Nas duas últimas edições da COP, a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, o número de lobistas de empresas de petróleo e do agronegócio era maior que delegações inteiras de alguns países. A presença massiva de empresas no principal evento sobre mudanças climáticas pode influenciar na tomada de decisões que beneficiem grandes corporações, ao invés de frear a crise climática e atender as populações mais prejudicadas por ela.
Muitas empresas adotam discursos alinhados a uma preocupação socioambiental, mas na realidade, suas ações prejudicam a natureza, o clima e perpetuam modelos de produção e consumo insustentáveis. Essa prática de disfarçar ações danosas com mensagens sustentáveis é chamada de greenwashing e prejudica ações e discussões que levem a uma transição energética justa.
No ano em que a COP será realizada no Brasil – em Belém, cidade amazônica –, é fundamental ficar de olho em práticas de greenwashing que possam prejudicar a discussão sobre a transição energética e a crise climática. É por isso que a Agência Pública e o IDEC – Instituto de Defesa do Consumidor – se juntam para realizar a 19ª edição das Microbolsas da Pública, que tem como tema greenwashing x transição energética. Serão distribuídas 3 bolsas de R$ 9 mil para as melhores pautas sobre o tema.
Buscamos propostas de pauta que investiguem ações de greenwashing praticadas por empresas. Essas ações podem envolver lobby, soluções que se vendem como “verdes”, mas são prejudiciais à natureza, desinformação, entre outros aspectos. Aqui na Agência Pública, por exemplo, já investigamos como o agronegócio e a extrema-direita espalham desinformação sobre o aquecimento global.
As inscrições devem ser feitas até dia 15/06 pelo formulário. Podem se inscrever repórteres de todo o país, interessados em produzir reportagens investigativas sobre práticas de greenwashing e seus impactos na transição energética. Para fazer a inscrição, é necessário enviar uma pré-apuração, roteiro de pauta, cronograma e orçamento. A bolsa deve ser usada para custear a produção da reportagem, da forma que a/o repórter preferir. O regulamento do edital pode ser acessado aqui. Outras dúvidas podem devem ser encaminhadas para contato@apublica.org.
Além da bolsa de R$ 9 mil, os repórteres recebem uma mentoria dos editores da Pública e são convidados a fazer parte de nossa rede de fellows. Os participantes da rede de fellows da Pública recebem oportunidades de estudos e de trabalho, além de convites para cursos, eventos online, encontros com a redação e debates com convidados.
Leia o regulamento completo e inscreva-se.