Uma verdadeira festa da indústria de segurança e vigilância ocorre todo ano no Riocentro, pertinho do Parque Olímpico, zona oeste do Rio. É na LAAD (Latin American Aerospace & Defense Conference) que novos equipamentos são apresentados aos compradores. Por ali passeiam ministros da Defesa de países vizinhos, chefes das forças armadas, secretários de Segurança de diversos estados, gente da Abin. Durante três dias, uma multidão de homens e mulheres fardados tiram selfies com pistolas, fuzis, mísseis e tanques de guerra. Ali, em 2015, um estande da Truckvan mostrava os caminhões adaptados como Plataformas de Observação Elevada – POEs, compradas para as 12 cidades-sede da Copa, enquanto a Welser exibia os balões de imageamento aéreo como a grande novidade da Olimpíada. Em 2016, a equipe da empresa israelense Cellebrite mostrava seu aparelho que extrai de celulares até dados e mensagens já deletadas, também comprado para os Jogos.
Durante o ciclo dos megaeventos, o Brasil foi um dos mais suculentos mercados de equipamentos de segurança e vigilância do mundo. “O já bem desenvolvido mercado de segurança está experimentando crescimentos de dois dígitos por causa do momento econômico e dos eventos esportivos como a Copa do Mundo e a Olimpíada”, dizia uma brochura do Departamento de Comércio americano preparada em 2013 especialmente para empresas americanas. “A oportunidade para a indústria da segurança é desafio extraordinário do Brasil enquanto prepara a segurança para os Jogos”.
Os gastos foram de fato extraordinários. Apenas a Secretaria Especial para Grandes Eventos (Sesge), do Ministério da Justiça, gastou em cinco anos (2011 a 2016) cerca de R$ 1,17 bilhão, isso sem contar os gastos feitos pelas Forças Armadas, governos estaduais e municipais. Desse total, mais da metade (R$ 637 milhões) foram para os Centros de Comando e Controle (CICCs), unidades de segurança pública que reúnem diversas forças policiais no mesmo prédio, depois doados para as secretarias de Segurança de cada estado.
“A integração das forças de segurança foi o principal legado dos Jogos”, disse o coronel da PM do Rio, Aristeu Leonardo, integrante da gerência de Operações de Segurança no Comitê Rio 2016, durante a LAAD. Hoje em dia, o CICC do Rio costuma receber visitas internacionais, como o cônsul da Austrália e o diretor de segurança do Comitê Olímpico Tóquio 2020. A experiência foi considerada tão bem-sucedida que virou a principal promessa de Dilma Rousseff na sua candidatura à reeleição em 2014: expandir o projeto para todas as capitais do país. Um grupo de trabalho foi criado na Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) para financiar as estruturas, a um valor estimado de R$ 20 a R$ 25 milhões cada, mas o projeto foi interrompido pela troca de governo. Por conta própria, o estado de Goiás inaugurou um CICC em janeiro de 2015.
“Foi uma janela de oportunidades”, diz Isabela Figueiredo, ex-diretora da Senasp e ex-secretária adjunta de segurança do Distrito Federal. Para ela, os CICCs são uma importante ferramenta de gestão operacional, que já estavam previstos nos planos do governo federal. “É um espaço que vai agregar todos os tomadores de decisão, todos os serviços necessários para a gestão, seja de uma crise, seja para um grande evento.” Segundo ela, embora o uso seja repetido, ele não é cotidiano – o CICC de Brasília, por exemplo, não fica aberto todos os dias. Depois dos megaeventos, CICCs foram usados no Enem e na crise penitenciária, por exemplo.
No Rio, o Centro conseguiu efetivamente melhorar a integração, um “problema histórico das forças de segurança no Brasil”, segundo o sociólogo Bruno Cardoso, professor da UFRJ e estudioso do tema. O tempo para o despacho de uma viatura caiu de 15 minutos em 2013 para 4 minutos em média.
