Embora com muitas cicatrizes na alma por uma luta de décadas em defesa dos povos indígenas, certa vez, em uma fala aos jovens, o líder indígena Waldir Tobias da terra Indígena Raposa Serra do Sol, que também esteve na mobilização da Constituição Federal em 1988, enfatizou que os jovens indígenas não deveriam desistir de lutar pelos seus direitos. “Juventude, nós já remamos neste barco até aqui, agora é a vez de vocês, continuem a remar o barco, não parem.” Quando pensamos na Amazônia, logo vêm à cabeça as adversidades e os inúmeros problemas que a afetam. Pouco paramos para refletir sobre quem serão as lideranças indígenas que continuarão a luta ancestral dos povos indígenas, que são os maiores defensores da natureza na região. Conversei com cinco jovens lideranças indígenas de diferentes estados da Amazônia para compreender quais são os desafios do futuro e as lutas do presente.
O povo Juma resiste
À beira da extinção, o povo Juma vem resistindo a longos processos de violência. O jovem líder Puré Juma, 21 anos, vive na Aldeia Juma, no Município de Canutama, Estado do Amazonas. O jovem, que também pertence ao povo Uru-Eu-Wau-Wau, iniciou sua trajetória no movimento aos 14 anos, quando ainda morava em Rondônia. Ele conta que aprendeu sobre ser liderança indígena em meio às assembleias e conferências que ocorreram no estado para discutir a política indigenista. Hoje ele é chefe do departamento de juventude da Organização dos Povos Indígenas da Alto Madeira (OPIAM) e também coordenador da associação do seu povo, Jawarapina.
A maior preocupação de Puré é mostrar que seu povo continua resistindo e, mesmo com todas as tentativas de dizimá-lo, luta para manter o legado dos líderes que se foram.
“Quero tornar visível nossa história que tentaram apagar porque meu povo foi dizimado em milhões. Nos anos 80 a 90, nós já éramos estimados entre 12 mil a 15 mil indígenas, e se for somar hoje temos uma faixa de 20 pessoas, então é um número reduzido. O que enxergo hoje é o meu papel de poder levar essa informação o mais longe possível para que todos possam reconhecer o meu povo, que é um povo resistente”, ressaltou Puré.
Ele relata que até o momento não sofreu nenhuma ameaça direta, mas acredita que não irá demorar muito para isso ocorrer. Entre os maiores problemas enfrentados no território Juma estão a caça e a pesca ilegais. Outro perigo que tem se aproximado é a exploração de madeira.
“Os pescadores e caçadores vêm de outras capitais, de outras cidades, para caçar tracajá, tucunaré e pirarucu. Eles vêm pra fazer essa comercialização, muitos vêm do município de Canutama, que dá em torno de seis a sete horas de barco no motor voadeira. Outro conflito é com madeireiros, que estão muito próximos do nosso território, que fica na BR 230, sentido Lábrea. Esse conflito que há entre as estradas e o território traz muitas grandes perturbações porque não temos como paralisar [a obra] porque é uma rodovia, isso é um grande problema para nós” disse o jovem.
A comunicação indígena tem sido uma importante ferramenta de estratégia para a luta dos povos indígenas, de acordo com Puré, que também faz parte da rede de jovens comunicadores indígenas da Coordenação das Organização da Amazônia Brasileira (Coiab). A comunicação tem sido um aliado essencial na defesa de direitos e também para guardar as memórias dos mais velhos.
