O pedido apresentado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) se baseia em três pontos, todos elencados como crimes de responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro: participação no ato em frente ao Quartel General do Exército; tentativa de interferência na Polícia Federal; e conduta durante a pandemia de COVID-19.
No dia 19 de abril, o Presidente da República, que também é Comandante das Forças Armadas, teria incitado “a desobediência à lei e infração à disciplina” ao público militar quando discursou em frente ao Quartel General do Exército. De acordo com o pedido da ABI, a ação pode ser considerada crime de responsabilidade de acordo com a Lei nº 1079/50, art. 7º, incisos 7 e 8.
A seguir, a Abi afirma que “a requisição de acesso aos relatórios sigilosos da PF, além de se constituir em contrariedade a princípio constitucional elencado em disposição da Constituição (art. 37, caput), notadamente da legalidade, impessoalidade e moralidade, tipifica modo de proceder incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo de Presidente da República”.
Por fim, a entidade pontua que a conduta de Bolsonaro durante a pandemia de COVID-19 é incompatível com a dignidade de um Chefe de Estado já que “coloca em risco a saúde e vida dos brasileiros, notadamente daqueles em maior vulnerabilidade”, além de causar “rebaixamento da credibilidade da Presidência da República, e consequentemente do país, nas relações internacionais.”
Entre as testemunhas a serem convocadas se o pedido for aceito estão o ex-ministro Sérgio Moro, o Ex-Secretário de Vigilância em Saúde no Ministério da Saúde Wanderson Oliveira e o General Carlos Alberto dos Santos Cruz.