França erra taxa atual de crescimento da economia paulista
Reprodução/TV Cultura
PSB - Márcio França

França erra taxa atual de crescimento da economia paulista

Produto Interno Bruto do estado não evolui 6% ao ano, como afirmou o governador

Economia

Anna Beatriz Anjos
2 minutos

“Hoje, SP está crescendo 6% ao ano.” – Márcio França (PSB), durante o programa Roda Viva, da TV Cultura.

Ao ser entrevistado no programa Roda Viva, o governador Márcio França (PSB) afirmou que a economia paulista cresce 6% ao ano. O Truco nos Estados – projeto de checagem de fatos da Agência Pública – verificou o número e constatou que é falso, já que o atual ritmo de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do estado é muito inferior ao citado pelo candidato.

A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), vinculada à Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado, é o órgão responsável por disseminar estatísticas socioeconômicas e demográficas sobre São Paulo, como, por exemplo, o PIB, que mede a geração de riqueza. De acordo com a entidade, os resultados definitivos do PIB são divulgados com até dois anos de defasagem. Por isso, os mais recentes dados a serem consolidados são referentes a 2015 – em novembro, serão publicados os indicadores de 2016.

Sobre 2017, existe uma projeção, que aponta crescimento de 1,7% da economia paulista durante aquele período, conforme informou a assessoria de imprensa da Seade. A fundação reforça que as informações são preliminares e sujeitas a revisão. Ainda assim, o número apresentado por França fica muito aquém do divulgado oficialmente.

O governador afirmou ainda que o PIB paulista evolui mais aceleradamente na comparação à média brasileira. Quando se trata de PIB nacional, a análise fica a cargo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cuja lógica de divulgação é similar à da Fundação Seade – portanto, 2015 é o último ano sobre o qual há dados fechados. As avaliações iniciais do IBGE apontam que, em 2017, o PIB do Brasil foi incrementado em 1%. De fato, esse é um aumento menor do que o registrado por São Paulo.

Questionada sobre a fonte do dado mencionado por França, sua equipe de comunicação respondeu apenas que “o crescimento nominal foi de 6%, considerando 4% de inflação e o PIB de 2,5%”, sem indicar a origem das informações. Para se aferir a variação de produtividade, contudo, o PIB nominal não é o indicador mais utilizado, já que leva em conta as oscilações de preços e serviços. Para essa finalidade, os órgãos governamentais privilegiam o PIB real, calculado a preços constantes, o que elimina os efeitos da inflação.

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