Entre laranjas, fantasmas e rachadinhas
Laranjas, fantasmas, rachadinha. Há mais de um ano, esses termos rondam as manchetes sobre a vida política da família Bolsonaro. Acusações de assessores que receberam sem registrar entrada nos órgãos públicos se somam a denúncias de devolução de salários em gabinetes, suspeitas de candidatas que repassaram verba pública para líderes do partido e até mesmo indícios de ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro. A Pública reuniu os nomes de todos os envolvidos nessas denúncias e descreve quais as acusações sobre cada um.
Separamos os 116 nomes de pessoas e empresas em cinco grandes grupos que podem ser selecionados no menu abaixo: Fantasmas no gabinete de Jair Bolsonaro, Acusações no gabinete de Flávio Bolsonaro, Envolvidos com Flávio Bolsonaro têm sigilo quebrado, Candidatas laranja no PSL e Suspeitas no gabinete de Carlos Bolsonaro.
A lista será atualizada sempre que houver uma nova denúncia ou quando os casos forem julgados.
Fantasmas no gabinete de Jair Bolsonaro
As primeiras suspeitas de funcionários fantasmas envolvendo o PSL de Jair Bolsonaro começaram dentro do seu próprio gabinete durante seus mandatos como deputado federal. Em janeiro de 2018, foi revelado que Walderice Santos da Conceição, “a Wal do Açaí”, recebia salário como assessora apesar de trabalhar em uma sorveteria em Angra Dos Reis (RJ).
Em 2019, a Pública revelou uma série de assessores de Jair Bolsonaro que também eram pagos com dinheiro público, mas não registraram entrada na Câmara dos Deputados. Ao todo, 11 funcionários se enquadram nessa situação, sendo que alguns deles trabalharam também como assessores de seus filhos.
Alessandra Ramos Cunha
Suspeita de assessora fantasma
Não tem registro de entrada na Câmara dos Deputados, mas foi funcionária de Jair no último mandato, recebendo salários de diversos níveis de assessores — um deles chegando a mais de R$ 10,8 mil mensais líquidos, mais auxílio de R$ 982,29. Teve seu primeiro posto como assessora de Jair em 2014. Trabalha atualmente com Carlos Bolsonaro como oficial de gabinete, recebendo R$ 7,3 mil líquidos. De acordo com reportagem do Metrópoles, ela doou R$ 1,5 mil para a campanha de Carlos a vereador em 2016.
Bianca de Almeida Santos
Suspeita de assessora fantasma
Não tem registro de entrada na Câmara dos Deputados, mas foi secretária parlamentar entre dezembro de 2017 e dezembro de 2018. Ela recebia como nível 4, com um salário líquido de mais de R$ 2,4 mil mais auxílios de R$ 1,6 por mês.
Bárbara de Oliveira Ferraz
Suspeita de assessora fantasma
De acordo com a reportagem da Pública, Bárbara de Oliveira Ferraz não tem registro de entrada na Câmara dos Deputados durante o último mandato de Jair Bolsonaro (PSL) como deputado federal. A ex-assessora é filha de Waldir Ferraz, assessor de imprensa do presidente eleito desde 1980.
Denise Marques Felix
Suspeita de assessora fantasma
Não tem registro de entrada na Câmara dos Deputados, mas trabalhou com Bolsonaro por mais de uma década.
Dulcineia Pimenta Peixoto
Suspeita de assessora fantasma
Não tem registro de entrada na Câmara dos Deputados, mas foi empregada como assessora por sete anos. De acordo com a apuração da Pública, ela é casada com o subtenente reformado do Exército José de Campos Peixoto. Em outubro de 2016, um mês antes de deixar o cargo, ela recebeu R$ 1.023 pelo cargo de secretária parlamentar de Jair Bolsonaro.
Helen C. Gomes Vieira
Suspeita de assessora fantasma
Não tem registro de entrada na Câmara dos Deputados, mas foi secretária parlamentar nível 12 entre março e dezembro de 2017. Seu salário líquido era mais de R$ 2,2 mil, além de um auxílio que chegou a R$ 1,8 mil. Helen é uma das assessoras de Jair que fez doações à campanha do próprio chefe, como a Pública revelou.
