A Agência Pública e a Oxfam Brasil lançaram no final de agosto o concurso Microbolsas Fome, que abriu inscrições para que repórteres de todo o país propusessem pautas sobre a volta da fome à realidade brasileira.
Recebemos 83 propostas, vindas de 15 estados diferentes. Os vencedores foram definidos em conjunto pela Pública e pela Oxfam Brasil. “Estamos felizes pelas mais de 80 propostas enviadas. Eram de altíssima qualidade. Acreditamos que as quatro escolhidas vão contribuir muito para o jornalismo comprometido com a defesa de direitos no país”, diz Gustavo Ferroni, da Oxfam.
Para a seleção, foram consideradas a originalidade das pautas e sua capacidade de revelar os impactos da volta da fome sob diferentes aspectos. “Além da qualidade das investigações propostas, recebemos inscrições de muitos jornalistas experientes, o que revela um grande interesse em cobrir este tema tão atual. O resultado reflete isso”, comenta Natalia Viana, co-diretora da Pública.
Nos próximos meses, os repórteres selecionados vão trabalhar com os editores da Agência Pública para produzir as pautas propostas.
Conheça os vencedores:
Chico Felitti – mestrando de escrita na Universidade Columbia, em Nova York. Trabalhou na Folha de S.Paulo, onde foi repórter, colunista e editor, por 10 anos. Colaborador da Piauí, da Galileu e da Revista Joyce Pascowitch, foi o autor do perfil de Ricardo Pereira, um artista de rua conhecido como Fofão da Augusta, publicado pelo Buzzfeed em 2017 e que vai virar livro pela editora Todavia em novembro de 2018.
Elvira Lobato – Jornalista, formada pela UFRJ, atuou na imprensa escrita por 39 anos, 27 deles na “Folha de S. Paulo”, onde fez parte do núcleo de repórteres especiais de 1992 a 2011, quando se aposentou do jornalismo diário para se dedicar a projetos pessoais. É autora do livro “Instinto de Repórter”, sobre seus métodos de investigação jornalística. Está no ranking de jornalistas mais premiados do Brasil. Recebeu, entre outros, o Prêmio Esso de Jornalismo, em 2008, pela reportagem sobre o patrimônio dos dirigentes da Igreja Universal do Reino de Deus. Em janeiro de 2016, publicou a reportagem “TVs da Amazônia Legal-Realidade que o Brasil Desconhece”. É co-fundadora do projeto multimídia Mulheres 50+ (www.mulheres50mais.com.br).
A reportagem será feita em equipe com Angelina Nunes, Ana Lúcia Araújo, Claudia Lima, Cristina Alves, Regina Eleutério e Raquel Almeid.
Hévilla Wanderley Fernandes – é graduada em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e tem 29 anos. Após concluir o curso em 2012, iniciou a carreira no caderno Cidades do Jornal Correio da Paraíba. Em seguida, trabalhou na assessoria de imprensa do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e no Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNMP). Neste período, cobriu a votação da PEC 37, proposta que, se aprovada, daria exclusividade do poder de investigação criminal para as polícias federal e civis, retirando esta atribuição de alguns órgãos e, sobretudo, do Ministério Público. De 2014 até o início de 2018, trabalhou como repórter do GloboEsporte.com/pb, onde participou de diversas coberturas esportivas. Durante os anos de GloboEsporte.com, também fez algumas matérias especiais para o G1PB. Atualmente, trabalha na Associação Paraibana do Ministério Público (APMP), e faz mestrado em ciência política na UFPB, cuja pesquisa trata da autoafirmação da identidade nordestina através do futebol.
Júlia Dolce Ribeiro – Jornalista formada pela PUC-SP e estudante do curso Tecnólogo de Fotografia do Senac. Trabalha há três anos para o jornal Brasil de Fato, cobrindo economia, política e direitos humanos. Em 2017, trabalhou por 5 semanas no jornal palestino Alternative Information Center. Fará a pauta das Microbolsas em parceria com Rute Pina, jornalista formada pela PUC-SP e repórter do Brasil de Fato há mais de dois anos. Em 2015, integrou a 26ª turma de treinamento em jornalismo do Estadão. Tem interesse em Direitos Humanos, Política e Jornalismo de Dados.
Parabéns e bom trabalho aos repórteres!