Porém, especialistas consultados pela Pública insistem que foi um erro apostar que os CICCs são a solução para a segurança no Brasil. “Acho que algumas pessoas não entendem direito o conceito e vendem como se fosse a solução de todos os seus problemas”, diz Isabel.
O pesquisador alemão Dennis Pauschinger concorda: “Não estou falando que tudo que foi implementado é ruim, mas acho que é longe daquilo que foi sinalizado, que a segurança pública iria melhorar a partir dos grandes eventos”.
| Videovigilância |
Dennis acredita que a promessa da videovigilância total – que teve apelo na capital carioca, onde as câmeras às quais a secretaria tem acesso saltaram de 600 para 4.200 em quatro anos – é impossível de ser atingida. “Você tem instaladas câmeras quase em toda parte que importa para os governantes do Rio de Janeiro, todas as arenas olímpicas, todo o centro, toda zona sul”, diz, ressaltando que a localização reproduz a divisão social da cidade. “O intuito era controlar todo o território através delas. É uma tarefa complicadíssima, não é possível. No CICC sempre se falava muito em ‘consciência situacional’, para poder justamente acompanhar tudo o que estava acontecendo nas áreas, ao vivo. Só que é impossível observar tudo ao mesmo tempo.”
Assim ele completa o raciocínio: “O que se supunha sobre as câmeras é que você poderia prevenir crimes, e melhorar a segurança pública através disso. Isso é um mito. O que ela pode te ajudar às vezes è a esclarecer crimes”.
Para Bruno Cardoso, os equipamentos deixam muito a desejar em relação ao que foi prometido. “O CICC funciona bem para gerenciar os fluxos da cidade [do Rio]. O que é muito diferente de transformá-la numa cidade mais segura. O que eles são efetivos em fazer? Esvaziar manifestação, por exemplo. Muito efetivos. A gente vê que, depois que esse sistema começou a funcionar, as manifestações não conseguem mais chegar ao tamanho que elas chegaram em junho de 2013.”
| O fetiche e o poder das empresas |
Outra crítica entre pesquisadores é que o custo de manutenção da parafernália eletrônica costuma ser alto – e isso não está nas brochuras propagandeadas nas feiras internacionais. Apenas com manutenção, a Sesge gastou no ano passado R$ 17,1 milhões. Foram R$ 4,4 milhões com as salas-cofre – que preservam computadores e servidores em todos os CICC –, R$ 12 milhões com a internet e rede WAN e o restante com serviços de helpdesk para os centros de Brasília, Salvador, Belo Horizonte e Manaus.
São contratos muito rentáveis por causa da longevidade. “Se uma empresa implementa uma tecnologia dentro do CICC, ela tem que treinar as pessoas que trabalham com essa tecnologia. E qual é a influência que ela tem para renovar esses contratos e implementar certas coisas que acha certas, porque foi ela quem intentou a tecnologia?”, pergunta Pauschinger. “A partir de que parâmetro ela tem uma influência que o cidadão pode controlar ou não?”
Isabel Figueiredo afirma que as polícias no Brasil são de fato muito atrasadas em termos de tecnologia – uma situação que ela diz que a Senasp tentou combater durante os governos petistas. “Mas falta muito investimento na formação e valorização profissional.” Ela explica que é difícil analisar qual era o peso real do lobby das empresas sobre os comandantes das forças, mas a demanda por equipamentos era muito maior. “Às vezes a gente tinha orçamento para valorização profissional, e os estados não queriam. Então a gente tinha que fazer uma ‘venda casada’: ‘Ah, você quer equipamento? Então tem que levar também formação’”, lembra. Outras vezes, o lobby era mais claro. “Tinha situações em que você via que os policiais militares chegavam na Senasp com o pedido prontinho, que até parecia que o documento era escrito pela indústria.”
