O carioca Antônio Máximo diz que é rubro-negro antes mesmo de dar seu histórico profissional: desenhista de arquitetura, arte-finalista, desenhista de mobiliário e marceneiro, artista gráfico e estudante de história. Nascido e criado em Vila Isabel, Máximo alimenta um blog e espalha sua arte política por aí, doa a quem doer.
Com os mega eventos, o buraco é mais em baixo. Diz que não acredita neles desde a seleção de 1982 porque a Copa do Mundo transforma as cidades em grandes estandes de venda e os craques em mercadoria “muito bem confeccionada nas salas de imprensa”.
Máximo também critica, nos desenhos e com palavras a assepsia da FIFA que toma forma a cada dia: “Assepsia não só para inglês ver mas também para a Adidas, Nike, etc”.
Veja suas ilustrações na galeria rotativa e leia as explicações do artista para cada uma delas:
“Mundo da Bola mostra que a classe média que agora, ao invés de querer seus filhos “doutores”, já os coloca, desde cedo, em “escolinhas de futebol” pensando em vê-los “Ronaldos”.
“Em O quanto eles se importam basta olhar para a cabra. No lugar dela talvez pudessem estar o Blatter ou o Ricardo Teixeira. O resultado seria o mesmo.”
“Para cidade dispensável lembrei-me da comunidade da Vila Autódromo ameaçada de remoção por causa das obras da Copa? o povo resistindo, batendo de frente com um bloco de concreto.”
“Livre Mercado diz que o que menos importa é o futebol. A Fifa deixou o osso a ser disputado entre os ratos.”
“Burro sem Rabo é o nome que se dá aqui no Rio ao trabalhador que puxa uma espécie de carro de madeira, em geral, pra carregar mudança, material de construção, etc. Na charge, procurei caracterizar a divisão que parece ser a intenção da Fifa com seus territórios de exclusão, durante a Copa, aqui no Rio. Uma cerca no meio, de um lado o “burro sem rabo”, do outro o Rio Maravilha, a zona sul, a praia, sob a benção do Cristo.