“Hoje nós, jovens, temos a oportunidade que os mais velhos não tiveram. A gente consegue ter o conhecimento na parte da informática, das redes sociais, da câmera fotográfica, dos celulares, e através disso a gente consegue fazer o registro dos acontecimentos, tanto dos momentos bons quanto dos momentos ruins. Reuniões, assembleias, festas tradicionais do nosso povo e de outros povos. E através disso a gente consegue guardar as memórias. Essa é uma forma que depois, daqui a 50 anos, vamos pegar esses registros e mostrar para as futuras gerações. [Mostrar] de onde surgiram seus ancestrais, ter como contar a história, e também apresentar ele em um vídeo, ou em uma foto, pra que todos possam reconhecer a pintura, os lugares, as canções. Então é uma forma que a comunicação hoje vem ajudando muito nas lutas contra ameaças, invasões, grilagem e vários tipos de violências que vem ocorrendo ao longo desses anos”, disse Puré.
A luta de gerações
Beka Munduruku vivia sua vida de criança, passava o dia todo quase no rio brincando com os seus primos, até que um dia, quando ela tinha 12 anos, as lideranças do seu povo, do alto e médio Tapajós, começaram um movimento de mobilização em sua aldeia Sawré Muybu a fim de barrar a usina hidrelétrica São Luiz do Tapajós, no estado do Pará.
“Vi ali um movimento muito grande dos apoiadores, procuradores [da República], advogados, pesquisadores, e eu não imaginava o que estava acontecendo, as lideranças chegaram na aldeia e ali me perguntei o que realmente estava acontecendo no território, na aldeia Sawré Muybu. Por que estava tendo uma presença muito grande das pessoas? Foi quando eu sentei para escutar a reunião das lideranças, eu ouvia a palavra ‘hidrelétrica’, os impactos que iam acontecer na região se a ‘hidrelétrica’ fosse construída. Então isso fez que eu me despertasse, e imaginasse se a ‘hidrelétrica’ do Tapajós fosse construída, ia praticamente deixar de existir ou de viver a vida que eu estava vivendo, as outras crianças não poderiam viver aquele momento que eu estava vivendo, por questões de alagamentos, árvores sendo mortas, e aldeias indo para debaixo d’água. E foi daí que eu pensei em participar mais de reuniões, me interessar mais, acompanhar as lideranças” disse Beka.
O processo de licenciamento ambiental da usina São Luiz do Tapajós foi arquivado pelo Ibama em 2016, no entanto a luta do povo Munduruku, que vive às margens do Rio Tapajós, continua até agora. Hoje os problemas que eles vêm enfrentando são com madeireiros, grileiros e garimpeiros.
Aos 20 anos, Beka diz que tem um sonho: ver o seu território demarcado. Ela conta que viu quando, em 2014, as lideranças deram início à autodemarcação do seu território Sawré Muybu, reconhecida como pioneira nesse processo, haja vista a demora do Estado Brasileiro em demarcar a terra indígena. O processo da demarcação ainda não foi finalizado até o momento.
Tendo como referência de liderança o seu próprio pai, que é cacique da aldeia Sawré Muybu, e também as mulheres como Alessandra Munduruku e Maria Leusa, Beka ressalta a importância da participação das mulheres na frente da luta do seu povo.
“A atuação das mulheres do povo Munduruku é bem recente, começou tudo com a mobilização feita por Maria Leusa, que teve essa visão que as mulheres também podiam ocupar aquele espaço, falando por elas mesmas. Porque elas, como mãe, e a gente, como filha, a gente sente também os impactos, principalmente contra as mulheres” afirmou Beka.
Uma das fundadoras do coletivo de audiovisual Daje Kapap Eypi, criado com o objetivo de documentar a luta do povo Munduruku pela demarcação de seu território, a jovem liderança conta que nos últimos anos vem sofrendo ameaças juntamente com todas as outras meninas que fazem parte do grupo em razão de denúncias que elas fazem.
“Temos sofrido muitas tentativas de intimidações por acompanhar as lideranças no território e fazendo principalmente as denúncias das questões que estão acontecendo dentro da região, de contaminação, de poluição, contra o garimpo. As ameaças que a gente recebe são dos próprios garimpeiros, através da nossa página [na internet]”, destacou a jovem.
Ela ressalta ainda que foi através da comunicação que começou a entender mais a luta do seu povo.