O professor Stephen Graham, da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, ressalta que os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo são grandes “vitrines” para a indústria da segurança exibir as tecnologias mais modernas. Para ele, a ideia de que se pode monitorar todo mundo o tempo todo “é enormemente impulsionada pela ‘bala de prata’ do fetichismo – o mito de soluções tecnológicas para problemas que são sociais e políticos. Muitas das novas tecnologias não funcionam direito; elas geram falsos positivos; elas vomitam enormes quantidades de dados impossíveis de processar; elas não se conectam umas às outras; e trazem grandes problemas organizacionais e logísticos na prática”, explica.
O sociólogo Bruno Cardoso diz que o fetiche se alia a um lobby bem feito pela indústria. “Quando a gente vê um vídeo de demonstração de uma empresa dessas, fica assustado mesmo. E quem tem dinheiro público e vai comprar tem efetivamente um encantamento pela possibilidade de os equipamentos fazerem o trabalho quase que sozinhos. E isso é incrível, porque treinar e equipar a polícia, manter o controle sobre ela, é um trabalho hercúleo, que tem que ser feito no dia a dia. Portanto, é muito sedutor imaginar que você vai comprar um equipamento e tudo vai se resolver.”
| Transparência zero |
Porém, até hoje, mais de três anos após a inauguração, sabe-se muito pouco sobre o uso real do aparato de comando e controle. Grande parte do material de divulgação reproduz a promessa de maravilhas das empresas que vendem a tecnologia; a falta de transparência sobre como funciona chega a ser absurdo. Pela Lei de Acesso à Informação (12.527/2011), a Pública fez 18 pedidos à Secretaria de Segurança sobre o CICC do Rio – o mais caro de todos, que custou à Sesge R$ 64,1 milhões – em junho, dezembro e janeiro passados. Todos foram absolutamente ignorados.
Por outro lado, a secretaria recusou-se terminantemente a fornecer dados sobre os funcionários dedicados ao videomonitoramento e os custos de manutenção dos equipamentos do CICC. Por telefone, a assessoria de comunicação afirmou que “esse nível de detalhamento não é possível porque a informação é ‘estratégica’”, porém sem explicar por que – ferindo, portanto, a Lei de Acesso à Informação, que estabelece que gastos públicos têm de ser publicizados. Ao mesmo tempo, enviou um longo e-mail com frases elogiosas ao CICC proferidas por visitantes ilustres.
Em um levantamento feito pelas organizações Artigo 19 e Justiça Global sobre transparência na Olimpíada, através de 16 pedidos de acesso a informação, a Secretária de Segurança do Rio de Janeiro foi a mais opaca entre todas as nove instâncias consultadas em diferentes níveis de governo. Não cumpriu nenhum dos prazos estabelecidos pela Lei de Acesso à Informação e, em alguns casos, simplesmente ignorou os pedidos feitos.
A opacidade é ainda mais preocupante quando se observa que não só os CICCs, mas também os Centros Integrados de Controle Móveis e as Plataformas de Observação Elevada, estão à disposição das polícias militares estaduais. Além delas, outros aparatos para espionagem como as chamadas “Solução integrada com equipamentos embarcados de inteligência de sinais”: 25 automóveis, 25 motocicletas e 25 vans transformados em viaturas secretas, camufladas e equipadas com sistema de monitoramento de ruas e casas e sistema de radiotransmissão para operações de inteligência estão nas mãos das forças de segurança brasileiras. No caso do Rio, a Pública comprovou ainda que a Sesge doou quatro veículos aéreos não tripulados (VANTs) em 2 de agosto do ano passado, embora o coordenador de Gestão Integrada do CICC, o coronel bombeiro militar Júlio César Rodrigues dos Santos, tenha negado anteriormente possuir drones. “Nós começamos a fazer um estudo sobre o uso de drone, mas parou porque fomos direcionados para outras áreas”, afirmou durante visita da reportagem ao centro, junto com integrantes da ONG Coding Rights.
Para estudar os equipamentos adquiridos para vigilância, nossa equipe mergulhou durante um mês nos dados do Portal da Transparência do governo federal. Abaixo, alguns dos nossos achados.