Levy Alves dos Santos Barbosa
Suspeita de assessor fantasma
Não tem registro de entrada na Câmara dos Deputados, mas foi assessor nível 21 de Jair de outubro de 2017 a janeiro de 2018, recebendo R$ 8 mil líquidos, mais auxílios que chegaram a R$ 1,5 mil em um mês. Hoje ele trabalha com Carlos Bolsonaro na Alerj como assessor especial — segundo o site da Câmara do Rio de Janeiro, um assessor especial tem um salário líquido de R$ 12,3 mil.
Mirian Melo L. G. de Castro
Suspeita de assessora fantasma
Não tem registro de entrada na Câmara dos Deputados. Foi nomeada por Bolsonaro em 2010 e exonerada em 2016. Ela é sócia na empresa Segmir – Consultoria e Gestão em Segurança Privada, registrada em 2008. A empresa tem como endereço um imóvel em Freguesia na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Nathália Queiroz (Filha de Fabrício Queiroz)
Ex-assessora
Ex-assessora parlamentar de Jair Bolsonaro (PSL), a personal-trainer trabalhava em uma academia enquanto recebia pelo gabinete, isso sem registro de entrada na Câmara dos Deputados para o exercício da função. Nathalia Queiroz é citada em relatório do Coaf (Conselho de Controle de
Atividades Financeiras), que identificou movimentações financeiras atípicas do policial militar Fabrício Queiroz, seu pai e ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). De acordo com a reportagem da Folha de S. Paulo de abril deste ano, o caso segue sob sigilo e investigado pela promotoria de Justiça.
Nelson Rabello
Suspeita de assessor fantasma
Não tem registro de entrada na Câmara dos Deputados, mas recebeu R$ 92,2 mil de salário no último período que foi secretário parlamentar de Jair Bolsonaro (junho de 2017 a dezembro de 2018). Teve o sigilo quebrado nas investigações do Caso Queiroz. Seu primeiro vínculo como assessor de Jair Bolsonaro foi em 2005, na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Em maio de 2011, Rabello deixou o gabinete de Jair e trabalhou até agosto daquele ano com o filho Flávio, na Assembleia do Rio. Em seguida, deixou o gabinete de Flávio para trabalhar com Carlos, onde ficou até 2017.
Patricia C. Faustino de Paula
Suspeita de assessora fantasma
Não tem registro de entrada na Câmara dos Deputados, mas recebia R$ 4.188 de remuneração bruta. Hoje, ela é assessora de Carlos Bolsonaro na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.
Walderice Santos da Conceição (Wal Açaí)
Suspeita de assessora fantasma
Suspeita de receber salário sem cumprir atividades compatíveis ao cargo. Conhecida como "Wal do açaí", a servidora teria recebido dinheiro do gabinete parlamentar de Jair Bolsonaro, deputado federal à época, sem exercer a função.
Acusações no gabinete de Flávio Bolsonaro
Em dezembro de 2018, a Operação Furna da Onça, da Polícia Federal, obteve um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre operações suspeitas de dezenas de assessores e ex-funcionários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Dentre eles, estava Fabrício Queiroz, ex-assessor do então deputado estadual e hoje senador da República Flávio Bolsonaro (PSL), filho de Jair.
O relatório apontou que Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em 12 meses, com mais de uma centena de saques de pequeno valor. As transações levantaram suspeitas de ocultação de patrimônio e de “rachadinha” — quando assessores que recebem salários devolvem parte do dinheiro para o político.
Ao longo de 2019, as investigações envolvendo assessores do gabinete de Flávio Bolsonaro implicaram outros funcionários e ex-funcionários. O próprio Jair Bolsonaro empregou alguns desses assessores, como a filha de Queiroz, Nathalia.
Claudionor Gerbatim de Lima (Sobrinho da atual esposa de Fabrício Queiroz)
Ex-assessor
Já esteve lotado no gabinete dos irmãos Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Carlos Bolsonaro (PSC), como mostrou reportagem do Estadão. A Justiça determinou a quebra do sigilo de Claudionor e investiga a sua participação no esquema de repasse de salário. Ele também é investigado por lavagem de dinheiro no gabinete do ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), entre 2007 e 2018.
Débora Melo Fernandes (Ex-esposa de Fabrício Queiroz)
Ex-assessora
Teve o sigilo bancário e fiscal quebrado. É investigada pelo Ministério Público pelo repasse de salário ao gabinete de Flávio Bolsonaro.
Evelyn Melo de Queiroz (Filha de Fabrício Queiroz)
Ex-assessora
Filha do ex-assessor Fabrício Queiroz, lotada no gabinete de Flávio Bolsonaro (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) com salário mensal de R$ 9.835, 63. Teve o sigilo fiscal e bancário quebrado. É investigada pelo Ministério Público por repasse de salário no gabinete onde trabalhava.
Fabrício Queiroz
Ex-assessor
Em 2018, a COAF identificou movimentações suspeitas — de R$ 1,2 milhão em doze meses — nas contas de Queiroz, que levaram à quebra de sigilo de 95 pessoas e empresas para investigação, sob suspeita de rachadinha e funcionários fantasma. Por ter sido o primeiro alvo das investigações, o esquema ficou conhecido como "Caso Queiroz".
Marcia Oliveira de Aguiar (Atual esposa de Fabrício Queiroz)
Ex-assessora
Trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro (PSL) por 10 anos (2007-2017) como consultora especial para assuntos parlamentares, com salário bruto de R$ 9.835,63. Segundo reportagem do jornal O Globo, nunca teve crachá na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Suspeita de repassar o salário para Fabrício Queiroz. Teve o sigilo bancário e fiscal quebrado. É investigada pelo Ministério Público pelo repasse de salário ao gabinete de Flávio Bolsonaro.
Marcio da Silva Gerbatim (Ex-marido da atual esposa de Fabrício Queiroz)
Ex-assessor
Esteve lotado no gabinete dos irmãos Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Carlos Bolsonaro (PSC), como mostrou reportagem do Estadão. A Justiça determinou a quebra do sigilo de Marcio e investiga a sua participação no esquema de repasse de salário. Ele também é investigado por lavagem de dinheiro no gabinete do ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Nathália Queiroz (Filha de Fabrício Queiroz)
Ex-assessora
Ex-assessora parlamentar de Jair Bolsonaro (PSL), a personal-trainer trabalhava em uma academia enquanto recebia pelo gabinete, isso sem registro de entrada na Câmara dos Deputados para o exercício da função. Nathalia Queiroz é citada em relatório do Coaf (Conselho de Controle de
Atividades Financeiras), que identificou movimentações financeiras atípicas do policial militar Fabrício Queiroz, seu pai e ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). De acordo com a reportagem da Folha de S. Paulo de abril deste ano, o caso segue sob sigilo e investigado pela promotoria de Justiça.
Envolvidos com Flávio Bolsonaro têm sigilo quebrado
Em abril de 2019, o Ministério Público do Rio de Janeiro quebrou o sigilo de mais de 90 pessoas e empresas ligadas a Flávio Bolsonaro que podem estar envolvidas nos repasses. Há também suspeitas de lavagem de dinheiro com transações de imóveis. Entre as pessoas que tiveram o sigilo quebrado, estão parentes da segunda esposa de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle.
Agostinho Moraes da Silva
Ex-assessor
Agostinho é Policial Militar no Rio de Janeiro. Em depoimento ao GAOCRIM, o policial confirmou que repassava parte do salário para Fabrício Queiroz, porém com a justificativa de ser um investimento no negócio de compra e venda de carros de Queiroz. Outro ponto levantado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, é que Agostinho continuava recebendo como policial, ainda que afastado da função, para cumprir sua carga horária como assessor.
Claudionor Gerbatim de Lima (Sobrinho da atual esposa de Fabrício Queiroz)
Ex-assessor
Já esteve lotado no gabinete dos irmãos Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Carlos Bolsonaro (PSC), como mostrou reportagem do Estadão. A Justiça determinou a quebra do sigilo de Claudionor e investiga a sua participação no esquema de repasse de salário. Ele também é investigado por lavagem de dinheiro no gabinete do ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), entre 2007 e 2018.
Daniela de Siqueira Torres Gomes
Ex-assessora
Daniela é prima de Ana Cristina Valle, ex-esposa de Jair Bolsonaro. O sigilo foi quebrado para identificar possíveis agentes no esquema de laranjas. O MP alega que apenas quebrando o sigilo dos assessores é possível identificar até onde se estendeu o esquema.
Débora Melo Fernandes (Ex-esposa de Fabrício Queiroz)
Ex-assessora
Teve o sigilo bancário e fiscal quebrado. É investigada pelo Ministério Público pelo repasse de salário ao gabinete de Flávio Bolsonaro.
Evelyn Melo de Queiroz (Filha de Fabrício Queiroz)
Ex-assessora
Filha do ex-assessor Fabrício Queiroz, lotada no gabinete de Flávio Bolsonaro (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) com salário mensal de R$ 9.835, 63. Teve o sigilo fiscal e bancário quebrado. É investigada pelo Ministério Público por repasse de salário no gabinete onde trabalhava.
Fabrício Queiroz
Ex-assessor
Em 2018, a COAF identificou movimentações suspeitas — de R$ 1,2 milhão em doze meses — nas contas de Queiroz, que levaram à quebra de sigilo de 95 pessoas e empresas para investigação, sob suspeita de rachadinha e funcionários fantasma. Por ter sido o primeiro alvo das investigações, o esquema ficou conhecido como "Caso Queiroz".
Francisco Siqueira Guimarães Diniz
Ex-assessor
Francisco é primo de Ana Cristina Valle, ex-esposa de Jair Bolsonaro. O sigilo foi quebrado para identificar possíveis agentes no esquema de laranjas. O MP alega que apenas quebrando o sigilo dos assessores é possível identificar até onde se estendeu o esquema.
Guilherme Henrique dos Santos Hudson
Ex-assessor
Guilherme é tio de Ana Cristina Valle, ex-esposa de Jair Bolsonaro. O sigilo foi quebrado para identificar possíveis agentes no esquema de laranjas. O MP alega que apenas quebrando o sigilo dos assessores é possível identificar até onde se estendeu o esquema.
José Candido Procopio da Silva Valle
Ex-assessor
José é pai de Ana Cristina Valle, ex-esposa de Jair Bolsonaro. O sigilo foi quebrado para identificar possíveis agentes no esquema de laranjas. O MP alega que apenas quebrando o sigilo dos assessores é possível identificar até onde se estendeu o esquema.
Juliana Siqueira Guimarães Vargas
Ex-assessora
Juliana é prima de Ana Cristina Valle, ex-esposa de Jair Bolsonaro. O sigilo foi quebrado para identificar possíveis agentes no esquema de laranjas. O MP alega que apenas quebrando o sigilo dos assessores é possível identificar até onde se estendeu o esquema.
Marcia Oliveira de Aguiar (Atual esposa de Fabrício Queiroz)
Ex-assessora
Trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro (PSL) por 10 anos (2007-2017) como consultora especial para assuntos parlamentares, com salário bruto de R$ 9.835,63. Segundo reportagem do jornal O Globo, nunca teve crachá na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Suspeita de repassar o salário para Fabrício Queiroz. Teve o sigilo bancário e fiscal quebrado. É investigada pelo Ministério Público pelo repasse de salário ao gabinete de Flávio Bolsonaro.
Marcio da Silva Gerbatim (Ex-marido da atual esposa de Fabrício Queiroz)
Ex-assessor
Esteve lotado no gabinete dos irmãos Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Carlos Bolsonaro (PSC), como mostrou reportagem do Estadão. A Justiça determinou a quebra do sigilo de Marcio e investiga a sua participação no esquema de repasse de salário. Ele também é investigado por lavagem de dinheiro no gabinete do ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Marina Siqueira Guimarães Diniz
Ex-assessora
Marina é tia de Ana Cristina Valle, ex-esposa de Jair Bolsonaro. O sigilo foi quebrado para identificar possíveis agentes no esquema de laranjas. O MP alega que apenas quebrando o sigilo dos assessores é possível identificar até onde se estendeu o esquema.
Nathália Queiroz (Filha de Fabrício Queiroz)
Ex-assessora
Ex-assessora parlamentar de Jair Bolsonaro (PSL), a personal-trainer trabalhava em uma academia enquanto recebia pelo gabinete, isso sem registro de entrada na Câmara dos Deputados para o exercício da função. Nathalia Queiroz é citada em relatório do Coaf (Conselho de Controle de
Atividades Financeiras), que identificou movimentações financeiras atípicas do policial militar Fabrício Queiroz, seu pai e ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). De acordo com a reportagem da Folha de S. Paulo de abril deste ano, o caso segue sob sigilo e investigado pela promotoria de Justiça.
Wellington Sérvulo Romano da Silva
Ex-assessor
Wellington é Tenente-Coronel da Polícia Militar e, segundo o documento do Ministério Público do Rio de Janeiro, ele esteve ausente do país durante 226 dias entre 2015 e 2016, quando já era assessor nomeado por Flávio Bolsonaro. Assim, o MP-RJ aponta que Wellington pode ser identificado como funcionário fantasma e que teria participado do esquema de rachadinha em troca das "férias prolongadas" — já que enquanto estava registrado como assessor, ele continuava a ganhar o salário de PM ainda que afastado de suas funções na corporação.
Candidatas laranja no PSL
Em 2019, surgiram diversas suspeitas de candidatas laranja do partido dos Bolsonaro: candidatas mulheres que receberam recursos do partido, tiveram votação inexpressiva e teriam devolvido parte do dinheiro para lideranças do partido. As acusações implicaram o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, e o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que chefiavam o PSL nacional e o de Minas Gerais, respectivamente.
Adriana Moreira Borges
Candidata a deputada federal - MG
Foi prometido a candidata R$ 100 mil caso devolvesse R$ 90 mil ao PSL, segundo relato da própria Adriana ao Ministério Público.
Clauzenir Barbosa
Concorreu a deputada estadual - MG
Afirma ter sido pressionada pelo PSL para devolver R$ 50 mil dos R$ 60 mil que recebeu de verba de campanha. Concorreu a deputada estadual, mas não foi eleita — obteve apenas 2.097 votos.
Débora Gomes
Concorreu para deputada estadual - MG
Recebeu R$ 72 mil de verba para campanha, mas obteve apenas 885 votos. Afirma ter gasto R$ 47,6 mil com empresas ligadas a membros do PSL, como Robertinho Soares, assessor de Marcelo Álvaro Antônio, e Mateus Von Rondon, ex-consultor do gabinete e atual assessor especial de Marcelo Álvaro Antônio.
Haissander de Paula
Ex-assessor de Álvaro Antônio
Foi citado nas denúncias das laranjas do PSL: a candidata a deputada estadual Cleuzenir Barbosa enviou ao Ministério Públicou mensagens que teriam sido enviadas por Haissander cobrando devolução da verba de campanha. Haissander foi exonerado da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em fevereiro de 2019. Foi preso temporariamente no dia 27 de junho pela Polícia Federal, que investiga a participação do ex-assessor nas acusações de desvio de verba.
Lilian Bernadino
Concorreu a deputada estadual - MG
Recebeu R$ 65 mil do PSL, mas obeteve apenas 196 votos. Declarou ter gasto ao menos R$ 38,4 mil com empresas e funcionários ligados ao partido, como Mateus Von Rondon, ex-consultor do gabinete e atual assessor especial de Marcelo Álvaro Antônio, e Robertinho Soares, assessor de Marcelo Álvaro Antônio.
Maria de Lourdes Paixão
Concorreu para deputada federal - PE
Recebeu R$ 400 mil do fundo partidário destinado ao PSL, o 3º maior valor repassado a candidatos do partido, mas obteve apenas 274 votos. Gustavo Bebianno era o presidente do PSL durante a campanha.
Mateus Von Rondon
Ex-assessor de Marcelo Álvaro Antônio
Ex-consultor do gabinete e atual assessor especial de Marcelo Álvaro Antônio, Rondon é acusado por diversas candidatas do PSL de receber pagamentos com recursos da verba de campanha. Foi preso temporariamente no dia 27 de junho pela Polícia Federal, que investiga a sua participação nas acusações de desvio de verba.
Milla Fernandes
Concorreu para deputada federal - MG
Recebeu R$ 72 mil do PSL, mas obeteve apenas 324 votos. A candidata afirma que gastou todo o valor na campanha, incluindo R$ 4,9 mil com a gráfica de Mateus Von Rondon, ex-consultor do gabinete e atual assessor especial de Marcelo Álvaro Antônio.
Naftali Tamar
Concorreu para deputada federal - MG
Recebeu R$ 70 mil do partido e teve apenas 669 votos. A candidata declarou R$ 9 mil em gastos com gráfica de Mateus Von Rondon, ex-consultor do gabinete e atual assessor especial de Marcelo Álvaro Antônio.
Reginaldo Donizete Soares
Dono de empresas acusadas de receber verba de campanha
Irmão de Robertinho Soares, Reginaldo é dono das empresas I9 Minas Assessoria e Comunicação, I9 Pesquisas e Comunicação e HP Sign Sinalização Computadorizada. Segundo denúncias das candidatas do PSL, elas teriam sido pressionadas a repassar verba de campanha para as empresas de Reginaldo.
Robertinho Soares
Ex-assessor de Marcelo Álvaro Antônio
Ex-assessor de Marcelo Álvaro Antônio, Roberto Silva Soares é irmão de Reginaldo Soares, dono da gráfica para a qual candidatas do PSL afirmam terem sido instruídas a transferir verba de campanha. Foi preso temporariamente no dia 27 de junho pela Polícia Federal, que investiga a participação do ex-assessor nas acusações de desvio de verba.
Zuleide Oliveira
Teve a candidatura negada pelo TRE de MG
Segundo a candidata, ela receberia R$ 60 mil em verba de campanha caso devolvesse R$ 45 mil ao PSL. A candidata alega que a proposta foi feita diretamente por Álvaro Antônio.
Suspeitas no gabinete de Carlos Bolsonaro
Duas suspeitas que rondam o gabinete de Carlos Bolsonaro: uma assessora alegou nunca ter trabalhado para o vereador e um funcionário possuía dupla função, recebendo como assessor enquanto também trabalhava na equipe de Jair, em 2018.
Nadir Barbosa Goes
Assessora
Nadir fazia parte da lista de servidores comissionados do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PSC). Os documentos de frequência da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, obtidos via Lei de Acesso à Informação pela reportagem do UOL, mostram que o filho de Jair Bolsonaro atestou oficialmente que Nadir Barbosa Goes teve presença integral no trabalho, sem nenhuma falta, entre janeiro de 2016 e novembro de 2018 - com exceção de maio de 2016, que não foi disponibilizado pela Câmara. Porém, em entrevista à Folha de S. Paulo, a idosa de 70 anos alegou nunca ter trabalhado para Carlos Bolsonaro. Até janeiro de 2019, quando foi exonerada, Nadir recebia cerca de R$ 4 mil mensais.
Tercio Arnaud Tomaz
Assessor de Carlos e assessor de comunicação de Jair
Tercio foi nomeado para o cargo de auxiliar de gabinete, pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC), sem trabalhar no legislativo carioca e com salário de R$ 3.641. Segundo reportagem do jornal O Globo, de agosto de 2018, a função do assessor, no entanto, era trabalhar na campanha de Jair Bolsonaro, à época candidato pelo Partido Social Liberal (PSL) à Presidência da República.