa Catarina, com a nota 0,4.

Na taxa de reprovação, o estado ocupa a mesma posição (a quarta pior), desta vez com índice 12,3. Está à frente apenas dos estados de Rio Grande do Norte (13,2), Bahia (14) e Sergipe (16,9). Nesse indicador, o primeiro lugar, com a menor taxa de reprovação, fica com São Paulo (3,7).

Por outro lado, quando é avaliada a remuneração média dos docentes em exercício na educação básica, o Pará ocupa a segunda melhor posição, com salário médio de R$ 4.130,60, atrás apenas do Distrito Federal, que tem uma média de R$ 7.077,73 por professor. Nesse levantamento, que considera apenas a rede pública e não dispõe de dados do Rio de Janeiro, o estado com a pior remuneração é a Paraíba, com a média de R$ 2.142,67 por profissional.

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