Protocolado pelo eletricista paulista Francis Rodrigues da Silva no dia 1 de setembro de 2020, o pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro enumera crimes e infrações que ele teria cometido desde o início de sua carreira política. Embora esses crimes não configurem crime de responsabilidade, que tem que ser cometido durante a presidência, Rodrigues ressalta ainda a atuação de Bolsonaro enquanto deputado federal (1991-2018) ao aprovar somente dois Projetos de Lei (PL) e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), além do histórico antidemocrático do presidente e a sua “idolatria a conhecidos ditadores”.
A peça, que foca principalmente nos atos e supostos crimes cometidos no primeiro ano de mandato, denuncia a gestão ambiental do presidente, assim como a política econômica e social, os ataques aos povos tradicionais, homofobia, ataques à imprensa e aos três poderes, misoginia, discurso de ódio, entre outros. Baseando-se principalmente no Art. 9 da Lei 1.079/50, incisos 3,5 e 7, Rodrigues acusa o mandatário de atos contrários à Constituição, infração das normas legais e quebra de decoro.
O pedido diz que “o mandato do presidente Bolsonaro está sendo atípico, é notável que em sua gestão ocorrem percalços significantes e crises no âmbito nacional e internacional, toda semana, seja pela forma como o presidente e sua equipe se relacionam entre si, com integrantes dos poderes Legislativo e Judiciário e, a sociedade”.
A peça apresenta uma extensa lista de ações tomadas durante o primeiro ano do mandato, entre elas impunidade às mineradoras, ataques à indígenas e quilombolas, política de armamento, segurança alimentar e agrotóxicos, relativização da soberania brasileira e o caso Fabrício Queiroz.