“E foi assim que através da comunicação, através do audiovisual, que eu realmente consegui repassar a nossa visão. E foi através das câmeras que de tanto focar e ouvir o que eles estavam falando que eu comecei a ter mais entendimento sobre o movimento, sobre a importância da luta indígena, sobre a importância da demarcação dos territórios, e todos os direitos dos povos indígenas no Brasil. Então aí comecei a me colocar mais à frente como jovem do povo Munduruku, também para incentivar a juventude do nosso povo a se destacar mais na luta, dentro das lideranças, de como isso é importante também a gente como jovem fazer parte dessa caminhada. Porque é uma preservação não só para nós, mas para futuras gerações”, finalizou Beka.
Entre a aldeia e a cidade
Nascido em Rio Branco, capital do estado do Acre, o jovem Junior Manchineri, 22, cresceu em contexto urbano. Nesse processo, aos cinco anos de idade seus pais o levaram para conhecer seu povo no território Manchineri. Apesar de morar na cidade, sempre esteve na aldeia, e foi ali que ele iniciou seu processo de formação. No entanto, por crescer em uma sociedade não indígena, ele sentia muita pressão para negar sua identidade.
“Quando eu era criança, eu me vi como indígena, só que a pressão de fora, das pessoas não indígenas, me fazia negar minha própria identidade. Porque a gente sabe que é muito comum com crianças, adolescentes, jovens indígenas, por medo do preconceito, do racismo, da discriminação, a gente é coercitivamente forçado a negar nossa própria identidade para tentar proteger um pouco da nossa consciência, da nossa saúde mental. Isso também é uma questão muito preocupante”, disse Junior.
Em 2016, o líder participou do Acampamento Terra Livre (ATL), maior mobilização indígena do Brasil. A partir de então ele começou a lutar mais ainda no movimento indígena. Sua atuação também se encaminhou para o campo político. Em 2022, ele decidiu concorrer às eleições. Com 21 anos, foi o candidato indígena mais jovem do Brasil. A trajetória o fez conquistar a confiança de lideranças indígenas. Recentemente, Junior Manchineri foi nomeado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) como o mais jovem coordenador regional da Funai em Alto Purus. Ao ser indagado sobre seus sonhos para Amazônia, ele responde:
“Meu sonho para a Amazônia é para além das demarcações dos territórios, é realmente a garantia dos nossos direitos. Porque não adianta a gente ter uma Constituição que nos garante dois artigos se nossos direitos são violados. Então o meu sonho, enquanto jovem, é ver uma Amazônia livre de todas as injustiças que vêm acontecendo com nossos povos, uma Amazônia com terra indígena demarcada, uma Amazônia com água potável nas nossas comunidades, com justiça climática, com justiça ambiental, e com nossos parentes tendo um bem viver real dentro do território”, destacou Junior.
Nossa luta desde quando nascemos!
Era o dia 1 de novembro de 2021 quando uma jovem indígena de 24 anos do Estado de Rondônia discursava pela primeira vez na COP-26 (conferência climática mundial). Inúmeros jornais brasileiros e internacionais divulgaram o seu discurso e procuraram saber quem era Walelasoetxeige Suruí, conhecida por Txai Suruí.
“As pessoas me perguntam como é que eu comecei no movimento, no ativismo, e eu digo que é uma caminhada que vem muito antes de mim, vem muito antes até dos meus pais, com meus antepassados mesmo. Meu povo só tem 64 anos de contato [com não indígenas], então quando o contato aconteceu meu avô era adulto, ele não falava português, meu pai (Almir Suruí) tinha 5 anos na época. Meu avô (Marimop) foi um dos maiores líderes do meu povo, extremamente forte e respeitado, e naquela época a forma de lutar era muito diferente, meu avô lutava com o arco e flecha dele mesmo. E aí tem uma história que meus pais me contam da época que [o ex-senador] Romero Jucá era presidente da FUNAI. Ele queria permitir a extração de madeira de dentro do nosso território, da Terra Indígena Sete de Setembro, e o meu avô, esse grande líder, ele se colocou contra isso. Tinha tratores, polícia para tirar madeira do nosso território, meu avô pegou o arco e a flecha dele, olhou para aquele que ele achou que seria o ‘Labiway’, o líder, e mirou pra ele e falou, ‘você pode até entrar, mas vai ter que passar por cima de mim, você vai morrer’. E naquele dia ninguém entrou no nosso território, e não teve extração ilegal”, relata Txai.
Com a quebra de paradigma na trajetória do seu povo, Txai Suruí, atualmente com 26 anos e conhecida internacionalmente, fala sobre sua construção enquanto liderança. Até pouco tempo atrás, só se poderia ser líder se fosse homem.
“Quando eu era pequeninha, por volta de 5 a 6 anos, meu avô e o meu pai, num grande encontro do nosso povo, desses quatro clãs, eles me colocaram num tronquinho assim que estava cortado, e falaram que eu ia ser ‘labiway’ [que significa líder], que eu vou ser liderança também. Eu não sei se eles sonharam, se eles sabiam já, mas eles, meu avô e meu pai, fizeram isso. Não é tradicional do meu povo ter lideranças mulheres, femininas, e então isso foi uma grande quebra de paradigma”, disse Txai.
Hoje em dia a ativista é coordenadora da Kanindé (Associação de Defesa Etnoambiental), que trabalha com 21 povos indígenas no estado de Rondônia, sul do Amazonas e noroeste do Mato Grosso. Voltando no tempo, ela relata que quando tinha 14 anos, seus pais – a ativista ambiental e fundadora da Kanindé, Neidinha, e o líder indígena Almir Suruí –, por causa de denúncias (Almir denunciou a invasão de madeireiros na Terra indígena), saem e depois voltam ao território. Então seu pai se torna “labiway” do seu povo, ou seja, o líder maior.
“Meus pais denunciam o que está acontecendo, as invasões, a extração ilegal de madeira, aí com 14 anos, a gente é acompanhada pela Força Nacional. Passo um ano sendo acompanhada pela Força Nacional por causas das ameaças que meus pais estavam sofrendo em virtude dessas denúncias que eles faziam do que estava acontecendo no nosso território, do que estava acontecendo em outros territórios do nosso estado também. E foi um tempo muito horrível da nossa vida. Então eu venho dessa linhagem também, de guerreiros”, afirmou a liderança.
“O povo Suruí é dividido em quatro clãs: G̃amep (‘marimbondos pretos’), G̃abg̃ir (‘marimbondos amarelos’), Makor (‘taboca’) e Kaban (‘marindiba’), eu sou do Gamebey, que é o marimbondo preto, que é o clã dos guerreiros.”
Txai é constantemente atacada virtualmente, há inúmeras fake news contra ela. Afirma que as ameaças também são físicas e ela precisa ficar continuamente atenta, principalmente por ser uma pessoa pública e por viver em um Estado extremamente violento para os povos indígenas. No último dia 14 de maio, ela e sua mãe foram cercadas por invasores, cerca de 50 homens, numa área de terra dos Uru-Eu-Wau-Wau.
Contudo, mesmo em meio a tudo isso, Txai sonha com uma Amazônia livre.
