Empresa: SALVACARGA

Militar: Abrahão José Kfouri Filho, Delegado Geral da Polícia Civil de São Paulo

Na década de 1980 a Salvacarga focou sua atividade na segurança de veículos e cargas, o que foi possível a partir da união dos sócios iniciais, entre eles, Maria Marly Ribeiro Dantas Moura (esposa de Kfouri Filho) com outros sócios da empresa Pires

Informe do SNI sugere que as relações de Kfouri Filho com os órgãos de segurança pública beneficiaram os negócios.

“O delegado empresta sua influência profissional e de amizades, para o livre acesso a órgãos oficiais, que armazenam dados sobre veículos, alimentando, assim, o banco de dados daquela empresa, considerado nos meios policiais o mais completo do país.”

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Empresa: PIRES

Militares: Coronel Erasmo Dias; Roberval Conte Lopes; Gilson Lopes

O ex-secretário de segurança pública de São Paulo, Coronel Erasmo Dias, foi diretor de ensino técnico policial nos cursos para vigilantes da Pires, que faliu em 2006 e chegou a ter 11 mil vigilantes.

No Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Pessoal da empresa, em Guarulhos (SP), eram oferecidos cursos de tiro, direção defensiva e pessoal, segurança bancária, escolta armada, prevenção a ataques com explosivos, entre outros.

Ex-funcionários relataram à Pública que também o Capitão Roberval Conte Lopes e o tenente-coronel Gilson Lopes, ambos da ROTA, tropa de elite da PM paulista, eram instrutores na empresa.


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Empresa: TRAVASSOS / AMAZÔNIA

Militares: Coronel Oscar César Ribeiro Travassos, Ex-Secretário de Segurança Pública; Coronel Altair das Neves Magalhães

Nos arquivos do SNI, Oscar César Ribeiro Travassos (ex-secretário de segurança pública da AM) e Altair das Neves Magalhães (ambos coronéis da reserva) são apresentados, respectivamente, como titulares das empresas Travassos e Amazônia.

Ambos são descritos pelo SNI como “truculentos em suas investidas, não poupando esforços no cometimento de atos lesivos à integridade física de terceiros" e "exercendo poder de influência junto a polícia do Estado e em esferas do Poder Executivo Estadual”.

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Empresa: OSVIL/DACALA/DSA

Militar: Ex-delegado David dos Santos Araújo, DOI-CODI do II Exército

Outro agente da ditadura a se vincular a empresas de segurança foi o ex-delegado David dos Santos Araújo, que serviu no DOI-CODI  do II Exército, onde era conhecido como “Capitão Lisboa”.

Ele é denunciado pela Comissão Nacional da Verdade por violação de direitos humanos na ditadura militar, e foi responsabilizado pelas mortes de Aylton Adalberto Mortati e Joaquim Alencar de Seixas, além das torturas de Ivan e Ieda Seixas.

Já aposentado, ele foi para o mundo da segurança privada. Nos anos 1980, associou-se à empresa Osvil - Organização de Segurança e Vigilância Ltda, exercendo o cargo de diretor técnico de ensino em um centro de formação de vigilantes. 

Em 1993, fundou a Dacala - Segurança e Vigilância, que virou um grupo com várias outras companhias ligadas à segurança privada. Hoje, David mantém uma consultoria na área de segurança, a DSA Divisão de Serviços de Assessoria Empresarial e Bancária Ltda.


Ele é denunciado pela Comissão Nacional da Verdade por violação de direitos humanos na ditadura militar, e foi responsabilizado pelas mortes de Aylton Adalberto Mortati e Joaquim Alencar de Seixas, além das torturas de Ivan e Ieda Seixas.

Já aposentado, ele foi para o mundo da segurança privada. Nos anos 1980, associou-se à empresa Osvil - Organização de Segurança e Vigilância Ltda, exercendo o cargo de diretor técnico de ensino em um centro de formação de vigilantes.

Em 1993, fundou a Dacala - Segurança e Vigilância, que virou um grupo com várias outras companhias ligadas à segurança privada. Hoje, David mantém uma consultoria na área de segurança, a DSA Divisão de Serviços de Assessoria Empresarial e Bancária Ltda.

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Empresa: CIDAPAR

Militar: Ex-Praça da Aeronáutica Marco Antônio Ribeiro

A Companhia de Desenvolvimento Agropecuário, Industrial e Mineral do Estado do Pará (CIDAPAR) foi criada à época do  projeto de desenvolvimento agrário no regime militar.

Marco Antônio Ribeiro, ex-praça da aeronáutica, investigado pela Polícia Federal por violência contra posseiros e indígenas aparece nos arquivos do SNI ligado a empresa. Ele é citado como informante do Dops, associado a contrabando na fronteira.

Segundo os depoimentos, Ribeiro foi responsável por prisões ilegais, espancamentos, torturas e destruição de roças ao exercer o serviço de segurança para a companhia.

Segundo o SNI, “esse chefe miliciano impunha um treinamento intensivo para os milicianos da "Adoclis" [outra empresa] e passou a influir abertamente sobre os Comissários de Polícia da BR-316”. Mais de dez trabalhadores acusam Ribeiro de arbitrariedades.

