Protocolado em abril pelos empresários catarinenses Jefferson Forest, Paulo Augusto Machado e Lucas Lima, o pedido de impeachment de Jair Bolsonaro, baseia-se nas declarações do ex-ministro Sérgio Moro. Em coletiva de imprensa no dia 24 de abril, Moro anunciou seu pedido de exoneração, alegando, sobretudo, suposta interferência do presidente na Polícia Federal.
O pedido ressalta o compromisso firmado pelo presidente ao empossar, há um ano, Moro como Ministro da Justiça e Segurança Pública, garantindo total autonomia para a sua gestão no Ministério, bem como a da Polícia Federal.
A peça apresenta diversos trechos das declarações de Sérgio Moro e acusa o presidente de cometer crime de responsabilidade ao violar o Artigo 85 da Constituição Federal e o Artigo 9 da Lei de Impeachment, que estabelece como crime na probidade da administração “expedir ordens ou fazer requisição de forma contrária às disposições expressas da Constituição, infringir no provimento dos cargos públicos as normas legais, coagir de funcionários públicos, assim como agir de maneira indecorosa”.
O pedido salienta também as declarações do presidente, que em coletiva de imprensa realizada no mesmo dia, em resposta às declarações de Moro, “admitiu expressamente a sua tentativa de interferência política nas atribuições da Polícia Federal”, ao pedir informações sobre o caso de Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada em 2018.
Para corroborar, o pedido apresenta ainda trechos das conversas entre Sérgio Moro e Bolsonaro, divulgadas pelo Jornal Nacional, assim como do ex-ministro com a parlamentar Carla Zambeli (PSL), que expressam, de acordo com o proponente, as tentativas de interferência política.