Módulos dos painéis Video Wall que são usados nos Centros Integrados de Comando e Controle (CICCs) das 12 cidades-sede. Tecnologia LCD com backlight lâmpada ou backlight LED. Medida diagonal entre 55 e 60 polegadas para cada módulo. A solução deve permitir que sejam visualizados, minimamente, oito vídeos com qualidade D1 e com taxa de 30 frames por segundo em cada módulo, possibilitando a monitoração de diferentes câmeras por um mesmo operador. Operação contínua, 24 horas por dia.
Perfil da empresaO conjunto optrônico é o “coração” dos balões de imageamento aéreo comprados para monitoramento nos Jogos Olímpicos. O equipamento realiza coleta de imagens com uma taxa de no mínimo um quadro por segundo, é resistente a vento, chuva, poeira e poluição. Possui um sistema de estabilização capaz de manter a qualidade de coleta de imagens mesmo com variações de direção e velocidades de ventos e altitudes de voo. O sensor eletro-óptico tem a capacidade de imageamento em alta qualidade persistente de no mínimo 6 km2.
Perfil da empresaOs gravadores de áudio e vídeo fazem parte do sistema de imageamento aéreo vendido pela Aeromot para 33 helicópteros que foram usados durante a Copa do Mundo nas 12 cidades-sede. São aparelhos de alta definição, qualificado para uso aeronáutico em helicópteros, com capacidade de armazenamento de no mínimo três horas de vídeo e áudio na qualidade máxima.
Perfil da empresaOs Centros Integrados de Comando e Controle Móveis (CiCCM) são veículos providos de mobiliário e sensores para gerir equipes de segurança no campo de atuação. Tem capacidade para dez operadores mais dois usuários posicionados em mesa. É composto por: veículo automotor, caracterizado como viatura policial, baú fixado ao veículo, com estabilização hidráulica. A premissa principal dos CiCCMs é que, mesmo em caso de perda de comunicação com as Centrais Fixas de Operações e Centros Integrados de Comando e Controle, cada veículo deve estar dotado de soluções de hardware e software que possam viabilizar uma operação de emergência com os mesmos atributos de controle, qualidade e comunicação que os CICCs. Os veículos possuem sistema de radiocomunicação local, infraestrutura de redes e sistema de videomonitoramento.
Perfil da empresaOs monitores de vídeo fazem parte do sistema de imageamento aéreo vendido pela Aeromot para 33 helicópteros na Copa do Mundo. São de alta definição, com tela de no mínimo 9 polegadas que ficam no posto dianteiro dos helicópteros. Eles suportam as resoluções de vídeo oferecidas pelo sistema imageador e possibilitam “a observação e vigilância de qualquer ocorrência de forma absolutamente discreta e segura”, diz a empresa.
Perfil da empresaO microtransmissor de áudio ambiente permite enviar o som de um ambiente para o outro específico para o receptor. O microfone é ultrassensível, com alcance mínimo de um raio de 15 metros, com dimensões de 20 x 10 x 7,50 mm. O grampo digital tem alcance com programação para três destinos específicos para que possa ser programado para qualquer terminal em qualquer cidade, seja receptor fixo ou móvel. O comando do microfone é remoto pelo receptor.
Perfil da empresaNotebook usado para monitoramento e visualização em solo das imagens produzidas pelo balão. O monitor tem no mínimo 13 polegadas para permitir melhor visualização de todas as imagens e informações, tela antirreflexiva para permitir uso sob a luz do sol e bateria com duração mínima de 12 horas.
Perfil da empresaMotocicletas dotadas de aparatos de vigilância disfarçadas, para serem usadas em operações de inteligência. A moto é composta por: bagageiro do tipo baú de motocicleta, DVR 4 canais, câmera speed dome 36 x, três microcâmeras pin-hole dissimuladas, dois de Wi-Fi roteador 3g/4g, amplificador de Wi-Fi, transmissor, baterias, recarregador inteligente.
