Buscar

Entre 2009 e 2013, cerca de 20,3 mil famílias foram removidas pela prefeitura do Rio na preparação para os megaeventos; comunidades que resistem provam que um dos principais argumento do poder público para as remoções – o de situação de risco – nem sempre é real

Reportagem
22 de junho de 2014
10:47
Este artigo tem mais de 10 ano

A 400 metros do Maracanã, as 700 famílias da comunidade do Metrô Mangueira foram pressionadas pelo poder público a sair de suas casas sob alegação de que estariam em situação de risco e com a promessa de que seriam reassentadas em lugar próximo. Os que aceitaram deixar suas casas foram transferidos para Cosmos, a 39 quilômetros de distância; os que resistiram conseguiram vagas em conjuntos habitacionais próximos, mas parte deles teve que aguardar as novas vagas entre os escombros das casas demolidas.

“Eles começam a remover, começam a demolir as casas, mesmo sem ter terminado de negociar com todas as famílias, o que é grave pois a gente sabe que nessas comunidades as casas são muito próximas umas das outras, parede com parede. Quando você faz a demolição de uma casa e a outra continua de pé, você acaba abalando essas estruturas e também abala psicologicamente a mobilização dessa comunidade quando aqueles entulhos ficam ali. E no caso do Metrô Mangueira se transformou em um caso de risco real.”

Mais do que isso, a história dos moradores do Morro da Providência, a favela mais antiga do país, mostra que a alegação de risco por parte do poder público nem sempre se sustenta. Ao resistir ao despejo planejado pelo programa de urbanização de favelas Morar Carioca, um dos legados dos megaeventos segundo a prefeitura, os moradores obtiveram revisões de laudos técnicos que mostraram que das 515 remoções justificadas por situação de risco, apenas 44 casos eram reais.

Não é todo mundo que chega até aqui não! Você faz parte do grupo mais fiel da Pública, que costuma vir com a gente até a última palavra do texto. Mas sabia que menos de 1% de nossos leitores apoiam nosso trabalho financeiramente? Estes são Aliados da Pública, que são muito bem recompensados pela ajuda que eles dão. São descontos em livros, streaming de graça, participação nas nossas newsletters e contato direto com a redação em troca de um apoio que custa menos de R$ 1 por dia.

Clica aqui pra saber mais!

Se você chegou até aqui é porque realmente valoriza nosso jornalismo. Conheça e apoie o Programa dos Aliados, onde se reúnem os leitores mais fiéis da Pública, fundamentais para a gente continuar existindo e fazendo o jornalismo valente que você conhece. Se preferir, envie um pix de qualquer valor para contato@apublica.org.

Quer entender melhor? A Pública te ajuda.

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes