A maior feira de armamento da América Latina, a LAAD 2023, aconteceu entre 11 e 14 de abril, na Barra da Tijuca. A cerimônia de abertura do evento teve discurso do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, e participação do governador do Rio, Cláudio Castro.

“Estamos trazendo pro Brasil o mesmo carro usado pelas forças israelenses”, explica orgulhoso o diretor de tecnologia da empresa brasileira Quartzo Defense. A imagem exposta afirma que é o “material mais do que testado em conflito urbano”.

O objetivo deles é fornecer novos carros para as polícias e as Forças Armadas realizarem operações em favelas com “mais segurança”.

Foto: Agência Brasil

Um oficial do Exército que observava o veículo explicou à Agência Pública que, numa operação em favelas, esse é o tipo de carro que entra logo após o “caveirão abrir as ruas”.

Foto: Agência Brasil

Novas munições letais e não letais, veículos blindados para invasão de favelas, tecnologias de reconhecimento facial para as polícias. Empresas presentes no evento buscavam conquistar forças de segurança pública com produtos focados no conflito ou guerra urbana, como chamam.

Uma das empresas presentes nos pavilhões do Riocentro era a Combat Armor Defense do Brasil - que teve um crescimento exponencial  e controverso durante o governo de Jair Bolsonaro.

Reportagens da Pública revelaram que o capital social da Combat saltou de R$ 1 milhão para mais de R$ 13 milhões em menos de dois anos, impulsionado por acordos milionários com o poder público.

No campo das armas menos letais, ou, como é chamado no Brasil, as “não letais”, a gigante nacional Condor apresentou novos produtos que deverão servir para repressão a manifestações: armamento “smart” e drones.

No evento, a ideia de que o Brasil segue mais violento era repercutida. Contudo, a afirmação não conflui com as análises de pesquisadores da área.

“É uma tendência nacional, por exemplo, no caso dos homicídios que vêm caindo desde 2017. Por outro lado, o que percebemos — e que é preocupante — é que a letalidade policial tem aumentado já desde 2014”, explica o sociólogo Daniel Hirata.

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