Viagem ao Tocantins e Pará

A expedição a Tocantins e Pará começou em Belo Horizonte, na madrugada de 30 de maio de 2015, e terminou em Belém, ao entardecer de 9 de junho. Foram percorridos cerca de 4 mil quilômetros de estradas.

Meus companheiros de viagem foram o veterinário e professor aposentado da UFMG Geraldo Francisco Araújo, meu irmão, e sua mulher Ivone, que participaram da aventura como voluntários, não remunerados.

Entramos em Tocantins pela BR 242, conhecida como “Rodovia da Soja”, que corta o Estado da Bahia de leste a oeste até o rico município de Luiz Eduardo Magalhães.

A impressão em longos trechos da viagem é de um mar verde de soja, sorgo, milho e milheto que avança pela Bahia, Tocantins, Pará, Maranhão e Piauí. Esse mar verde é conhecido por Matopiba, junção das siglas dos cinco estados.

Na primeira parada em Tocantins, em Dianópolis, assaltantes armados tinham acabado de roubar duas picapes – iguais à que usávamos – na rodovia estadual 040, a poucos quilômetros da cidade, e o clima na região era de medo.

Com a estrada esburacada, os motoristas são obrigados a reduzir a velocidade, e ficam vulneráveis à ação de bandos que visam especialmente as picapes. O trecho de Dianópolis a Porto Nacional foi percorrido sob tensão.

A segurança voltou a nos preocupar no sul do Pará, entre Xinguara e Canaã dos Carajás (por causa do longo trecho sem asfalto) e entre Parauapebas e Marabá, onde também são frequentes os assaltos à noite.

Do ponto de vista pessoal, foi grande a emoção dos encontros com os rios Tocantins, Araguaia e Moju e a tristeza por mais uma vez constatar o desmatamento das florestas.

No sul do Pará, fazendas de gado substituíram a mata nativa. Nas margens das estradas, até onde a vista alcança, há poucas castanheiras de pé, como testemunhas da natureza que um dia existiu ali. Acompanhe a nossa viagem clicando no mapa abaixo:

Dianópolis, Porto Nacional e Palmas

Em março de 2009, quando inaugurou a TV Anhanguera de Palmas, afiliada da Globo, Fátima Roriz, diretora do Grupo Jaime Câmara, comparou a troca de status de retransmissora para geradora a passar de filial para matriz. Se a TV fosse um imóvel, disse ela, a concessão seria a escritura.

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Guaraí

É meio dia na escaldante Guaraí, uma pequena cidade do norte do Tocantins cortada pela rodovia que liga Palmas a Belém do Pará. O jovem professor de direito Nivaldo Junior ignora o calor e sobe apressado os dois lances da escada que dão acesso ao estúdio da TV Guará. Com um salto na direção da câmera, começa mais uma edição do Tribuna do Povo, uma mistura de jornalismo e entretenimento que vai ao ar no horário nobre das emissoras do interior: o do almoço.

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Colina do Tocantins

A história da TV Colina é tão cheia de reviravoltas que parece obra de ficção, mas trata-se um caso exemplar do uso político dos meios de comunicação na Amazônia Legal.

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Conceição do Araguaia

Famosa pelo rio que a margeia, o Araguaia, e pelo histórico de violência no meio rural, Conceição do Araguaia, no Pará, tem apenas 36 mil habitantes e duas emissoras de televisão, repetidoras do SBT e da Record, que produzem programas locais

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Redenção

Nas manhãs de sexta-feira, o estúdio da TV Cidade, de Redenção, é invadido pela trupe do cantor sertanejo Simião Nogueira, que apresenta o Clube da Viola. Ele chega cedo à emissora para limpar e decorar o cenário com cachos de banana, berrante, chifres de boi e produtos dos patrocinadores. Há cuidado especial com o fogão a lenha, que precisa estar fumegante quando o programa semanal entra no ar, ao meio-dia.

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Xinguara

“Aqui a gente brinca de fazer televisão”, resumiu bem humorado o empresário Júlio César Pitombo, proprietário da afiliada do SBT em Xinguara, no sul do Pará. O empresário, de 49 anos, admite que sua emissora cobra pagamento dos políticos para entrevistá-los. “Eu não bajulo ninguém. O político que quiser aparecer vai ter que gastar algum. Ele vai ter que pagar alguma coisa pra sair, se não eu não faço.”

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Canaã dos Carajás

Canaã dos Carajás, no sul do Pará, é uma cidade dormitório que abriga milhares de trabalhadores terceirizados das minas da Companhia Vale. Lembra o Velho Oeste norte-americano: empoeirada, com maioria da população masculina e onde tudo parece estar em construção.

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Parauapebas e Curionópolis

O prefeito de Curionópolis, Wenderson Chamon, do PMDB, é o novo fenômeno da radiodifusão do sul do Pará. Ele montou uma rede regional de televisão, afiliada ao SBT, a partir de seis retransmissoras obtidas em 2010, no último ano do governo Lula.

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Marabá

Um homem de meia idade e acima do peso vem ao meu encontro em Marabá. É Demetrius Fernandes Oliveira, de 59 anos, ex-suplente do senador Mário Couto, do PSDB. Ele retransmitiu o SBT na cidade até dezembro de 2014, quando perdeu a bandeira da emissora para o prefeito de Curionópolis, Wenderson Chamon, do PMDB.

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