Na última década, a Pública tem investigado a realidade de quem vive com insegurança alimentar no Brasil, e ela tem cor e gênero.

Fonte:  2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19

A FOME ATINGE 33,1 MILHÕES DE PESSOAS

14 milhões a mais que em 2020.

A insegurança alimentar é mais grave em famílias sustentadas por alguém do gênero feminino, ou de raça/cor da pele autodeclarada preta/parda ou com menor escolaridade. Nessas famílias, as mulheres são sempre as últimas a comer.

Em entrevista à Pública em 2018, o economista Francisco Menezes já havia alertado que os números de pobreza sugeriam que o Brasil voltaria ao Mapa da Fome da ONU e que “a extrema pobreza voltou aos níveis de 12 anos atrás”.

Além de tudo, o desespero da fome leva ao furto de alimentos. Em 2019, revelamos que os furtos famélicos poderiam ser facilmente absolvidos, mas chegam ao mais alto grau do Judiciário e são tratados com crueldade.

Os relatos de flagrantes forjados, abusos e violência por seguranças de supermercados também são comuns. Em 2009, o pedreiro Ademir Peraro foi torturado e assassinado por seguranças de uma unidade do Dia, em São Carlos, após furtar coxinhas e pães de queijo.

Mostramos que outro problema que atinge milhões de pessoas é a fome oculta,  um mal a longo prazo que tende a se manifestar como problemas de saúde, e não como um estômago roncando.

Quer ficar por dentro das nossas investigações?