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Da Redação

O que descobrimos com o Mapa do Jornalismo Independente

São 79 iniciativas espalhadas por 12 estados e com variadas formas de financiamento

Da Redação
21 de novembro de 2016
11:59
Este artigo tem mais de 8 ano

Entre novembro de 2015 e fevereiro de 2016, a Pública se dedicou a mapear o jornalismo independente no Brasil. Era algo que não havia sido feito até então e que se encaixa na nossa missão de fomentar o jornalismo independente no Brasil. O Mapa é uma ferramenta que pode ajudar a entender melhor esse cenário e funcionar como um catálogo para as pessoas interessadas em acompanhar novos meios de comunicação.

A equipe da Pública fez uma lista de organizações independentes e estabeleceu alguns critérios para incluí-las no mapa. Foram selecionadas aquelas que nasceram na rede, fruto de projetos coletivos e não ligados a grandes grupos de mídia, políticos, organizações ou empresas. Blogs não entraram porque geralmente são iniciativas individuais, com tom pessoal, não necessariamente jornalístico, e sem a pretensão de se tornarem veículos autossustentáveis, uma das marcas da geração que está surgindo no jornalismo nacional.

A equipe montou um formulário e pediu que os veículos independentes selecionados a partir dos critérios iniciais respondessem e indicassem outras organizações que se encaixavam nas regras. Foram mapeadas 79 iniciativas em 12 estados e no Distrito Federal. O estado de São Paulo concentra 36 veículos independentes, quase a metade dos que aparecem no Mapa. Encontramos sete organizações descentralizadas e, por terem sido criadas na rede, não têm um só local de fundação. É o caso da Revista AzMina, que reúne pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Estados Unidos e Portugal.

O Mapa do Jornalismo mostra apenas organizações em atividade. Entre as iniciativas listadas, a mais antiga é o site Scream and Yell, especializado em jornalismo musical e fundado em 1996. Entre 1996 e 2006, o surgimento de veículos de jornalismo independente no Brasil passa por períodos instáveis, com alguns anos sem registro de criação de organizações. A partir de 2006 é possível observar o surgimento de ao menos um veículo por ano. De 2013 para 2014, a fundação de novas organizações saltou de cinco para 18.

A partir de informações fornecidas pelas iniciativas, foi possível mapear também a forma como essas organizações se sustentam. Entre as 79, 32 têm caráter comercial e 47 são sem fins lucrativos. Dos 57 veículos que possuem alguma forma de financiamento, 35 mencionaram fontes de renda variadas e 22, somente uma. As 22 outras organizações ainda não contam com financiamento.

A fonte de renda mais mencionada pelas organizações com fins lucrativos foi a utilização de publicidade (13). Já entre as iniciativas sem fins lucrativos, sete veículos mencionaram o uso de publicidade, enquanto o modelo de financiamento mais citado por esse segmento é a doação de pessoas jurídicas (15). Dos 47 veículos sem caráter comercial, 18 ainda não contam com fontes de financiamento. Entre os veículos com caráter comercial, o número cai para sete.

A maioria dos veículos de jornalismo independente usa sites próprios (59) para publicar seu conteúdo, enquanto 13 divulgam a produção diretamente no Facebook. Os demais publicam em blogs, no Medium e em outras redes sociais, como Twitter e YouTube. Já o Farol Jornalismo, de Porto Alegre, dissemina sua produção através de newsletters semanais.

Esta análise considera apenas as organizações selecionadas pela Pública para entrar no Mapa do Jornalismo. O Mapa é uma ferramenta viva e participativa, que permite aos leitores incluir novos veículos independentes que não necessariamente atendem aos nossos critérios.

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