Entre janeiro e setembro de 2021, 840 armas de fogo de caçadores, atiradores e colecionadores foram roubadas ou extraviadas no Brasil. O número representa cerca de três armas perdidas por dia.

imagem meramente ilustrativa

Os dados, obtidos pela Agência Pública junto ao Comando do Exército via Lei de Acesso à Informação, revelam que o total de armas “perdidas” até setembro de 2021 superou o de todo o ano de 2020 e o de 2019.

O aumento no número de armas perdidas ocorre junto à alteração dos mecanismos de controle, como o rastreamento, marcação e identificação.

Em abril de 2020, Bolsonaro revogou três portarias do Comando Logístico do Exército (Colog) que tratavam, dentre outros, da identificação e marcação das armas e munições fabricadas no país exportadas ou importadas.

Na época, o filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) comemorou a revogação, chamando o pai de 1º “presidente não desarmamentista”.

O Brasil registrou uma explosão de registros de CACs no país com o governo Bolsonaro.  Em 2020, houve um recorde de certificados concedidos: mais de 100 mil, um aumento de mais de 40% em relação ao ano anterior — que já havia marcado um recorde histórico.

Antes de Bolsonaro, a média de certificados de CAC concedidos por ano era de cerca de 15 mil. Em 2019 e 2020, essa média ficou em 89 mil. Somente até abril de 2021, foram realizados mais de 48 mil registros, o que levou o total de CACs para mais de 362 mil no país.

A maior parte das armas registradas por CACs estão nas mãos de civis: militares têm pouco mais de 6,8 mil.