O podcast conta no detalhe a história de inocentes que foram encarcerados e revela, ao longo dos episódios, problemas estruturais de injustiça no Brasil.

Em Até que se prove o contrário você conhece a luta dos familiares para conduzirem investigações por conta própria, ouvir relatos de pessoas que sofreram impactos físicos e psicológicos, e buscar respostas para perguntas cruciais

Começamos contando a história de quatro jovens, presos injustamente depois que a vítima os reconheceu incorretamente. Através dela, a equipe do podcast investiga falhas no processo de reconhecimento e o que memórias falsas e estereótipos têm a ver com isso.

Quanto vale uma palavra contra provas e evidências? No sistema judiciário brasileiro, o depoimento do policial costuma definir condenações mesmo quando as provas atestam a inocência dos acusados.

Isso se chama "fé pública", uma presunção de que a palavra de um policial é a verdade. No segundo episódio, é apresentada a história de quatro jovens que foram presos só com base na palavra dos policiais, embora a própria vítima negasse a culpa dos acusados.

É investigado como a mídia influencia a construção de um imaginário social que condena previamente jovens pretos e periféricos.

A maioria dos casos de injustiça ocorrem contra pessoas pretas e pardas. Os casos são inúmeros, e afetam não apenas homens, mas também jovens mulheres negras. Foi o que aconteceu com Babiy Querino, acusada e presa por causa de um reconhecimento com base no seu cabelo.

Constantes nos casos de injustiça, os problemas do aparato policial no Brasil recebem pouca ou nenhuma atenção. São poucas as iniciativas para investigar e aprimorar os procedimentos policiais. Assim, no penúltimo episódio, nossos repórteres investigam como o sistema judiciário e a sociedade acabam sendo coniventes com os problemas da polícia brasileira.

Quando há uma prisão injusta, muitas vezes os próprios familiares tomam para si a tarefa de investigar o que ocorreu - e é através dessa investigação paralela que alguns condenados acabam soltos. Porém, até isso ocorrer, os danos psicológicos, físicos e financeiros já aconteceram.

Ao longo de mais de um ano, aconteceram encontros e conversas com pessoas que convivem com a injustiça: ex-detentos, especialistas, juristas e pesquisadores.

O resultado é um entrelaçamento de histórias urgentes e temas necessários sobre este que é um dos maiores problemas do Brasil atual.