138 milhões de reais em multas e milhares de hectares de floresta destruídos ilegalmente. É esse o passivo ambiental que apenas seis infratores acumularam desde 2008. Todos eles constam na lista de visitantes do Palácio da Alvorada durante o mandato de Bolsonaro.

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Há multas por desmatamento que chegam a até 10 mil hectares, além de autuações por descumprimento de embargos, incêndio e funcionamento de atividade poluidora sem licença ambiental.

Todas as autuações foram aplicadas em municípios da Amazônia Legal.

Entre os infratores há nomes conhecidos, como o de Jassonio Costa Leite, definido pelo Ibama como “chefe do esquema criminoso” de grilagem de terras indígenas na Amazônia.

Em 2020, Jassonio pediu a ajuda de políticos diante da megaoperação do Ibama de combate ao desmatamento na Amazônia Legal. No mesmo ano, as investigações do instituto já o apontavam como líder de invasões de terras indígenas.

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Consta também na lista de visitantes o ex-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja, Antônio Galvan, acusado de dematamento ilegal, plantio clandestino de grãos e tentativa de invasão de terra.

Desde a visita, a ficha e a fama de Galvan aumentaram exponencialmente. Em agosto de 2021, o sojeiro protagonizou uma cena bastante repercutida entre bolsonaristas, quando foi “escoltado” por uma carreata de tratores no trajeto até a sede da Polícia Federal no Mato Grosso.

Investigado sobre a participação em atos antidemocráticos, Galvan se voluntariou a depor antes mesmo de ser convocado oficialmente. Foi apontado como um dos financiadores dos atos de 7 de setembro de 2021.

O mais recente infrator a visitar a Alvorada foi o político e empresário Valmir Queiroz Mariano, ex-prefeito de Parauapebas (PA), que apontou fraude nas urnas em suas redes.

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Além de ser multado pelo Ibama por destruir mais de 136 hectares de floresta nativa no Pará, o ex-prefeito acumula processos trabalhistas e é suspeito de ter recebido R$ 1 milhão de ‘caixa 2’ da Odebrecht em 2012.

Como o ex-presidente tinha o hábito de receber apoiadores no “cercadinho”, não é possível saber se os autuados efetivamente entraram no Palácio ou se apenas ficaram na região em que Bolsonaro interagia com seus eleitores. A Pública procurou todos os citados, que não responderam aos questionamentos.

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