Por Bruno Nomura

1.700 estudantes trans já adotam o nome social no ensino básico, mas preconceito e agressões, dentro e fora de sala de aula, dificultam quebra do ciclo de exclusão

Frequentar a escola era um pesadelo para Amora, de 10 anos. Ser chamada por um nome que não reconhecia, usar um banheiro que não era o seu e receber olhares tortos de colegas interferia no seu aprendizado.

"Com seu nome social, ela está muito mais feliz", diz a mãe. A dificuldade de mandar a filha para a escola só mudou quando ela passou a ser reconhecida com o gênero com o qual se identifica.

– Fernanda Ribeiro, Profª de Arte.

 “O sistema educacional é totalmente excludente com pessoas trans porque é binário, um reforço de comportamentos que são divididos entre masculinos e femininos. Quando ultrapassamos esse limite, automaticamente somos excluídas do pilar principal de sustentação de um ser humano, que é a família.”

Lara, de 17 anos, sofre quando os professores a chamam pelo nome de registro.

as escolas continuam sendo um ambiente de violências para travestis e transexuais.

Se, por um lado, a conquista do direito ao nome social é um marco importante para essa população, por outro,

Ative o som!

Ative o som!

“A gente quer ocupar um espaço onde a gente consegue se ver, se identificar, ter uma referência. O fato de não reconhecer a diversidade e não incluí-la como uma peça-chave dessa construção escolar significa negar sua existência, até que o próprio indivíduo se retire. E aí depois dizem que saiu porque quis.”

– Fernanda Ribeiro, Profª de Artes

“”

O dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), relatório anual que reúne informações sobre a violência praticada contra essa população, traça um ciclo comum de exclusões que vão culminar no Brasil como país líder mundial de assassinatos motivados pela transfobia.