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Série de reportagens revela 10 empresas que teriam responsabilidade na violação de direitos

Especial

Petrobras, Fiat, Companhia Docas de Santos, Itaipu, Josapar, Paranapanema, Cobrasma, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Aracruz e Folha de S. Paulo podem estar ligadas a algum tipo de violação de direitos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985)? Elas tiveram algum grau de participação no aparato de repressão que perseguiu, prendeu, torturou e assassinou opositores? 

A resposta é “sim”, segundo os resultados do projeto “A responsabilidade de empresas por violações de direitos durante a Ditadura”, um trabalho de pesquisa que envolveu 55 pesquisadores e foi conduzido pela Universidade Federal de São Paulo, através do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF/Unifesp) em parceria com o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado de São Paulo.

O resultado desse trabalho inédito será antecipado pela nossa equipe da Agência Pública numa série de reportagens especiais com apuração própria, acesso a relatórios, depoimentos de vítimas, pesquisadores e documentos raros sobre um dos períodos mais terríveis e violentos da história brasileira.

Equipe

Coordenação: Thiago Domenici

Edição: Thiago Domenici, Bruno Fonseca e Mariama Correia

Reportagem: Dyepeson Martins, André Borges, Vasconcelo Quadros e Marcelo Oliveira

Artes: Amanda Miranda 

Neste especial

Empresa símbolo da ditadura, Embraer sequestrou e internou à força funcionário

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Torturas e listas sujas: como a Mannesmann aliou-se à ditadura para reprimir trabalhadores

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Empresa que teve diretor nazista na Europa e apoiou golpe no Brasil usava polícia em fábricas para contornar greves

Abuso sexual, tortura e demissões arbitrárias, o papel da Belgo-Mineira na ditadura

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103 trabalhadores sofreram violações e médico da empresa participou de tortura de mulheres no Doi-Codi de MG
Ilustração em preto e branco mostra um homem de camisa social e gravata digitando em uma máquina de escrever. No lugar de suas mãos estão miniaturas de soldados empunhando armas

MPF investiga 12 empresas por violações de direitos humanos na ditadura militar; entenda

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Os próximos passos da investigação no Ministério Público Federal poderão levar empresas a ter que pagar reparações
Na ilustração, podemos ver um carro que se assemelha ao da Folha com dois bonecos militares dentro, esses bonecos também estão fora do carro com suas armas em mãos e apontadas. Ao fundo a ilustração de várias pessoas com seus rostos apagados.

Documentos indicam que aliança da Folha com a ditadura foi mais forte do que jornal admite

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Mais de 40 pessoas, entre jornalistas, militantes, ex-agentes e empresários deram depoimentos sobre a Folha na repressão

Aracruz Celulose teria usado prisões arbitrárias para obter terras indígenas na ditadura

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Empresa teria se aliado à inteligência militar para ocupar propriedades e denunciar trabalhadores
Na ilustração podemos ver ao fundo, a Usina de Itaipu, à frente chapéus de operários empilhados com cruzes que ligam as violações cometidas na usina durante o período da ditadura. Vários soldados de brinquedo estão posicionados à frente com armas apontadas.

Itaipu na ditadura: mais de 100 operários mortos e 43 mil acidentes na construção

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Documentos, depoimentos exclusivos e um assassinato não esclarecido ligam hidrelétrica a violações no regime de exceção
A ilustração mostra trabalhadores homens e mulheres sem rosto, ao centro um carro e sua estrutura, e em cima está destacado três imagens: à esquerda o cumprimento de mãos, ao centro um homem sendo interrogado e à direita um homem sendo torturado

Fiat tinha sistema de espionagem e sala exclusiva para interrogar funcionários na ditadura

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Montadora italiana colaborou com órgãos de repressão e usou proximidade com regime para implantar fábrica em Betim
No centro da ilustração há indígenas carregando ferramentas e com as cabeças baixas. Acima, militares fazem continência e a imagem da construção da BR-170. Ao fundo de todas as imagens é possível ver o mapa do Brasil marcado por tiros

Produtora de cobre Paranapanema teria mantido indígenas em “semi-escravidão” na ditadura

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Documentos obtidos com exclusividade mostram que empresa se associou com grileiro na Amazônia para explorar minério
Na imagem, pessoas rendidas e chaminés de indústria, ao lado uma caveira esmagada e um tanque de guerra

Racismo, perseguição e assassinatos nas instalações da CSN nos anos da ditadura

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Entre prática de torturas e matar funcionário, empresa cometeu 11 tipos de violações aos direitos humanos
Ilustração mostra uma caveira de boi com chapéu militar, e ao fundo pessoas se manifestando, a imagem está marcada por balas.

Grupo dono do Arroz Tio João teria metralhado de helicóptero casa de posseiros na ditadura

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Documentos e relatos apontam ainda a participação da empresa em conflitos armados no Pará durante o regime de exceção
A ilustração mostra várias engrenagens e um militar agredindo um civil, e ao fundo vários militares, e também pessoas pedindo por direitos com cartazes

Cobrasma lucrou milhões ao apoiar ditadura e reprimir movimentos sociais

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Relatórios revelam participação da metalúrgica em episódios que levaram ao endurecimento do regime
A imagem apresenta vários nós, à frente, e trabalhadores sem rosto carregando sacos. Ao fundo, podemos ver uma paisagem marítma.

Companhia Docas se aliou à ditadura para monitorar funcionários no Porto de Santos

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Documentos obtidos com exclusividade pela Pública revelam a relação da empresa com o DOPS na repressão aos trabalhadores
A ilustração mostra operários ao fundo e uma plataforma de petróleo que seriam da Petrobrás. Com vários bonecos de soldados, e imagens de soldados da cintura para baixo segurando cacetetes

Petrobras participou de tortura e monitorou orientação sexual de funcionários na ditadura

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Documentos exclusivos mostram que na ditadura a estatal também criou órgão de vigilância para reprimir “subversivos”
Na imagem, é possível ver Edson Teles, um homem branco com cabelos pretos. Ele é pesquisador na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e lidera o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Caaf), ele coordena um projeto cujo objetivo é apontar a responsabilização de empresas por violações de direitos durante a ditadura.

Empresas cúmplices da ditadura: “É preciso fazer das informações um ato de justiça”

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Trabalho da Caaf/Unifesp coordenado por Edson Teles revela como empresas violaram direitos no regime de exceção
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