Diego Ferreira, de 25 anos, estava saindo de um posto de gasolina, dirigindo uma moto a um quarteirão de casa, na noite do dia 12 de maio de 2018, quando foi morto pelo soldado Vinícius de Almeida Castro, do 15º Regimento de Cavalaria Mecanizado do Exército.

Enquanto fazia sentinela diante da entrada da Vila Militar, o soldado e outro militar deram ordem para ele parar, mas Diego seguiu com sua moto. O tiro entrou na parte superior do tórax esquerdo e se alojou na região lombar. O jovem morreu antes de ser atendido pelo Samu.

Segundo os militares que deram depoimento – a família não foi ouvida –, Diego teria tentado atropelar os soldados fortemente armados, mesmo que ele estivesse desarmado, de chinelos, e a 700 metros da sua casa.

O inquérito foi arquivado na Justiça Militar, e o soldado e seus comandantes nunca foram investigados. O episódio ocorreu durante a Intervenção Federal no Rio de Janeiro em 2018, cujo interventor era o general Walter Braga Netto.

Agora, a Justiça Federal isenta novamente o Exército pela morte de Diego. Um pedindo indenização para os avós e a mãe de Diego foi julgado improcedente pelo juiz do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

O defensor analisou os vídeos descritos pelo juiz e diz que não houve intenção de atropelar o soldado. “Ele não busca matar ninguém. A própria perícia do Exército fala que ele estava na velocidade de uma bicicleta”, diz.

Não seria a primeira vez que a União teria que pagar uma indenização a uma vítima de militares do Exército. Em agosto de 2018, a Justiça deu ganho de causa a Vitor Santiago, morador da Maré que ficou paraplégico após receber tiros de fuzil de soldados durante uma operação.

Na Justiça Militar, assim como no caso de Diego, o dano a Vitor nunca foi punido. O tribunal militar determinou que o soldado que atirou nele agiu por “legítima defesa imaginária” e absolveu-o.

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