Durante o governo de Jair Bolsonaro, a dívida das igrejas com a União dobrou. Dos atuais R$ 2,15 bilhões de débitos tributários, mais da metade foi inscrita na dívida ativa da União entre os anos de 2019 e 2022.

Entre as maiores devedoras estão congregações lideradas por aliados próximos de Bolsonaro, como a Igreja Evangélica Mundial do Poder de Deus e a Internacional da Graça de Deus. Ambas mantêm canais de televisão e empresas de mídia.

De acordo com levantamento do portal Uol , a Igreja Mundial do Poder de Deus foi condenada pelo menos 15 vezes pela Justiça de São Paulo, entre maio e junho de 2022, por dívidas com proprietários de imóveis.

Convenções da Assembleia de Deus – maior denominação evangélica do país – também estão entre as devedoras. A convenção de São Paulo tem R$ 15,8 milhões em dívidas e o Ministério de Madureira, R$ 15,5 milhões.

No Brasil, as igrejas e templos religiosos gozam de imunidade tributária. Essa é uma garantia constitucional para proteger a liberdade religiosa, mas elas estão sujeitas a alguns tributos, como contribuições dos funcionários.

O ex-presidente Jair Bolsonaro vetou um dispositivo que isentava por completo as igrejas da contribuição. Ele publicou em suas redes sociais que a decisão do teria sido tomada para evitar “um quase certo processo de impeachment” e que considera as multas “absurdas”.

Daniel Menezes, Coordenador da Carreira de Procuradores da Fazenda junto à ANAFE, diz que “foi permitido que mesmo as igrejas que se comportam como verdadeiras empresas sejam imunes à contribuição”.

O sociólogo Rafael Rodrigues da Costa avalia que os acenos aos interesses econômicos das igrejas podem ser uma via de distensionamento das relações com os evangélicos no terceiro governo de Lula (PT). Muitos líderes, como foi o caso do Edir Macedo, já mudaram o tom, falaram em ‘perdoar o Lula’.

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