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Checagem

Juros do Brasil são os mais altos do mundo? Não é bem assim, Álvaro Dias!

“De acordo com estudo realizado, a taxa de juros do Brasil é de 14,25%. Em conformidade com esse estudo, descontada a inflação dos últimos 12 meses, a taxa de juros reais no Brasil está em 4,92%. É a maior do mundo.” – Álvaro Dias (PSDB-PR), no plenário, na terça-feira (25)

Checagem
28 de agosto de 2015
16:00
Este artigo tem mais de 8 ano
Exagerado, distorcido ou discutível
Exagerado, distorcido ou discutível

Apesar de elevada, não existem dados atualizados que permitam afirmar que o Brasil tem a maior taxa de juros do mundo. O Banco Central, por exemplo, monitora apenas 13 economias, todas com índices inferiores ao brasileiro.

O estudo citado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), publicado em julho pela consultoria MoneYou, comparou somente as 40 maiores economias globais. Como a Organização das Nações Unidas (ONU) tem 193 membros, o universo analisado representa apenas 20,7% do planeta. Nesse grupo, que é limitado, o Brasil apresenta as mais elevadas taxas de juros reais. Consideradas as taxas de juros nominais – que não levam em conta a inflação –, o Brasil cai para o terceiro lugar da lista, atrás da Argentina e Venezuela.

Segundo os dados mais recentes do Banco Mundial, relativos a 2014, o Brasil teve a terceira maior taxa de juros reais entre 110 países pesquisados, atrás de Madagascar e da Líbia – mesma posição do ranking de 2013, quando foram monitoradas 127 economias. Apesar de ser mais completo, o levantamento também não é abrangente o suficiente para incluir todos os membros da ONU.

Definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a taxa Selic corresponde aos juros nominais da economia brasileira e serve de base para estabelecer outros índices, como aqueles cobrados em empréstimos bancários. Em 30 de julho, a Selic atingiu o maior valor desde 2006, 14,25%.

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Este texto foi produzido pelo Truco, o projeto de fact-checking da Agência Pública. Entenda a nossa metodologia de checagem e conheça os selos de classificação adotados em https://apublica.org/truco. Sugestões, críticas e observações sobre esta checagem podem ser enviadas para o e-mail truco@apublica.org e por WhatsApp ou Telegram: (11) 99816-3949. Acompanhe também no Twitter e no Facebook. Desde o dia 30 de julho de 2018, os selos “Distorcido” e “Contraditório” deixaram de ser usados no Truco. Além disso, adotamos um novo selo, “Subestimado”. Saiba mais sobre a mudança.

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