"Cientistas na Linha de Frente'' é um podcast investigativo da Agência Pública sobre cientistas ameaçados. A série conta a história de seis pesquisadores brasileiros que foram perseguidos por fazerem seu trabalho.
O infectologista Marcus Lacerda passou a ser escoltado pela Polícia Militar devido a uma série de ameaças contra ele e sua família. As perseguições se deram por causa de suas pesquisas sobre a eficácia da cloroquina em pacientes com covid-19.
Ex-diretor do INPE, Ricardo Galvão teve seu telefone grampeado por causa de dados que mostram o alto índice de desmatamento na Amazônia. Galvão teve um embate direto com Bolsonaro e foi demitido.
Funcionários do Ibama alegam viver sob um regime de medo e contam que aqueles que prezam pela ciência e a proteção do meio ambiente enfrentam remoções e assédios constantes do governo Bolsonaro.
O servidor do Ibama José Morelli, foi alvo de Bolsonaro por anos. O motivo foi uma multa aplicada pelo analista ao então deputado por pesca irregular em Angra dos Reis (RJ). “Sofri várias ameaças dele. Logo depois, deixei de ser chefe da unidade.”
Imagine ter que sair às pressas do Brasil, deixar para trás a sua família, o seu emprego e tudo que você conhece, sem saber quando
você vai poder voltar. Foi o que aconteceu com a antropóloga Debora Diniz.
Diniz é reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho e por sua luta pela descriminalização do aborto na América Latina e é fundadora do Instituto Anis, mas deixou o Brasil quando as ameaças de grupos conservadores se tornaram cada vez piores.
Intimidada por políticos e pela Associação Brasileira de Proteína Animal, a pesquisadora Larissa Bombardi, professora da Universidade de São Paulo (USP), teve que sair do país para publicar seus estudos relacionados aos impactos do uso de agrotóxicos na saúde humana e no meio ambiente.
Alguns são obrigados a andar com escolta armada e sair do país para se proteger. Mas todos têm algo em comum:
estão dispostos a colocar a própria
vida em risco para defender a ciência.