Painel com rosto de mortos e desaparecidos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985). Foto: Comissão Nacional da VerdadeO golpe que instalou a ditadura militar no Brasil completa hoje 51 anos e ainda há muito a se descobrir o que aconteceu naquele período que matou pelo menos 434 pessoas, boa parte delas sob tortura ou vítimas de execuções e posterior desaparecimento dos corpos.
Para além das descobertas da Comissão da Verdade, a maior parte delas ratificando histórias já conhecidas, o jornalismo tem um papel fundamental para jogar luz nesse período em que a violência dos agentes do Estado calou a boca dos que se insurgiram contra a ilegalidade e arbitrariedade dos governos ditatoriais. As consequências do período de exceção, como apontaram diversos especialistas, incluem a permanência dos métodos ilegais e violentos na atuação policial na democracia que construímos.
Publicamos aqui quatro reportagens – cada uma produzida em um dos anos de vida da Pública – que revelaram novas facetas do período militar – do massacre de camponeses e índios no Araguaia ao bombardeio de moradores do Vale do Ribeira com Napalm. Também se republica o perfil de um delegado do Dops, a partir de entrevistas gravadas com mais de 15 horas de duração, e uma reportagem baseada em documentos do National Archives vazados pelo Wikileaks, mostrando a estranha semelhança entre os métodos da DEA no Cone Sul e a então futura Operação Condor, realizada pelas polícias políticas do Brasil, Argentina, Uruguai e Chile.
Leia – ou releia – as reportagens:
– Napalm no Vale do Ribeira (2014)
– Ligações perigosas: a DEA e as operações ilegais da PF brasileira (2013)
– Conversas com Mr. DOPS (2012)
– Araguaia: o massacre que as Forças Armadas querem apagar (2011)