Sobrinha do pedreiro Amarildo Dias de Souza, que desapareceu em julho de 2013 na favela da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro, Michele tomou a frente da campanha “Cadê o Amarildo?”. À medida que a luta pela busca do corpo do seu tio tomava proporções internacionais, Michele diz ter sofrido perseguições intensas por parte da PM-RJ. Vozes de terceiros interceptavam as suas ligações e policiais vestidos de civis a seguiam em atos. Essas e outras histórias se tornaram comuns no dia a dia de Michele e sua família.
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Matéria muito interessante. É legal ter esse lado da história contado abertamente, acho muito legal quando a fonte se expõe. Assisti um doc sobre o mesmo tema, só que com as famílias da chacina em Belém do Pará em 2013/14, por aí, após a morte de um PM, um comandante anunciou via facebook que estavam partindo pra fazer a “limpeza” e oficialmente foram 13 jovens mortos pelas periferias da cidade, mas o número é bem maior e as mães, tios, irmãos, filhos montaram um movimento e vão pra rua e já teve mãe que acabou perdendo o outro filho porque polícia matou, e teve frente do movimento que é perseguida até por dar entrevista. É complicado, mas tá em todo lugar mesmo, foda. Violência policial + essa aceitação social de bandido bom é bandido morto tá dando um ibope do caramba pra polícia montar grupo de extermínio desde sempre, uns resquícios de ditadura mesmo, bem assustador
Matéria muito legal, no formato. Mas, ser a quê? A quem?
Serve ao medo. No mais, a policia no RJ passa por uma devassa.
A imensa maioria dos depoimentos são de negros. Este país vive realmente uma limpeza étnica. É uma guerra entre pobres, a polícia, na escala econômica, não faz parte da elite, procede da mesma classe social que a maioria das vítimas, mas defende a elite. Tenho pensado que neste país há uma negação constante da identidade somada ao medo. A classe média baixa têm medo a descender ao escalão da pobreza, a classe média tem horror a descer do seu status e gasta uma energia enorme se mostrando na vetrine, obsecada por sr chique. O policia bate no professor provavelmente o professor de seu filho. Tudo banhado por uma violência assustadora, física e verbal. enquanto isso o Brasil vai perdendo o essencial e o diferencial da sua identidade, a matriz negra e índigena.