Buscar
Agência de jornalismo investigativo
Artigo

| De olho | Pauta-bomba: haverá trégua para o governo?

De volta do recesso, Eduardo Cunha promete tentar aprovar projetos que dificultam ainda mais a situação de Dilma

Artigo
7 de agosto de 2015
19:00
Este artigo tem mais de 8 ano

As salas das Casas legislativas estão cheias novamente. O retorno de um presidente da Câmara declaradamente oposicionista trouxe novos obstáculos ao plano de reduzir os gastos de governo da presidente Dilma Rousseff. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou à ativa prometendo colocar em votação pautas que prejudicam o ajuste fiscal do governo. E assim foi feito. A próxima semana terá respingos da primeira grande derrota da batalha Dilma versus Cunha: devem ser votados os destaques da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 443/09, que vincula os vencimentos dos advogados públicos e delegados aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), já aprovado em primeiro turno.

Mesmo sem novas surpresas para o ajuste fiscal, Cunha não abandonará a apelidada “pauta-bomba”. Entre os planos, o peemedebista lançou mão de CPIs e promove a análise de vetos presidenciais como o que muda as regras da aposentadoria. Ele autorizou, antes da saída para o recesso, a criação da CPI do BNDES e a que investigará os fundos de pensão. Com a volta da atividade parlamentar, as comissões entram em funcionamento. A próxima terça-feira (11) marcará o primeiro dia de trabalho dos parlamentares nessa investigação, quando será votado requerimento para convocação do presidente da instituição financeira, Luciano Coutinho.

Na tribuna da Casa, a reforma política deve assumir novamente o protagonismo. A votação em segundo turno da PEC 182/07 começou em julho, quando o Plenário decidiu manter o mandato de quatro anos para presidente da República, governadores, prefeitos, vereadores e deputados, assim como o de oito anos para senadores. Em primeiro turno tinha sido aprovado o mandato de cinco anos para todos os cargos, com transições nos primeiros pleitos.

As votações da próxima semana devem começar com a polêmica sobre a regimentalidade de destaques do PT e do PPS que pretendem retirar a permissão para empresas doarem recursos a partidos. A versão aprovada em primeiro turno pela maioria absoluta dos deputados permite doações de pessoas físicas a candidatos e a partidos, e de empresas, somente a partidos.

Ao contrário de Cunha, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou ao trabalho com postura governista, comprometido em ajudar Dilma a amenizar os efeitos da “pauta-bomba” do peemedebista fluminense. Por enquanto, as votações na Casa não oferecem perigo ao arrocho de contas da presidente.

A PEC 98/2015, referente à reforma política do Senado, já está pronta para ser votada em Plenário. A proposta reserva um percentual mínimo de cadeiras nas representações legislativas em todos os níveis federativos para cada gênero. O tema vai de encontro com a proposta da Câmara, que rejeitou a chamada “cota para mulheres”.

O próximo item da fila pode ser a votação, em segundo turno, da PEC 78/12, uma das matérias apreciadas para o aperfeiçoamento do pacto federativo. A proposta é estender até 2028 o prazo para que recursos públicos destinados à irrigação sejam prioritariamente investidos em projetos nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.

Não é todo mundo que chega até aqui não! Você faz parte do grupo mais fiel da Pública, que costuma vir com a gente até a última palavra do texto. Mas sabia que menos de 1% de nossos leitores apoiam nosso trabalho financeiramente? Estes são Aliados da Pública, que são muito bem recompensados pela ajuda que eles dão. São descontos em livros, streaming de graça, participação nas nossas newsletters e contato direto com a redação em troca de um apoio que custa menos de R$ 1 por dia.

Clica aqui pra saber mais!

Quer entender melhor? A Pública te ajuda.

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes