Ao todo, mais de 1550 pessoas e mais de 550 organizações assinaram pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Foram enviados 153 documentos ao presidente da Câmara dos Deputados, sendo 97 pedidos originais, 7 aditamentos e 47 pedidos duplicados. Até agora, apenas 7 pedidos foram arquivados ou desconsiderados. Os outros 144 aguardam análise.
Ao todo, mais de 1550 pessoas e mais de 550 organizações assinaram pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Foram enviados 153 documentos ao presidente da Câmara dos Deputados, sendo 97 pedidos originais, 7 aditamentos e 47 pedidos duplicados. Até agora, apenas 7 pedidos foram arquivados ou desconsiderados. Os outros 144 aguardam análise.

Linha do tempo

Há pouco mais de dois anos ocupando a Presidência da República, Jair Bolsonaro enfrenta duas crises simultâneas: a sanitária, gerada pela Covid-19 – o Brasil é o terceiro país com maior número de casos no mundo – , e a política, que ganhou novas dimensões desde o início da pandemia. Mas crise é o que não faltou desde o início do governo: logo em seu segundo mês, o PSL, então partido do presidente, foi acusado de ter abrigado um esquema de candidaturas laranjas nas eleições de 2018, o que levou à primeira queda de ministro – Gustavo Bebianno – poucos dias depois da denúncia.

De lá para cá, outros onze ministros já deixaram o governo após disputas internas ou desentendimentos com o presidente – o último foi Sergio Moro, que atribuiu a ele a tentativa de interferência na Polícia Federal. Na área ambiental, Bolsonaro tem sido duramente criticado pelo aumento do desmatamento na Amazônia e o lançamento de medidas que, segundo especialistas, podem premiar os invasores de terras públicas – como a MP 910/2019, apelidada de “MP da Grilagem”, substituída no Congresso por um projeto de lei que aguarda votação. Em vídeo de reunião ministerial do dia 22 de abril, publicado por ordem do STF, o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, sugeriu que a atenção dedicada pela imprensa à pandemia de Covid-19 poderia ser aproveitada para passar “a boiada” e flexibilizar normas ambientais. 

A postura de Bolsonaro tem lhe rendido críticas de líderes e da imprensa internacional. No início de maio, ele foi caracterizado pela revista científica britânica The Lancet, uma das publicações médicas mais conceituadas do mundo, como “a maior ameaça à resposta do Brasil à Covid-19”. O apoio ao presidente tem se mantido mais ou menos estável ao longo das sucessivas crises: a última pesquisa do Instituto Datafolha de 2020, em dezembro, indicou que 37% da população o avaliavam como bom ou ótimo, maior indíce desde o início do governo. A reprovação também se manteve relativamente estável nas últimas duas pesquisas do ano, 34% em agosto e 32% no último mês. O pico de reprovação aconteceu em maio e junho, com, respectivamente, 43% e 44% dos entrevistados avaliando o governo como ruim ou péssimo.

Na linha do tempo abaixo, você entende os principais acontecimentos do governo Bolsonaro até aqui: