Buscar
Agência de jornalismo investigativo
Checagem

TRUCO! Programa #6 – 30 de agosto

Truco, Marina! “É preciso que a educação seja integral combinando formas diferentes de educar” – Marina Silva. Pedimos à campanha de Marina Silva que explique as seguintes questões. A campanha respondeu no dia 10 de setembro: – O que exatamente a senhora quer dizer com integrar “formas diferentes de educar”? A ideia seria unir diversos métodos

Checagem
30 de agosto de 2014
22:12
Este artigo tem mais de 9 ano
Especial Truco 2014

Truco, Marina!

“É preciso que a educação seja integral combinando formas diferentes de educar” – Marina Silva.

Pedimos à campanha de Marina Silva que explique as seguintes questões. A campanha respondeu no dia 10 de setembro:

– O que exatamente a senhora quer dizer com integrar “formas diferentes de educar”? A ideia seria unir diversos métodos pedagógicos? Alterar o currículo escolar?

RespostaA educação hoje é restrita à escola e padronizada. O que precisamos é expandir a experiência para além dos muros da escola e integrar conteúdos pertinentes e relevantes à realidade local, envolvendo os outros espaços públicos da comunidade. O parque, a praça, o centro cultural tem o mesma importância pedagógica na formação individual e coletiva na educação. É a partir do reconhecimento de experiências já consolidadas que vamos construir políticas públicas que permitam essa nova educação. É preciso, portanto, que todos os currículos considerem como transversais temas como as tecnologias da informação, comunicação, sustentabilidade ambiental, participação democrática e cultura.

As escolas devem ser estimuladas a apoiar os alunos interessados em formar grupos de teatro, dança, música, artes circenses e outras manifestações culturais. Essa escola deve ser oferecida, para toda a educação básica, em tempo integral a partir da reestruturação de uma política que seja capaz de articular diferentes ações públicas desse setor. Ao mesmo tempo, é preciso investir na infraestrutura das escolas, na capacitação dos gestores e educadores e, como já foi dito, na reestruturação dos conteúdos curriculares, de modo a formar crianças, jovens e adultos comprometidos com o exercício da cidadania plena e aptos a apresentar soluções de desenvolvimento sustentável em todas as suas atividades, da infância às atividades profissionais.

– No que suas propostas avançariam em relação à Lei de Diretrizes e Bases da Educação que já leva em conta diferenças regionais e o compartilhamento de experiências entre comunidade e escola? 

Resposta – A LDB diz que a educação é um processo formativo que se desenvolve em oito ambientes distintos: na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino, nas instituições de pesquisa, nos movimentos sociais e nas organizações da sociedade civil e manifestações culturais. Isso é sinérgico ao conceito de educação em tempo integral proposto no programa de governo da Coligação Unidos pelo Brasil. Avanços na LDB dependem de uma avaliação criteriosa de como ela é aderente à realidade atual. Avaliação essa que só pode ser feita como política pública e somente quando se assume o governo. Ressaltamos que a educação é dever da família e do estado inspirada nos princípios de liberdade e de solidariedade humana com três objetivos – o pleno desenvolvimento do educando, o seu preparo para exercer a cidadania e a sua qualificação para o mundo do trabalho.

“Estamos investindo R$ 143 bilhões em obras, que estão ampliando e criando pelo Brasil afora 9 metrôs, 14 VLTs, 180 BRTs e corredores de ônibus exclusivos nas nossas principais cidades” – Dilma Rousseff, no programa eleitoral da tarde

De acordo com o 10º Balanço do PAC 2, de junho deste ano, 75% das obras não estão nem na fase de licitação.

O balanço inclui também as obras anunciadas pela presidente Dilma Rousseff no Pacto Pela Mobilidade, lançado após as manifestações de junho do ano passado.

Segundo o levantamento da Pública, 84 obras atualmente estão em estudos preliminares (21%) e 213 obras (54%) estão em fase de ação preparatória, ou seja, já têm projetos prontos ou já estão em fase de licenciamento ambiental. Apenas 29 obras (7%) estão concluídas.

Para fazer esse levantamento, examinamos cada categoria citada no 10º Balanço do PAC 2 separando obra por obra. Por exemplo, em Teresina, o balanço apresenta em uma única categoria cinco corredores e um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Nós consideramos como seis obras diferentes, já que serão executadas separadamente.

Assim, concluímos que o valor de R$ 143 bilhões de investimento anunciados pela presidente é uma projeção, pois inclui obras que não têm ainda nem projeto executivo ou licenciamento. São ainda uma promessa.

Infografico-PAC

Resposta do Ministério das Cidades: 

Em nota, o Ministério das Cidades afirmou que os projetos de mobilidade urbana citados foram realizados em parceria com o setor privado e com estados e municípios. Os últimos são responsáveis pela elaboração dos projetos e pela execução das obras. Sobre o grande número de obras que ainda não chegou à fase de licitação, a pasta afirmou que muitos governos ainda não finalizaram suas propostas e, até recentemente, algumas cidades não possuíam estruturas para elaborar projetos e estudos de qualidade pois “ficaram décadas sem receber investimentos para atacar os problemas dos grandes centros urbanos (habitação, mobilidade, saneamento)”.

Por isso,  o Governo Federal decidiu destinar R$ 400 milhões “à elaboração de estudos e projetos que podem alavancar investimentos futuros em mais obras de mobilidade urbana.” Assim, o Ministério avalia que seria correto comparar o valor total do investimento (R$ 143 bilhões) com o que é destinado para estudos e projetos (R$ 400 milhões), em vez de comparar o número de obras concluídas ou em andamento com as obras que estão nas fases iniciais. O órgão também considera que as etapas de licitação e elaboração de projetos e estudos fazem parte da obra.

LEIA AQUI A RESPOSTA COMPLETA DO MINISTÉRIO  

BAIXE AQUI A TABELA COM TODAS AS OBRAS DE MOBILIDADE

“Reafirmo meu compromisso com a família como está na Constituição Brasileira, então defendo que casamento é homem e mulher” – Pastor Everaldo

Realmente, o parágrafo 3º do artigo 226 da Constituição Federal reconhece como entidade familiar a união estável entre homem e mulher. Entretanto, em nenhum momento a Constituição nega esse direito a casais do mesmo sexo.

Foi esse um dos argumentos levantados pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) quando julgaram o reconhecimento da união estável para casais do mesmo sexo.

Na época, em maio de 2011, dez ministros julgaram por unanimidade o parágrafo 3º do artigo 226 através de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). O entendimento foi que definir entidade familiar apenas pela união estável de homem e mulher contraria o inciso IV do artigo 3º, da Constituição, que torna objetivo fundamental da República “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

Participaram da decisão os ministros Ayres Britto, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cezar Peluso, Cármen Lúcia Antunes Rocha e Ellen Gracie. O ministro Dias Toffoli não participou da decisão por ter atuado em uma das ações que pediram o reconhecimento da união estável entre casais homossexuais e que deram origem ao julgamento no SFT.

“Em Porto Alegre, Dilma ampliou o Trensurb até Novo Hamburgo” – Dilma Rousseff

As obras de extensão do Trensurb já estavam previstas na primeira versão do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que vigorou entre os anos de 2007 e 2010, no segundo mandato do ex-presidente Lula.

Em fevereiro de 2009, foram incluídas as construções das estações que completariam o trecho São Leopoldo-Novo Hamburgo.

No balanço final do PAC 1, divulgado em dezembro de 2010, a obra já estava 71% concluída. No entanto, a inauguração das últimas três estações só ocorreu em novembro do ano passado, quando a intervenção atingiu 100% de conclusão, já na gestão Dilma.

Apesar de ter inaugurado a última etapa de expansão do Trensurb, não foi a presidente Dilma quem ampliou o equipamento até Novo Hamburgo, uma vez que a obra já estava em andamento desde 2009.

