Nesse Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, 30 organizações de jornalismo digital unem forças para lançar a Associação de Jornalismo Digital (Ajor). A nova associação foi criada para fortalecer o nascente jornalismo digital brasileiro, que tem demonstrado a sua força na pauta nacional nos últimos anos. Entre elas estão organizações como Nexo, Congresso em Foco, Meio, Ponte Jornalismo, Amazônia Real, o Eco , Repórter Brasil e Jota.
A Agência Pública é uma das fundadoras da Ajor e preside o primeiro conselho da entidade através da sua diretora Natalia Viana.
A partir de hoje, a Ajor vai conduzir suas atividades em três eixos: profissionalização e fortalecimento das associadas, defesa do jornalismo e da democracia e promoção da diversidade.
Desde o lançamento do Mapa do Jornalismo Independente, produzido pela Pública em 2016, as novas iniciativas jornalísticas não pararam de crescer. Foram elas que trouxeram o Fact-Cheking para o Brasil, que lideraram furos como Vaza-Jato e o caso de Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, e que estão liderando o jornalismo no Youtube, com canais como My News e Reload.
Essas organizações independentes também estão inovando no financiamento, com modelos de membership, crowdfunding, assinaturas digitais, newsletters, eventos e projetos patrocinados como as bolsas de reportagem.
“A Ajor nasce com uma tarefa histórica no Brasil: consolidar as mídias emergentes para permitir uma maior diversidade no jornalismo em um ambiente que sempre foi muito concentrado”, diz Natalia Viana, diretora executiva da Pública e presidente da Ajor. “Até os anos 80, a ditadura militar se encarregou de asfixiar financeiramente e com violência política as publicações independentes como Jornal Movimento, Pasquim, Opinião. Desde então, o próprio cenário concentrado de mídia impedia o surgimento de iniciativas profissionais e de peso. A internet marca o início de uma nova era no jornalismo brasileiro, e a Ajor é a cristalização dessa tendência”.
A origem da Ajor, Associação de Jornalismo Digital, está ligada ao Festival 3i – jornalismo inovador, inspirador e independente. Um grupo de 13 empresas e ONGs se uniram em 2017 para criar o festival, desenhado para celebrar as inovações no cenário da mídia no Brasil, em grande parte longe das redações tradicionais.
O Festival 3i teve duas edições nacionais, no Rio de Janeiro (2017 e 2019), e três edições regionais, em Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte. Com a missão de inspirar uma nova geração de jornalistas, o Festival 3i recebeu mais de 1.300 profissionais e estudantes nas suas diversas edições e alcançou uma audiência online de mais de 140 mil pessoas. A partir de 2022, o Festival passa a ser anual e a ser produzido pela nova associação.