Os indígenas Guajajara são alvo de madeireiros e pistoleiros há décadas, mas, pela primeira vez, três desses crimes podem ser julgados.

Adriano Guajajara viveu os últimos 104 anos da epopeia dos Tenetehar, que há milhares de anos habitam a região em torno da bacia do Pindaré, no Maranhão, e lutam por seu território.

Entre projetos da mineradora Vale, construção de estradas, invasões de fazendeiros, madeireiros, traficantes e outros episódios, seu Adriano testemunhou essa história de violência desde a infância.

O ancião diz que a terra deveria ter sido demarcada antes da destruição atual:  “não teve governo com compaixão de nós. Hoje nós estamos aqui arrodeados de fazendeiros e madeireiros”.

Traficantes e madeireiros aumentaram a presença dentro das TIs na década de 1980, quando acabou o programa de indenização da Vale pelos danos causados na instalação do complexo minerário.

Filho de seu Adriano, Olímpio é um dos guardiões da floresta.  “Vivo chorando por ele. Tá lutando por criaturinha desse tamanho, tá na inocência”,  diz apontando para o neto Rahony, no colo do pai.

Os Guardiões da Floresta de Araribóia são um grupo de vigilância composto por cerca de 90 indígenas. O grupo se tornou conhecido pela proteção da floresta amazônica remanescente.

A associação atua também na denúncia de crimes ambientais às autoridades e no acompanhamento dos assassinatos que têm os guardiões e outras lideranças como vítimas.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) contabilizou 48 mortes violentas de Tenetehara nos últimos dez anos. Seis guardiões e seis lideranças foram assassinados de 2016 para cá.

Paulino, Tomé e Zezico eram importantes lideranças indígenas na região e foram assassinados.

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