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Empresa: AGENTS

Militares: Tenente da Marinha Francisco Gama Lima Netto; Paulo César Amêndola (PM/RJ)

O Primeiro Tenente da Marinha, Francisco Gama Lima Netto, foi acionista majoritário da Agents -- Agência de Segurança, fundada em 1984. Gama foi diretor da ASIS-Brasil, uma associação americana de empresas de segurança.

Ele é citado como torturador na lista Desaparecidos.org. Um dos funcionários da empresa, o PM Paulo César Amêndola, é fundador do BOPE e das Guardas Civis Metropolitanas do Rio de Janeiro.  

Amêndola exerce atualmente o cargo de Secretário de Ordem Pública do Rio de Janeiro e faz parte da lista de torturadores elaborada pela ONG Tortura Nunca Mais, no qual é acusado de torturar Cesar Benjamin e Carlos Minc. 

A Agents é acusada de grampear e chantagear diversas autoridades e instituições na década de 1980 como, por exemplo, o Banco Nacional de Habitação e Ney Webster de Araújo, presidente da CAEEB (Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas).

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Empresa: VIP

Militares: Gabriel Inácio Prata, Secretário de Seg. Pública; Delegado Mauro Santhiago (Dops/MG); Thacir Omar de Menezes Sia, Delegado Polícia Civil

Os arquivos do SNI revelam uma associação da VIP com o ex-secretário-adjunto de segurança de Minas Gerais, Gabriel Inácio Prata e os delegados Mauro Santhiago e Thacir Omar de Menezes Sia (ex-DOPS/MG e ex-Superintendente da Polícia Civil de Minas).

Diz o SNI que a VIP acobertou policiais civis durante ocupações ilegais em garimpos de Minas Gerais, com que usavam de intimidação, tortura, espancamento ou extorsão.

“Esses policiais estão armando indivíduos condenados pela justiça e policiais militares reformados, com a cobertura da Empresa de Segurança VIP, que contrata os interessados e presta o apoio logístico aos trabalhos do grupo”.

Os policiais e a VIP se envolveram no despejo violento de 500 garimpeiros na fazenda Quilombo, em Capoeirana. Após a desocupação, os policiais se apossaram de diversas lavras do garimpo.

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Empresa: WACKENHUT DO BRASIL

Militares: Nazianzeno Pereira, funcionário Secretaria de Segurança Pública de São Paulo; Sérvulo Mota Lima, ex-Secretário de Segurança Pública de São Paulo; José Bretas Cupertino, Diretor Geral da Polícia Federal

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo publicada em 1972, o empresário Nazianzeno Pereira afirmou que o Secretário de Segurança Pública de SP, Sérvulo Mota Lima, tinha vínculos com diversas empresas de segurança privada.

Sérvulo, um General de Brigada R/1 do Exército, negou ser acionista das empresas, e foi à justiça contra Nazianzeno.

Entretanto, em documento encaminhado ao Procurador de Justiça, o Secretário admitiu ter sido diretor de planejamento da PLESVI - Planejamento e Execução de Segurança e Vigilância Interna; e SERVI - Servico Especial de Segurança e Vigilância.


Nazianzeno foi funcionário da SSP e presidente e acionista da Wackenhut do Brasil, com sede nos EUA. Segundo O Estado de S.Paulo, José Bretas Cupertino foi ex-diretor-geral da Polícia Federal e diretor-superintendente da Wackenhut.

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Empresa: SACOPÃ

Militares: Tenente-coronel João Batista de Toledo; Coronel da reserva e ex-comandante da PM Antônio de Almeida Fernandes; Tenente da Reserva Abrahão Fernandes

Dirigida por três militares ligados ao Comando Militar da Amazônia, a Sacopã se declarava a “melhor empresa de segurança rural” nos anos 1980.

Seus comandantes eram João Batista de Toledo, então tenente-coronel da ativa do Exército e chefe de polícia do Comando Militar da Amazônia; Antonio de Almeida Fernandes, coronel da reserva do Exército e ex-comandante da PM de Rondônia e Tadeu Abrahão Fernandes, tenente da reserva do Exército.

Em 1985, a serviço da mineradora Brasinor, 17 guardas da Sacopã agrediram e prenderam indígenas e garimpeiros que ocupavam áreas de lavra mineral.

A Comissão Estadual da Verdade (CEV) do Amazonas acusa a empresa de ter participação na morte de índios Wairiri-Atroari durante obras da mineradora Taboca, do grupo Paranapanema, em Presidente Figueiredo (AM).

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Empresa: SOLUÇÃO

Militar: General Irineu da Silva Mattos

A Solução teve como um dos sócios Irineu da Silva Mattos, general reformado do Exército e ex-secretário de segurança pública de Goiás, fundador da União Democrática Ruralista (UDR) ao lado de Ronaldo Caiado, senador pelo Democratas.

A Solução foi acusada de fazer proteção armada para fazendeiros no norte de Goiás, durante uma reintegração de posse que deixou 5 pessoas mortas em 1986. A Comissão Pastoral da Terra afirma que houve tortura, incêndios e sequestros no episódio.

Informe do SNI diz que nada impedia "que a Solução, aproveitando da influência de Irineu Mattos", contratasse "ex-policiais em seu quadro de funcionários para dar proteção aos imóveis rurais." A empresa está ativa desde 1983.

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