Na década passada (2011-2020), 75% dos municípios da Amazônia Legal foram afetados pela violência e injustiça fundiária. Isso representa 10% dos municípios brasileiros.

Foram mais de 7 mil conflitos registrados, 100 mil famílias afetadas, mais de 2 mil vítimas e mais de 300 assassinatos. Os dados são apresentados no Mapa dos Conflitos, feito pela Agência Pública em parceria com a Comissão Pastoral da Terra (CPT).

A partir das informações coletadas e trazidas ao público anualmente nos relatórios de Conflitos no Campo Brasil, da CPT, o Mapa faz uma análise inédita de dados, investigando as ocorrências de conflitos no campo na Amazônia Legal na última década (2011-2020).

São chamadas de conflitos no campo as ações de resistência e enfrentamento que ocorrem em diferentes contextos sociais no âmbito rural, envolvendo a luta pela terra, água e direitos e pelos meios de trabalho ou produção.

Esses conflitos se dão entre classes sociais, entre os trabalhadores ou por causa da ausência ou da má gestão de políticas públicas.

No mapa, é possível descobrir como os conflitos no campo se relacionam com outras 7 questões:

O Mapa mostra que na cidade de Porto Velho, três índices têm caminhado juntos e com valores elevados: conflitos, desmatamento e queimadas.

Em nove dos dez anos analisados, a quantidade de conflitos no município esteve na maior faixa, em comparação a todos os demais municípios da Amazônia Legal. Coincidentemente, nesses nove anos, Porto Velho registrou também o patamar mais alto de avanço do desmatamento, considerando sua área.

A ferramenta da Pública e da CPT permite analisar a situação dos conflitos e de outros índices em cada cidade dos nove estados da Amazônia Legal.

O Mapa dos Conflitos faz parte do especial “Amazônia sem lei”, que investiga a violência relacionada à regularização fundiária, à demarcação de terras e à reforma agrária na Amazônia Legal e no Cerrado.