Em 2018, informações nas redes sociais foram decisivas para uma parte do eleitorado brasileiro escolher em quem votar: segundo pesquisa do Instituto DataSenado, cerca de 45% dos entrevistados decidiram seu voto considerando o que viram em alguma rede.

Antonio Augusto/ Ascom TSE

De acordo com o levantamento, 79% usaram o WhatsApp como uma de suas principais fontes de informação.

Agora, em 2022, acionados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aplicativos de vídeo e mensagem esboçam estratégias para lidar com a desinformação nas suas plataformas. Contudo, segundo levantamento da Agência Pública, o plano apresentado ao tribunal consiste em criar canais oficiais com informações sobre as eleições e identificar perfis e postagens de candidatos.

Antonio Augusto/ Ascom TSE

Algumas plataformas, como o Telegram, não deixaram claro se tomarão medidas como banimento ou bloqueio de contas e perfis que compartilhem conteúdos falsos ou enganosos sobre o processo eleitoral.

A principal ação anunciada pelo WhatsApp é o ChatBot, um assistente virtual criado em 2020 que troca mensagens com eleitores — segundo a plataforma, foram 20 milhões de mensagens com quase 1 milhão de usuários durante o período eleitoral de 2020. Para 2022, o WhatsApp prometeu atualizações que devem permitir que os eleitores interajam com o TSE para receber informações sobre o processo eleitoral.

Até o final de maio, o Telegram se comprometeu a criar um canal para comunicações extrajudiciais, para que o TSE denuncie conteúdos relacionados ao processo eleitoral que transmitam desinformações graves. O acordo só foi selado porque o Telegram aceitou fazer parte do programa do TSE em maio, após ter recusado o primeiro convite.

As redes sociais da Meta — o Facebook e o Instagram —  prometeram aplicar um rótulo eleitoral em conteúdos compartilhados sobre as eleições, que direcionará os usuários para informações oficiais. O Facebook prometeu disponibilizar para o TSE a ferramenta Megafone, uma parte do feed de notícias na qual o tribunal poderá divulgar notícias.

Já o Twitter prometeu protocolos para esclarecer sobre as eleições, com informações e mensagens fornecidas pelo TSE. A plataforma anunciou que irá colocar etiquetas de identificação de candidatos e candidatas para mostrar a qual cargo cada um está concorrendo.

Por sua vez, o Google prometeu ativar uma seleção editorial e dar destaque ao que chamou de “aplicativos com conteúdo cívico” na Google Play Store durante o período eleitoral — o que incluiria aplicativos do TSE. O Google afirmou que vai permitir que os usuários tenham acesso a fontes confiáveis acerca do processo eleitoral, citando as iniciativas do TSE como exemplo.

O YouTube também afirmou que  não serão permitidos conteúdos “que tenham o objetivo de enganar eleitores, veicular informações falsas sobre candidatos, ferir a integridade das eleições e incitar o público a impedir ou atrapalhar quem está tentando votar”.

Entre as principais ações do TikTok e o Kwai, aplicativos de mídia para criar e compartilhar vídeos curtos, usados principalmente por jovens, estão na criação de uma página de informações sobre as eleições de 2022, o apoio à transmissão ao vivo de eventos realizados pelo TSE, a realização de eventos que forneçam informações sobre as eleições e auxílio na divulgação de conteúdos de serviços ao eleitor.

Todos os acordos do TSE com as grandes plataformas de redes sociais são parte do Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação da Justiça Eleitoral, criado em 2019 pelo TSE, com foco inicial nas eleições de 2020. O programa tornou-se permanente em agosto de 2021. Os acordos foram firmados em fevereiro e vão até 31 de dezembro de 2022.

Foto: Reprodução TSE

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