O dia 21 de novembro de 2002 mudou para sempre a vida da então dona de casa, quando seu filho Hanry Silva Gomes da Siqueira, de 16 anos, foi assassinado à queima roupa pela Policia Militar no Morro do Gambá, zona norte do Rio de Janeiro. Apesar de ter conseguido condenar dois dos policias responsáveis pela morte de seu filho, Márcia diz ter pagado um preço alto pela Justiça. Ela conta que foi perseguida, vigiada e grampeada pela polícia, e que continua vivendo à sombra do medo.
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Matéria muito interessante. É legal ter esse lado da história contado abertamente, acho muito legal quando a fonte se expõe. Assisti um doc sobre o mesmo tema, só que com as famílias da chacina em Belém do Pará em 2013/14, por aí, após a morte de um PM, um comandante anunciou via facebook que estavam partindo pra fazer a “limpeza” e oficialmente foram 13 jovens mortos pelas periferias da cidade, mas o número é bem maior e as mães, tios, irmãos, filhos montaram um movimento e vão pra rua e já teve mãe que acabou perdendo o outro filho porque polícia matou, e teve frente do movimento que é perseguida até por dar entrevista. É complicado, mas tá em todo lugar mesmo, foda. Violência policial + essa aceitação social de bandido bom é bandido morto tá dando um ibope do caramba pra polícia montar grupo de extermínio desde sempre, uns resquícios de ditadura mesmo, bem assustador
Matéria muito legal, no formato. Mas, ser a quê? A quem?
Serve ao medo. No mais, a policia no RJ passa por uma devassa.
A imensa maioria dos depoimentos são de negros. Este país vive realmente uma limpeza étnica. É uma guerra entre pobres, a polícia, na escala econômica, não faz parte da elite, procede da mesma classe social que a maioria das vítimas, mas defende a elite. Tenho pensado que neste país há uma negação constante da identidade somada ao medo. A classe média baixa têm medo a descender ao escalão da pobreza, a classe média tem horror a descer do seu status e gasta uma energia enorme se mostrando na vetrine, obsecada por sr chique. O policia bate no professor provavelmente o professor de seu filho. Tudo banhado por uma violência assustadora, física e verbal. enquanto isso o Brasil vai perdendo o essencial e o diferencial da sua identidade, a matriz negra e índigena.