Perfil da empresaVans secretas dotadas de aparatos de vigilância disfarçadas para serem usadas em operações de inteligência. Compostas por: sistema de alimentação elétrica, seis microcâmera do tipo pin-hole, quatro microcâmeras color tipo pin-hole dissimuladas em parafuso, gravador digital de vídeo, ar- condicionado portátil, banheiro químico, estante móvel de madeira com colchão embutido (cama), lavabo para higienização, sistema de monitoramento e atendimento operacional, mesa controladora de câmeras, servidor de imagens, dois monitores, roteador, bridge Wi-Fi, amplificador Wi-Fi, tecnologia de transmissão e recepção de vídeo e áudio, central telefônica.
Perfil da empresaO aparelho de medição e orientação faz parte do sistema de imageamento aéreo. Tem realidade aumentada e opera integrado às câmeras, o que possibilita identificar em mapa de ruas ou imagem de satélite o local para onde a câmera está apontando, ou apontar a câmera para um endereço inserido no sistema. O sistema contém uma base de dados de terreno global, mapas rodoviários de todo o Brasil, bem como todas as plantas publicadas de cidades brasileiras, possibilitando a busca de endereços, interseções, pontos de interesse e quaisquer coordenadas fornecidas pelo operador.
Perfil da empresaO sistema de videomonitoramento faz parte dos balões de imageamento aéreo e permite que as imagens sejam acessadas em tempo real por múltiplos usuários. O dispositivo mostra a visão panorâmica da área monitorada pelo balão e simultaneamente possibilita a abertura de seis ou mais janelas, em tempo real, da região de interesse. A interface exibe mensagens em português e tem capacidade de armazenar as imagens coletadas pelo balão por pelo menos 72 horas, caso as imagens estejam em resolução máxima.
Perfil da empresaA Secretaria Nacional de Grandes Eventos (Sesge) adquiriu para a Copa do Mundo automóveis que são transformados em viaturas secretas, camufladas e equipadas com sistemas de monitoramento e sistema de radiotransmissão. Em 2013, a Polsec e a Emporium ganharam a concorrência. Foram 12 motocicletas (ao custo de R$ 1,4 milhão) 12 automóveis da Polsec (R$ 1,4 milhão) e 12 vans da Emporium (R$ 4,8 milhões), totalmente equipados para vigiar ambientes, mas disfarçados. Em dezembro de 2014, a SESGE adquiriu mais 13 motos, 13 automóveis e 13 vans para os Jogos Olímpicos, todos da POLSEC, a um custo total de R$ 14,5 milhões (R$ 1.967.327 para os carros, R$ 6.460.156 para as vans e R$ 2.246.632 para as motos, mais custos de uma central repetidora de sinais e uma central de monitoramento). Os equipamentos foram depois doados para as secretarias de segurança estaduais.
Perfil da empresaOs sensores eletro-ópticos e infravermelhos fazem parte do sistema de imageamento aéreo vendido pela Aeromot para 33 helicópteros que foram usados durante a Copa do Mundo nas 12 cidades-sede. Por meio da geração de imagens e vídeos por leitura de temperatura dos alvos, permitem a filmagem de áreas longínquas em ambientes com pouca luz. São montados sobre um sistema estabilizador capaz de manter a qualidade das imagens em condições adversas de voo.
Perfil da empresaMonitores de vídeo aeronáuticos de alta definição, com tela de no mínimo 15 polegadas localizados na parte posterior dos helicópteros para os passageiros. Os monitores integram o Sistema de Imageamento Aéreo vendido pela Aeromot para 33 helicópteros que foram usados durante a Copa do Mundo nas 12 cidades-sede.
Perfil da empresaCarros dotados de aparatos de vigilância disfarçados, para serem usados em operações de inteligência. É descrito no edital como um kit para unidade móvel de monitoramento, armazenamento e transmissão sobre quatro rodas. São compostos por duas maletas de alta resistência, DVR 8 canais, câmera speed dome, seis câmeras pin-holle color, roteador Wi-Fi de 3g/4g, amplificador Wi-Fi, baterias, recarregador inteligente, transmissor.
Perfil da empresaLicença de criptografia de modo a proteger a transmissão do vídeo gerado pelo helicóptero contra interceptações e vazamentos de informações/imagens sensíveis e/ou sigilosas. Fazem parte do sistema de imageamento aéreo vendido pela Aeromot para 33 helicópteros utilizados nos megaeventos.
Perfil da empresaA ferramenta faz parte dos videowalls instalados pela Helmut Mauell nos CICCs das 12 cidades-sede da Copa. Permite a captura de imagens de aplicativos sendo executados em estações de trabalho e possibilita a captura de múltiplas de janelas de cada aplicativo e de regiões específicas da área de trabalho. No CICC do Rio, o software possibilita que os operadores da Câmara Técnica de Transportes possam ter acesso aos sistemas das concessionárias (CCR Barcas, Rota 116 e ligação viária Via Lagos, Linha Ferroviária Super Via e Metrô Rio e Rio Barra) e visualizem centenas de câmeras das áreas operacionais e de transportes dos passageiros, diz a empresa.
Perfil da empresaOs balões Altave Omni foram a principal aquisição da Secretaria Especial de Grandes Eventos (Sesge) para monitoramento dos Jogos Olímpicos 2016. Através do sistema de câmeras de longo alcance, o balão garante uma cobertura de 360º com imagens simultâneas e em alta definição. Segundo a empresa, faz monitoramento persistente (dia e noite) de grandes áreas: de estádios a bases em cenários de guerra. O balão cobre uma área de até 44 km² e as imagens são processadas em tempo real. Pode monitorar detalhes em pontos específicos sem perder o cenário todo. Possui 13 câmeras que compõem um mosaico de mais de 100 megapixel. O equipamento pode durar 72 horas sem recarga e resiste a ventos de até 60 km/h.
Perfil da empresaFundada em 1967, a Aeromot tem sede em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Para o monitoramento aéreo da Copa do Mundo, a empresa equipou 35 aeronaves com um sistema que gera imagens, inclusive infravermelhas, que são enviadas para equipes em terra. A empresa chama esse sistema de “guardiãs silenciosas”.
Antes dos contratos para a Copa, a Aeromot passou por um período sem produzir e em recuperação judicial a partir de 2009.
A empresa desenvolve também sistemas aeronáuticos de captação, gravação e transmissão de imagens para a Polícia Militar de São Paulo e de Minas Gerais e para a Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Possui Declaração de Exclusividade – que permite a dispensa de licitação perante órgãos públicos por ser a única empresa fornecedora desse produto – com a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde) até abril de 2017 para o sistema que filma e transmite ao vivo das aeronaves Eurocopter, Helibras, Airbus Helicopters e EC-130B4.
Em 1980, a Aeromot fez a revitalização da frota de aeronaves treinadores T-25 na Força Aérea Brasileira (FAB); em 1990, revitalizou mais de 50 aeronaves C-95 Bandeirante; e em 2008, fez a modernização das aeronaves C-95 Bandeirante do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV).
Em 2014, a empresa instalou os sistemas de imageamento aéreo no helicóptero EC135, da Divisão de Operações Aéreas da Receita Federal do Brasil, e em duas aeronaves AS350, da Coordenação de Operações Aéreas da Polícia Federal.
Fundada em março de 2011, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, a Altave desenvolve soluções “mais leves que o ar”, segundo descrição no site da empresa. Projeta balões para múltiplas aplicações, em especial telecomunicação e monitoramento. Forneceu os quatro balões de imageamento aéreo Altave Omni, principal investimento em monitoramento para a Olimpíada de 2016. Sua sede fica em São José dos Campos, no Estado de São Paulo. A Altave conta com a parceria da Welser na representação comercial nas áreas de Defesa e Segurança Pública. A Welser, por sua vez, pertence ao grupo Condor.