“Eu amo falar de sonho, porque o sonho é muito importante para a minha cultura e para a maioria dos povos indígenas. O sonho, ele tem um peso muito grande. Eu estava em Nova York, fui fazer uma fala na exposição da [fotógrafa] Claudia Andujar sobre o povo Yanomami, aí eu vi umas pinturas da Ehuana Yanomami. Aí eu descobri que a Ehuana tinha uma pintura de uma criança voando no céu, e eu descobri que ela sonha e ela desenha, e ela tinha sonhado com a libertação do povo Yanomami. Então o meu sonho é esse também, é o sonho que eu sonhei, que eu venho chamando as pessoas para compartilhar e sonhar junto comigo, a libertação do nosso povo, a libertação do nosso território. Não há de se falar de autonomia, de democracia dos povos originários se não se falar da liberdade da nossa terra, se não se falar da proteção dos nossos direitos, da demarcação dos nossos territórios, da nossa autonomia, e da nossa liberdade. Os povos indígenas falam sobre isso, sobre amor, liberdade e sonhos, então eu venho convidando todo mundo a sonhar esse sonho comigo”
“Podem queimar nossa casa, mas jamais apagarão nossa história”
“Era 17 de Setembro de 2005, entre 2 e 3 horas da manhã, quando começou a invasão no Centro Indígena de Formação e Cultura da Terra Indígena Raposa Serra do Sol [em Roraima]. Por volta das 4 horas da manhã começaram a tacar fogo, na época eu tinha 10 anos, e ali eu vi as cinzas. Nós trabalhávamos na roça, meus pais faziam coivara da roça, as cinzas ele colocava como adubo para as plantas. O incêndio do centro de formação foi dessa forma, queimaram ele, mas daí saímos com mais garra de enfrentar aquilo que estava nos oprimindo. Foi um momento bem turbulento. Estudantes, e professores foram espancados, estudantes, por não falarem muito o português, foram chamados de missionários, e foram espancados. Foi muito triste ver os parentes sendo violentados, jovens na época, e eu cresci com essa revolta, ‘porque eles fizeram isso?’ ‘Qual o objetivo deles mesmo?’ ‘O que aconteceu?’ Eu sigo na luta por justiça” relatou Alcebias Constantino.
Natural da região Surumú, comunidade Barro, T.I Raposa Serra do Sol, filho de lideranças tradicionais, Alcides e Mariana Tobias (Pajé Mariana), Alcebias Constantino foi o primeiro coordenador estadual da juventude do Conselho indígena de Roraima (CIR) pelo período 2018-2022 e atualmente está como vice na COIAB.
No extremo norte do país, a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, alvo de intensos conflitos, foi homologada em 2005 e demarcada de forma definitiva em 2009 pelo Supremo Tribunal Federal. A luta pelo território começou na década de 1970. Há relatos de inúmeras violências aos povos indígenas da região.
Alcebias relatou que seu processo político de formação enquanto liderança indígena começa muito cedo. Ele cresceu ouvindo as histórias dos mais velhos de embates, quando os pistoleiros, fazendeiros, mandavam jagunços contra os indígenas, quando os policiais e o exército iam as comunidades expulsar os parentes. E assim ele foi crescendo, e seus pais o levavam para as reuniões na comunidade. Como na maioria dos jovens, ele ajudava o pessoal na cozinha. Mas de dentro da cozinha, que ficava bem do lado do espaço da discussão, ouvia muita coisa. Ele carregava água, quebrava lenha, e assim começou sua formação.
“Em 2005, na retal final da demarcação e homologação da Raposa Serra Do Sol, vi acontecer diante dos meus olhos o atentado [contra] dez irmãos, eu vi os meus parentes baleados e também o centro de formação queimado. Eu queria lutar em favor do meu povo. Participei do grupo de danças tradicionais, o Parixara, e depois fui assumindo alguns cargos, como vice-coordenador de juventude, por dois mandatos, até chegar à coordenação estadual da juventude. Então é um processo muito longo de aprendizado juntos de meus líderes. Eu auxiliava os meus Tuxauas em algumas reuniões, ia com eles em comunidades distantes, às vezes de cavalo ou a pé, geralmente por conta do difícil acesso íamos caminhando também. Nesse tempo pude aprender muito a me tornar um líder indígena, apesar de todos os ataques contra o nosso povo. Queimaram nossas casas, mas jamais poderão apagar nossa história”, finalizou Alcebias.
Conheça a autora
Ariene Susui