Com 17 mil perícias atrasadas, polícia vive crise pior do que disse Doutor Rosinha
“Mais de 10 mil” é insuficiente para descrever a crescente fila de perícias pendentes na computação forense da Polícia Científica
“Há mais de 10 mil celulares e computadores que tem que ser analisados [pela Polícia Científica], e que não tem técnico para analisar isso. Aí não esclarece os crimes”, disse Doutor Rosinha, do PT, durante debate no jornal “Gazeta do Povo”.
Mas, nesta semana, a fila de espera na seção de computação forense da Polícia Científica chegou a 17.755 requisições de perícia. São aparelhos celulares, discos rígidos de computadores e outros dispositivos digitais. Por isso a declaração do candidato petista ao governo do Paraná foi considerada subestimada.
O Truco nos Estados – projeto de fact-checking da Agência Pública, feito no Paraná em parceria com o Livre.jor – acionou o Sinpoapar (Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná) para atualizar os dados.
Foi a entidade quem trouxe a público o problema, em maio, expondo a falta de quadros na Polícia Científica do Paraná.
Em maio, 16.967 requisições aguardavam exames periciais. Eram 1.398 na fila chamada de “prioridade absoluta” (necessários para a elucidação de casos envolvendo menores de idade, infratores ou vítimas) , 1.839 na “prioridade legal” (relacionados a casos nos quais ou o réu já está preso, ou situações de violência contra a mulher enquadradas na Lei Maria da Penha, ou processos levados ao Tribunal do Júri, ou envolvendo idosos) e 13.730 no fim da fila.
Foram esses números que ganharam a imprensa regional, cujas notícias a assessoria do candidato disse ter embasado o comentário do Doutor Rosinha. De lá para cá, apesar da denúncia, a situação piorou. Já são 17.755 perícias atrasadas, sendo 1.406 de prioridade absoluta, 2.053 de prioridade legal e 14.296 na fila geral. A consulta a esses dados está disponível na internet, mas é preciso possuir um número de identificação para acessar as informações. Por isso o Sinpoapar foi consultado.
Pra zerar a fila, cinco anos – O sindicato fez uma conta para descrever a gravidade da situação. Para zerar a fila existente hoje, diz, desconsiderando qualquer caso novo, em até cinco anos, a entidade calcula que seriam necessários 32 peritos trabalhando na unidade de Curitiba (que concentra 90% das análises da computação forense). Hoje, ali, são só nove.
Dizem os peritos da Científica que o exame de um celular demora, em média, seis horas. Periciar um disco rígido de computador, 30 horas. Ou seja, se a fila de “prioridade absoluta” tivesse hoje só celulares, seriam necessárias 8.334 horas de trabalho. Mas ali há também computadores e outros materiais. Sem contar outras áreas de atuação da polícia, como a Balística, igualmente debilitadas.
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