A Emporium atua, desde 2000, no mercado de caminhões, ônibus, vans e veículos implementados e transformados. Disponibiliza viaturas de pequeno, médio e grande porte, como ambulâncias, carros policiais, transporte de presos, unidades móveis, caminhões de médio e grande porte, caminhão baú entre outros. A sede da empresa fica em Uberlândia, Minas Gerais.
O foco global da Mauell, uma empresa alemã, é a automação de usinas de energia elétrica, smart grids e sistemas visuais profissionais para salas de controle. No Brasil desde 1970, trabalha com a área de pesquisa e desenvolvimento voltada para a plataforma X Omnium, que permite que equipes em centros de controle e equipes de campo trabalhem em colaboração compartilhando dados, imagens e informações de inteligência em tempo real. Sua sede no Brasil fica em São Paulo. Em 2012, a empresa Bilfinger SE assume Helmut Mauell GmbH e todas as subsidíárias.
A Mauell é especializada em projetar e desenvolver tecnologias para data centers, transporte, telecomunicações, cidades inteligentes, energia elétrica, segurança, governo, defesa, inteligência, subestações e indústria.
A Helmut Mauell foi vencedora da licitação da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, em 2013, para aquisição de solução de videowall para os Centros Integrados de Comando e Controle, no valor de R$ 24,3 milhões.
Depois de uma denúncia interna, a empresa anunciou que estava investigando alegações de pagamento de propinas de cerca de R$ 3,5 milhões para obter contratos para a Copa do Mundo de 2014.
Segundo nota do Ministério da Justiça, a licitação e o contrato com a empresa foram objeto de auditoria pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e não foram encontradas ilegalidades. O Ministério da Justiça afirmou ainda que a empresa ofereceu “preço inferior a 46% do valor obtido à época em pesquisa de mercado”. Porém, dois meses depois, a Controladoria-Geral da União (CGU) anunciou que a Mauell estava buscando acordo de leniência para continuar no Brasil – segundo lei de 2014, companhias condenadas por suborno podem ser proibidas de firmar contratos públicos no futuro.
A Bilfinger Mauell arrecadou, em 2014, R$ 100 milhões apenas no Brasil.
A Polsec é uma empresa brasileira sediada em Belo Horizonte (MG) que atua desde 1997 em pesquisas de desenvolvimento, fabricação e distribuição de equipamentos para segurança pública. Entre seus produtos, tem bloqueadores de celular para presídios e viaturas de inteligência usadas para investigação, que fazem monitoramento e transmissão de dados e imagens em tempo real.
Fundada em 1970, a Rontan tem sede em Tatuí, São Paulo. É especializada em equipamentos de sinalização acústica e visual para o mercado industrial e automotivo.
Na década de 1980, começou a trabalhar com forças de segurança no Brasil. Pelo menos desde 1989, tem como cliente a Polícia Militar de São Paulo. Também é fornecedora de veículos para o Corpo de Bombeiros de São Paulo.
A empresa faz adaptação de veículos, circuitos de telecomunicações (sistema trunking) e segurança pessoal (coletes e veículos blindados).
“Mais da metade da população do Brasil já viu ou está vendo um produto no seu município”, afirmou o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, ao se referir às ambulâncias customizadas pelo Grupo Rontan e distribuídas pelo ministério.
A Rontan desenvolveu os 27 Centros Integrados de Comando e Controle Móveis (CICCM) junto à empresa Medidata, tendo como subcontratadas a IBM e a Cisco.
Desde 2015, a empresa passa por séria crise financeira, tendo chegado a atrasar os pagamentos dos seus funcionários. Chegou a anunciar que seria vendida para o grupo internacional Global Digital Solutions, mas o negócio não foi adiante.
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Muito caro, vou esperar esfriar