Buscar
Agência de jornalismo investigativo
Checagem

Carga tributária brasileira: Não é bem assim, Mendonça Filho!

“E a presidente Dilma quer fazer o mais fácil: aumentar a carga tributária, uma carga tributária que já é de 37% do PIB – 37% do PIB! Disparadamente, essa é a maior carga tributária dos países em desenvolvimento.” – Mendonça Filho (DEM-PE), deputado federal, no plenário, na terça-feira (1º)

Checagem
5 de setembro de 2015
15:02
Este artigo tem mais de 9 ano

A carga tributária no país é ligeiramente menor do que o porcentual apresentado pelo deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE). De acordo com o último levantamento feito pela Receita Federal, os impostos chegaram a 35,95% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013. A União arrecadou 24,78% do PIB, os Estados recolheram 9,09% e os municípios tributaram o equivalente a 2,08%.

A última edição do estudo Carga Tributária no Brasil, publicado em dezembro do ano passado, mostra também que o peso dos impostos no país não é o maior dos países em desenvolvimento, como disse o parlamentar. O levantamento inclui um comparativo feito com outros países da América Latina e aponta que, na Argentina, a carga tributária alcançou 37,3% em 2012.

Se colocado lado a lado com 25 dos 34 países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil fica na 13ª posição do ranking, atrás de Dinamarca (48%), França (45,3%), Itália (44,4%), Suécia (44,3%), Finlândia (44,1%), Áustria (43,2%), Noruega (42,2%), Hungria (38,9%), Luxemburgo (37,8%), Alemanha (37,6%), Eslovênia (37,4%) e Islândia (37,2%). Têm um volume menor de impostos a República Tcheca (35,5%), o Reino Unido (35,2%), a Grécia (33,8%), a Espanha (32,9%), Portugal (32,5%), Israel (31,6%), Canadá (30,7%), Irlanda (28,3%), Suíça (28,2%), Turquia (27,7%), Coreia do Sul (26,8%), Estados Unidos (24,3%) e Chile (20,8%).

O comparativo com os países da OCDE também indica que o Brasil é líder em tributação de bens e serviços (18,8%), mas cobra menos impostos sobre renda, lucro e ganho de capital (6,4%, contra 29,6% da Dinamarca, primeira nesse ranking); sobre a folha de salários, incluindo a Previdência Social (9,2%, contra 18,5% da França, líder nesse grupo); e sobre a propriedade (1,4%, contra 4,2% no Reino Unido, que fica em primeiro lugar).

Não é todo mundo que chega até aqui não! Você faz parte do grupo mais fiel da Pública, que costuma vir com a gente até a última palavra do texto. Mas sabia que menos de 1% de nossos leitores apoiam nosso trabalho financeiramente? Estes são Aliados da Pública, que são muito bem recompensados pela ajuda que eles dão. São descontos em livros, streaming de graça, participação nas nossas newsletters e contato direto com a redação em troca de um apoio que custa menos de R$ 1 por dia.

Clica aqui pra saber mais!

Se você chegou até aqui é porque realmente valoriza nosso jornalismo. Conheça e apoie o Programa dos Aliados, onde se reúnem os leitores mais fiéis da Pública, fundamentais para a gente continuar existindo e fazendo o jornalismo valente que você conhece. Se preferir, envie um pix de qualquer valor para contato@apublica.org.

Truco

Este texto foi produzido pelo Truco, o projeto de fact-checking da Agência Pública. Entenda a nossa metodologia de checagem e conheça os selos de classificação adotados em https://apublica.org/truco. Sugestões, críticas e observações sobre esta checagem podem ser enviadas para o e-mail truco@apublica.org e por WhatsApp ou Telegram: (11) 99816-3949. Acompanhe também no Twitter e no Facebook. Desde o dia 30 de julho de 2018, os selos “Distorcido” e “Contraditório” deixaram de ser usados no Truco. Além disso, adotamos um novo selo, “Subestimado”. Saiba mais sobre a mudança.

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes