De cada três potenciais doadores no Paraná, um tem os órgãos destinados a transplante
Foto: EBC
PP - Cida Borghetti

De cada três potenciais doadores no Paraná, um tem os órgãos destinados a transplante

Paraná cumpriu a meta de doação de órgãos em 2016 e 2017. No ano passado, proporcionalmente à população, foi o melhor estado no ranking nacional

Saúde

José Lázaro Jr.
3 minutos

“O Paraná é o primeiro no ranking em doação e captação de órgãos”, disse Cida Borghetti (PP), candidata à reeleição, em propaganda eleitoral divulgada nas redes sociais no dia 29 de setembro.

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), em 2017, o Paraná foi o estado brasileiro que, proporcionalmente à população, mais realizou esse procedimento cirúrgico no Brasil. Foram 81,5 transplantes por milhão de habitantes. Em segundo lugar ficou o Rio Grande do Sul (71,7), seguido por São Paulo (67,7).

Os números constam na edição para 2017 do Registro Brasileiro de Transplantes. No mesmo levantamento, o Paraná lidera o ranking de notificações para doação. Foram 98,8 por milhão de habitantes, à frente de Santa Catarina (82) e Distrito Federal (81).

Em 2017, entretanto, o Paraná ficou em segundo lugar no quesito que avalia o sucesso em converter essas notificações em doações. Esse título coube aos catarinenses, com 40,8 doadores efetivos por milhão de habitantes, ante 38 do Paraná e 26,1, do Rio Grande do Sul, em terceiro lugar.

Contudo a situação mudou no primeiro semestre de 2018, segundo o relatório mais atualizado disponibilizado pela ABTO. De janeiro a junho, o Paraná registrou 50,2 doadores efetivos por milhão de habitante, enquanto Santa Catarina marcou 40,6. Não houve mudança no ranking nos outros dois quesitos, apenas variação nos valores absolutos.

Por isso, o Truco nos Estados – projeto de fact-checking da Agência Pública realizado no Paraná em parceria com o Livre.jor – considerou verdadeira a afirmação.

Vale ressaltar que a maior parte dos números diz respeito ao período em que ela ocupava a vice-governadoria.

Só em abril deste ano Beto Richa (PSDB) deixou o cargo, passando o comando do estado para Cida.

A melhora nos números do Paraná começa em 2015, quando o estado superou a média de notificações e de doadores efetivos da Região Sul. Em 2014 foram 570 potenciais doadores, dos quais 173 efetivaram transplantes. Em 2015, a marca subiu, respectivamente, para 734 e 241. Em 2016, 956 e 345. No ano passado, foram 1.111 notificações e 427 doadores efetivos – ou seja, de cada três potenciais doadores, um pode salvar outras vidas.

Fila de espera – “Em 2017, a taxa de doadores efetivos cresceu 14%, atingindo 16,6 pmp [doador por milhão de habitantes, no termo técnico usado pela ABTO], esse acréscimo permitiu alcançar o objetivo previsto em 2015 para esse ano (16,6 pmp), e decorreu do aumento de 3,8% na taxa de notificação de potenciais doadores (51,6 pmp) e de 10,2% na taxa de efetivação de doadores (32,4%)”, diz Valter Duro Garcia, na apresentação do relatório.

“É interessante observar que, nos últimos oito anos, de 2010 a 2017, a taxa de doadores efetivos cresceu 69%, tendo passado de 9,9 pmp para 16,7 pmp, enquanto a taxa de notificação de potenciais doadores aumentou 41% e a de efetivação da doação teve incremento de 21%”, completa o membro da ABTO.

Apesar da avaliação positiva feita pela entidade, em dezembro de 2017 havia no Brasil 32.402 pessoas na fila de espera por transplante de órgãos. No Paraná, são 1.328 indivíduos. A doação de rim é a que mais pressiona esse indicador, com 1.134 pessoas na fila. Depois vem a necessidade de fígado (156), coração (18), pâncreas (17) e córnea (2).

Pulmão e pâncreas – Ao avaliar o quadro nacional, a ABTO destaca a dificuldade de efetivar transplantes de pulmão e de pâncreas. “ O transplante pulmonar foi realizado em apenas quatro estados e somente no RS (4,6 pmp) a taxa foi superior a 2 pmp. Esses 111 transplantes com doador falecido representam um aproveitamento de 3,2%, muito abaixo dos 20% esperados, refletindo além dos fatores para o transplante cardíaco, um número irrisório de equipes de transplante”, alerta o relatório.

“O transplante de pâncreas continua com sua lenta agonia e foi realizado em três regiões e sete estados; apenas no PR (2,0) e SC (1,7) foram feitos mais do que 1,5 transplante pmp. O financiamento inadequado é um dos fatores importantes para essa situação”.

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