Mulheres negras aumentaram presença nos 10 cursos mais concorridos do Prouni (Programa Universidade para Todos), programa que oferece bolsas em universidades privadas

Ao longo de 14 anos, a presença delas em programas como Pedagogia, Direito e Medicina mais do que dobrou, segundo levantamento inédito feito pela Gênero e Número e Agência Pública.

Em números absolutos, as bolsas de prounistas negras nesses cursos mais do que dobraram de volume, passando de 15.340 em 2006 para 31.868 matrículas, um percentual de 108%.

Priscila Cristina Evangelista, de Guarulhos, formou-se em pedagogia, o 1º da lista dos cursos mais disputados, com bolsa de 100%. Ninguém da sua família tinha curso universitário. “Foi essa oportunidade que abriu as portas da universidade para mim e minha família”

A participação de nordestinas e nortistas negras no Prouni também aumentou. Houve um crescimento de 233% no acesso a bolsas por mulheres negras do Norte e de 216% no Nordeste, que concentra a maior população autodeclarada negra do país, de acordo com a PNAD Contínua do IBGE.

Raíssa Santos, de Recife (PE), é doutoranda em comunicação na UFPE. Em 2007, cursou jornalismo com 100% de bolsa do Prouni, sendo uma das duas únicas pessoas negras em uma turma de 60 alunos.

Mesmo dentro das universidades, mulheres negras ainda enfrentam muitos desafios para garantir sua permanência e conclusão dos cursos. No âmbito do ensino superior, as desigualdades sociais, econômicas e raciais se tornam ainda mais evidentes.

Bolsas sem apoio de programas de permanência aumentam a evasão escolar. Em 2021, instituições privadas tiveram 38,8% de desistência, perdendo 2,19 milhões de estudantes, segundo Censos da Educação Superior do MEC.

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