Não é bem assim, Lóssio. Mulheres só foram maioria em 8,3% da sua gestão

Verificamos que, dos 96 meses (oito anos) em que o candidato da Rede esteve à frente do município de Petrolina, só os oito meses finais tiveram mais da metade das secretarias com comando feminino

Sabatina do Programa Fora da Curva Gestão pública

Helena Dias
2 minutos

“Nós teremos metade das nossas secretárias mulheres (…) Eu fiz isso quando prefeito (Petrolina)” – Julio Lóssio em entrevista ao programa Fora da Curva, da Rádio Universitária, no dia 12 de setembro

Ao debater gestão pública durante sabatina no programa Fora da Curva, o candidato ao governo do estado pela Rede, Julio Lóssio, declarou que metade do seu secretariado seria composto por mulheres, caso eleito. Para embasar a promessa, Lóssio afirmou que na sua gestão como prefeito de Petrolina (2009-2016), havia tomado a mesma medida administrativa relacionada à paridade de gênero. O Truco nos Estados – projeto de fact-checking da Agência Pública feito em Pernambuco, em parceria com a Marco Zero Conteúdo checou a frase do postulante e atribuiu o selo “Sem contexto”.

Os nomes dos secretários e secretárias de governo foram pesquisados no Diário Oficial e documentos da prefeitura de Petrolina. A busca mostrou que, dos 96 meses (oito anos) em que Lóssio esteve à frente do município, só os oito meses finais tiveram mais da metade das secretarias geridas por mulheres. Esse período representa apenas 8,3% do tempo total da gestão.

No começo, só uma mulher

Na escolha dos secretários do primeiro mandato, em 2009, apenas uma mulher – Teresa Carvalho na pasta de Ação Social – comandou uma das sete secretarias disponíveis. No segundo mandato, iniciado em 2014, o secretariado cresceu para nove pastas, com duas sendo geridas por mulheres. Mesmo com as nomeações de Lúcia Giesta (Saúde) e Célia Regina (Cidadania), o primeiro escalão de Petrolina passou a ter pouco mais de 20% de participação feminina.

Em abril de 2016, Lóssio exonerou quatro secretários e duas secretárias de governo por conta das eleições municipais daquele ano. Para as vagas, seis mulheres foram nomeadas: Denise Gurgel (Governo), Mara Golçalves (Saúde), Gilmária Lacerda (Educação), Adinair Viana (Cidadania), Rosimári Ferreira (Cidade) e Angelina Bernardo (Finanças). Só então, a prefeitura de Petrolina teve mais da metade (seis de nove) de seu secretariado composto por mulheres. Foi justamente o espaço de tempo que o candidato recortou ao declarar que 50% do secretariado havia sido feminino.

Candidato responde

Em resposta ao selo atribuído na checagem, Julio Lóssio emitiu a seguinte declaração por meio da sua assessoria de imprensa: “A vida é aprendizado e eu fui aprendendo durante a minha gestão. Tínhamos muito mais que dez secretarias, mas fizemos um estudo e percebemos que dez são suficientes. Durante um importante período da nossa gestão, nós tivemos a maioria de secretárias mulheres, inclusive, uma secretária de infraestrutura, que é muito raro. Por isso, estamos assumindo esse compromisso de termos metade de nossas secretarias, que serão dez, lideradas por mulheres.”

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