Nascido em Duque de Caxias e criado em Belford Roxo, municípios do Rio de Janeiro, Carlos Roberto Medeiros Teixeira esteve preso na Cadeia Pública José Frederico Marques.

Ele foi acusado por crime de tráfico de drogas praticado em 2002 na cidade de Vila Velha, no Espírito Santo. Segundo familiares ouvidos pela Agência Pública, ele nunca saiu do estado do Rio de Janeiro na vida.

conta Gisleide Carvalho, casada com Roberto há 22 anos.

O crime pelo qual Carlos é acusado aconteceu há 20 anos. De acordo com o processo, policiais civis de Vila Velha receberam uma denúncia anônima de que um homem com o mesmo nome do pedreiro “estaria realizando tráfico de ilícitos de entorpecentes”.

Segundo o relato dos policiais, o acusado não estava na residência. Os agentes foram recebidos por Margareth Bueque Marques Ferreira, costureira que alegou ser companheira de Roberto havia aproximadamente um ano.

Os agentes fizeram buscas no imóvel encontraram dez papelotes de cocaína, 15 gramas de maconha e duas pedras de crack. De acordo com Bueque, parte da droga era para o próprio consumo e a outra cota para comercialização.

O promotor Gilberto Morelli Lima pediu a prisão preventiva de Carlos, baseada no artigo 312 do Código de Processo Penal. No pedido acrescentou que “o denunciado atualmente encontra-se em lugar incerto e não sabido”.

Como Carlos não foi encontrado na residência onde foram apreendidas as drogas, iniciou-se uma busca por seu paradeiro. Após duas décadas de tramitação na Justiça, o juiz Flávio Jabour Moulin entendeu que ainda havia motivos para manter o pedido de prisão.

Assim, em 29 de maio deste ano, Carlos Roberto foi detido quando encerrava o expediente na obra que trabalhava como pedreiro, no bairro Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro.

Os familiares mostraram à reportagem uma prova de que ele era pedreiro e trabalhava regularmente no Rio de Janeiro no ano do suposto crime - como está registrado em sua carteira de trabalho.

Os familiares de Carlos não vêem motivos para o nome dele estar envolvido na história e dizem que a prisão foi injusta. A esposa conta que em duas décadas ele nunca foi procurado para prestar qualquer depoimento.

Dias após a publicação da reportagem da Pública, a justiça revogou a prisão do pedreiro. Carlos não foi inocentado da acusação e continuará respondendo o processo em liberdade.

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