Agência Pública

Resposta da Agência Pública à nota da Anajure

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A Agência Pública vem a público responder à nota publicada pela Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) em relação à entrevista publicada em 28 de abril com a professora Brenda Carranza. Surpreende o teor da nota, uma vez que os repórteres e editores sempre estiveram em contato com a assessoria de imprensa da entidade, que não nos procurou para pedir a retificação de qualquer erro factual. Em reportagens anteriores, quando solicitado pela entidade, foi concedido direito de resposta.

Mais surpreendente ainda, a nota declara “repúdio” à entrevista em face de afirmações que jamais foram feitas – nem na entrevista, nem em nenhuma reportagem da Agência Pública. Por exemplo, a Anajure afirma que “a matéria jornalística que busca vincular a imagem da Anajure a um ‘aparelhamento evangélico no governo’”, ignorando que a entidade foi mencionada pelo seu contexto de proximidade tanto com o antigo ministro da Justiça, Sergio Moro, como com o atual ministro, André Mendonça. Não há em nenhum local na entrevista a afirmação de que a Anajure estaria buscando um “aparelhamento evangélico” no governo.

A Anajure afirma ainda que houve uma “tentativa de induzir a existência de uma troca política que teria culminado na nomeação do Dr. André Mendonça”, novamente uma ilação que não encontra nenhum respaldo no texto publicado e que jamais havia inclusive sido levantada pelos nossos profissionais até a publicação da nota da própria entidade.

Outras observações são críticas da entidade às colocações feitas pela entrevistada Brenda Carranza, doutora em Ciências Sociais e professora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, embora a Anajure as atribua à Agência Pública, causando mais uma vez a estranheza que uma entidade de juristas não saiba diferenciar uma entrevista de um editorial. De qualquer maneira a Agência Pública reitera a decisão editorial de publicar a entrevista desta pesquisadora pelo inegável interesse público das suas reflexões.

Ataques gratuitos ao jornalismo de qualidade, em um cenário de crescente ameaças à imprensa livre, só colaboram para o enfraquecimento de um pilar fundamental da democracia em um período delicado como o de pandemia de saúde mundial.

Por fim, a Agência Pública, agência de notícias mais premiada do país, compromete-se a seguir cobrindo as atividades da Anajure, que são de amplo interesse público, esperando que se mantenha o profissionalismo e respeito que imperavam até a publicação da açodada nota.

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