Resumo do Programa

José Maria Eymael (PSDC) prometeu reestruturar a indústria nacional e criar um sistema tributário simples e justo.

O PCO repetiu seu último programa.

O pastor Silas Malafaia deu seu apoio ao pastor Everaldo no programa do PSC; ambos defenderam um Brasil “100% família” contra a legalização das drogas, do aborto e pelo casamento “entre homem e mulher”.

O PV falou da repercussão, nas redes sociais, da participação do candidato Eduardo Jorge no debate da Band. Como diferencial do candidato o programa destacou que ele não aceita financimento de empresas privadas em sua campanha.

A candidata do PSOL, Luciana Genro, se dirigiu diretamente a Marina dizendo que “essa conversa de unir todo mundo eu ouvi em 2002” e que “sem enfrentar o capital financeiro” não se faz “nova política”.

Marina Silva (PSB) apresentou seu plano de governo, tratando de educação integral, destinação de mais verba à saúde, e valorizou seu diálogo com os empresários da indústria do álcool e do açúcar.

No programa do PCB, Mauro Iasi defendeu uma reforma política que “radicalize a democracia direta”: “defenderemos aquilo que o poder popular decidir”, disse.

O PSTU reprisou seu programa.

Aécio Neves (PSBD) buscou se diferenciar de Marina Silva, dizendo que “para mudar tudo que está errado” é preciso “muito mais do que boa intenção”. “Sem experiência e força política, o sistema engole as boas intenções da noite para o dia”.

O programa de Dilma Rousseff (PT) listou realizações na área de mobilidade urbana, com investimentos em BRTs, VLTs, corredores de ônibus e metrôs através do PAC.

Levy Fidelix, do PRTB, disse que “o governo atual quebrou o nosso país”, mencionando a dívida pública de mais de R$ 2 trilhões.

Principais promessas

Marina Silva – É preciso que a educação seja integral combinando formas diferentes de educar; destinar 10% dos recursos para saúde; estou assumindo o compromisso de só governar durante um mandato.

Luciana Genro – É preciso fazer a auditoria da dívida pública.

Eymael – Reconstruir a indústria nacional.

Dilma Rousseff – Prometeu acelerar o avanço tecnológico e digital com os programas “Banda Larga Para Todos” e “Brasil Sem Burocracia”; apoiar a reforma federativa para definir melhor as responsabilidades do governo federal, estados e municípios; estimular a reforma política, convocando um plebiscito popular para que a população diga o que precisa mudar; criar mais 12 milhões de vagas no PRONATEC nos próximos quatro anos; criar mais três milhões de moradias a caminho na terceira etapa do programa “Minha Casa, Minha Vida”.

Rodada de promessas

Nós compilamos todas as promessas apresentadas pelos presidenciáveis durante o horário eleitoral em áreas como educação, saúde, segurança e economia. Veja aqui.

Não é todo mundo que chega até aqui não! Você faz parte do grupo mais fiel da Pública, que costuma vir com a gente até a última palavra do texto. Mas sabia que menos de 1% de nossos leitores apoiam nosso trabalho financeiramente? Estes são Aliados da Pública, que são muito bem recompensados pela ajuda que eles dão. São descontos em livros, streaming de graça, participação nas nossas newsletters e contato direto com a redação em troca de um apoio que custa menos de R$ 1 por dia.

Clica aqui pra saber mais!

Quer entender melhor? A Pública te ajuda.

Truco

Este texto foi produzido pelo Truco, o projeto de fact-checking da Agência Pública. Entenda a nossa metodologia de checagem e conheça os selos de classificação adotados em https://apublica.org/truco. Sugestões, críticas e observações sobre esta checagem podem ser enviadas para o e-mail truco@apublica.org e por WhatsApp ou Telegram: (11) 99816-3949. Acompanhe também no Twitter e no Facebook. Desde o dia 30 de julho de 2018, os selos “Distorcido” e “Contraditório” deixaram de ser usados no Truco. Além disso, adotamos um novo selo, “Subestimado”. Saiba mais sobre a mudança.

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes