Pré-candidata a deputada federal pelo PSOL, em São Paulo, Erica Malunguinho abriu caminhos para uma maior representatividade transgênero na política brasileira com sua eleição, em 2018.

Ela foi a primeira travesti a ocupar um assento na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a maior casa legislativa da América Latina.

Foto: Carol Jacob/Alesp

Robeyoncé Lima é pré-candidata a deputada federal pelo PSOL, em Pernambuco. Travesti, negra e nordestina,  foi a primeira deputada estadual trans eleita no estado por mandato coletivo, em 2018.

A gente tem as bancadas da Bíblia, do boi e da bala. 2022 vai ser o ano de compor a primeira bancada de depuTRAVAS do Brasil no Congresso Nacional.

Robeyoncé Lima, pré-candidata a deputada federal pelo PSOL

Reprodução/Facebook

Travesti, negra e ativista dos Direitos Humanos, Erika Hilton também é pré-candidata a deputada federal pelo PSOL em São Paulo. Em 2020, foi a vereadora mais votada do Brasil.

Foto: Rafael Canoba

Este ano, Robeyoncé Lima, Erica Malunguinho e Erika Hilton — parlamentares trans do PSOL, em exercício de mandato —anunciaram que estarão na corrida por vagas na Câmara dos Deputados.

Outros nomes como Paula Benett, que já foi candidata a deputada distrital pelo PSB e continua no partido, e Ariadna Arantes, influenciadora digital e ex-BBB estreante na política e filiada recentemente ao PSB, também já se lançaram na disputa.

Estamos em um momento de redemocratização do país, após um período antidemocrático acirrado com o governo Bolsonaro. É fundamental que pessoas vinculadas ao rompimento de violências e de vulnerabilidades participem desse processo com quem assumir o poder.

Erica Malunguinho, Pré-candidata a deputada federal pelo PSOL

Segundo Dossiê de violências contra pessoas trans brasileiras da Antra, em 2020, “80% das pessoas trans eleitas afirmaram não se sentirem seguras para o pleno exercício dos seus cargos”.

A Câmara tem sido um palco de debates que tentam institucionalizar a transfobia e criminalizar as existências de pessoas trans. [...] No Brasil, a política anti gênero ganha contornos antitrans ou trans excludentes.

Bruna Benevides, diretora da Antra

Em 2018, Paula Benett teve que abdicar de sua candidatura a deputada federal por costura de coligações. Este ano, ela foi demitida sem aviso prévio de um cargo de coordenação de políticas LGBT no Distrito Federal, uma semana antes do Dia Nacional da Visibilidade Trans.

Foto LUARA BAGGI