Como o aparato de vigilância foi usado para amedrontar jovens manifestantes: equipamentos de ponta, terror psicológico, novas leis e táticas nem tão novas assim
Entrevistamos cinco cariocas que, por motivos completamente diferentes, viraram alvo do terror psicológico criado pela polícia, pela prefeitura ou até por empresas com quem batiam de frente
Conheça os "brinquedinhos" que restaram como principal legado dos megaeventos
Esta reportagem especial é o segundo produto dos LABs – Laboratórios de Experimentação de Linguagens – desenvolvidos pela Pública.
Ao longo de quatro meses, nossa equipe estudou os diferentes aspectos do salto da vigilância no Brasil durante o ciclo dos megaeventos. Além do impressionante aparato montado para facilitar a troca de informações, o videomonitoramento e a integração das forças de segurança – que traz benefícios e críticas –, nossa reportagem detectou um aumento de estratégias de vigilância menos tecnológicas, mas muito mais assustadoras, usadas contra manifestantes. Ao mesmo tempo, o aparato legal para justificar tais ações também se tornou mais robusto. Trata-se de uma repressão que não é física, mas tem a mesma brutalidade.
Este especial aborda esses três aspectos do novo vigilantismo no Brasil através da linguagem transmídia: aqui, a forma é tão importante quando o conteúdo.
Da reportagem pura e simples em “O que descobrimos” até a nossa “Loja de souvenirs”, uma brincadeira com o fetichismo que rodeia tais tecnologias de monitoramento, você será o principal condutor da história; ela vai se desenvolver de acordo com a sua inclinação.
A seção “Infiltrados” traz um jogo de esconde-esconde para descobrir os policiais à paisana em uma manifestação; se bem-sucedido, você vai conhecer histórias horripilantes de como jovens de três capitais brasileiras foram perseguidos, monitorados, fotografados, fichados e enganados por integrantes das forças policiais, alguns deles travestidos de civis. A seção “Sempre vigiados” reúne depoimentos de mães, irmãs, estudantes e trabalhadores do Rio de Janeiro que, por motivos diversos, viraram alvo de perseguição e monitoramento de autoridades.
A videoarte está presente em “P2”, uma instalação multimídia que precisa da sua reação para chegar a uma conclusão. Depende ainda da colaboração do público a seção “Mapa das câmeras”, um convite para que moradores do Rio de Janeiro nos ajudem a mapear as câmeras de rua que diariamente filmam e sequestram nossas imagens nos caminhos da cidade.
Finalmente, um alerta: todos os fatos aqui publicados são fruto de investigação jornalística, com farta documentação e dados oficiais que os corroboram; não se trata de ficção científica. Cabe a você espalhar essa história.
Infiltrações, monitoramento, vídeos e fotografias reunidas em catálogos para identificar manifestantes: descubra junto conosco como as polícias têm usado estratégias de vigilância para desarmar manifestações em três cidades brasileiras
O sociólogo Bruno Cardoso passou meses dentro de Centros de Comando e Controle no Rio de Janeiro para fazer uma pesquisa etnográfica sobre os homens por trás das câmeras de vigilância
Convidamos todos os leitores a fotografar as câmeras que nos filmam todos os dias nas ruas. Nos ajudem a montar a maior base de dados de câmeras espiãs do Rio de Janeiro!