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O que a Copa de 1950 tem a nos ensinar? Autores do livro “1950: O Preço de Uma Copa” respondem

Entrevista
16 de outubro de 2012
09:00
Este artigo tem mais de 12 ano

Brasil e Uruguai. Final da Copa de 50. O gol de Gighia aos 34 minutos do segundo tempo sacramentou a vitória uruguaia sobre a seleção brasileira na primeira Copa do Mundo realizada no Brasil. Duzentas mil pessoas saíram cabisbaixas e em silêncio do Maracanã, no episódio que, segundo Nelson Rodrigues, inaugurou o “complexo de vira-latas” brasileiro. Foi também nessa Copa, que a camisa da seleção deixou de ser branca para se tornar amarela.

Essas são as lembranças mais comuns sobre aquele torneio. Mas aconteceu muito mais naquela Copa, como descobriram os quatro jornalistas que escreveram “1950: O Preço de Uma Copa”: Beatriz Ferrugia, Diego Salgado, Gustavo Zucchi e Murilo Ximenes.  O livro, que surgiu do Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Metodista, foi feito de forma independente, e ainda não foi publicado, mas já despertou o interesse de duas editoras.

“Quando você assume a responsabilidade de fazer um evento que já foi realizado, você tem que voltar os olhos para aquela experiência para fazer melhor no próximo. Mas as pessoas esqueceram da Copa de 50” afirma Beatriz ao explicar a motivação da equipe para realizar um levantamento histórico da preparação brasileira para receber a competição.

“O grande legado da Copa de 1950, se você for pensar bem, é só o Maracanã mesmo, que eu acredito que seria construído de qualquer jeito porque o Rio precisava de um estádio grande; fora disso não houve legado nenhum” diz Diego Salgado, que hoje cobre a preparação brasileira para 2014.

Com apenas seis cidades sede o evento exigiu uma preparação muito menor e a construção de apenas dois estádios (o Maracanã e o Independência, em Belo Horizonte), além da reforma de outros quatro. Não havia discussão de obras de mobilidade urbana, capacidade hoteleira ou sobre a condição dos aeroportos. Aliás, o Brasil nem era ainda o país do futebol.

Leia a entrevista com Beatriz Ferrugia e Diego Salgado:

Quais foram as etapas, o passo a passo para escrever esse livro?

Beatriz Farrugia – Foram seis meses de pesquisa aqui em São Paulo, porque eu e os outros três jornalistas somos daqui. Nesse período, pesquisamos dados sobre cada cidade que foi sede da Copa, mas houve uma rejeição ao trabalho por parte da própria universidade e dos orientadores, porque eles achavam que o projeto era muito ambicioso para o tempo que a gente tinha. Depois, viajamos para todas as cidades-sede e ficamos em média três dias em cada uma delas, quando entrevistávamos as fontes, os personagens e as pessoas que tiveram alguma relação com a Copa de 1950, além de pesquisar os arquivos históricos, sedes de jornais, bancos de dados. Tínhamos material para escrever um livro três vezes maior do que esse!

O Brasil ainda tinha uma vocação incipiente para o futebol. Qual foi o motivo da escolha do Brasil para ser sede da Copa de 50?

BF – Houve uma série de acontecimentos que levaram a essa escolha. Aconteceu a Segunda Guerra Mundial e nesse período não foi realizada a Copa. Então o Brasil foi escolhido depois da Segunda Guerra, quando os países da Europa estavam devastados e não tinham como abrigar um evento desse porte. Muitos países europeus sequer participaram da Copa por estarem destruídos, sem verbas ou sem condições de vir ao Brasil. Outros foram punidos por terem se aliado a Hitler e também não participaram. Então a ideia da Fifa para a Copa na época era que ela fosse feita na América do Sul. A comissão da Fifa visitou alguns países e acabou optando pelo Brasil.

Quais eram as exigências da Fifa para que um país sediasse uma Copa naquela época?

BF – Eram bem menores. Não dá para comparar com as exigências que temos hoje. Havia uma vistoria nos estádios. Então eles pediam um determinado tamanho para o campo de futebol, exigiam uma área para jornalistas, um vestiário adequado, nada mais do que isso.

Entrando mais na questão central do livro agora. Diego, você está cobrindo os preparativos para a Copa de 2014. Qual é o paralelo que você traça tendo feito a pesquisa a respeito dos preparativos para a Copa de 1950 com os preparativos da Copa hoje em dia?

Diego Salgado – A começar pelos gastos, os da Copa de 1950 são bem inferiores aos da Copa de 2014. Em 50, apesar do Brasil ter sido escolhido quatro anos antes, no dia 25 de junho de 1946, a preparação foi muito tardia, não foi planejada detalhadamente pelo governo. Em 2014, apesar dos erros, você vê planejamento. Por exemplo, a Matriz de Responsabilidade, apesar de não ser totalmente seguida, é planejamento. E em 1950, por ser apenas a quarta edição da Copa do Mundo, não teve essa preocupação por parte da Fifa. Isso começou a ocorrer na década de 1970, na Copa da Alemanha (1974) e da Argentina (1978). Analisando os jornais e as informações que conseguimos nas cidades-sede, essa preparação por parte do governo brasileiro foi feita praticamente em 1950, a partir do mês de janeiro, com exceção das obras do Maracanã que começaram em 1948.

E como deu tempo?

DS – Dos seis estádios que foram usados na Copa de 1950, apenas dois foram construídos: o Maracanã e o estádio Independência, em Belo Horizonte. Quatro eram estádios que já existiam desde a década de 1930, com exceção de Curitiba cujo estádio ficou pronto em 1947, um pouquinho depois da escolha, e como era quase novo, foi usado para a Copa do Mundo.

Como foi o financiamento da Copa de 1950? Foi basicamente com dinheiro público?

DS – Não dá para você dividir entre investimento público e privado. Na Copa de 1950, foram gastos, passando de cruzeiro para real e de réis para real, 400 milhões de reais. Esse valor é irrisório se você comparar com os gastos da Copa de hoje. Dá 67 vezes menos. A Copa do Mundo hoje no Brasil está estimada em 27 bilhões de reais, segundo a Matriz de Responsabilidade, com obras de mobilidade, nos aeroportos e estádios, que já estão sendo realizadas. Ainda vão entrar as matrizes de segurança e de telecomunicações. Se você pegar hoje esses 27 bi e analisar a questão dos aeroportos, são 31 obras em 13 aeroportos de Copa do Mundo nas doze cidades-sede, mais Viracopos [que fica em Campinas mas também será usado na Copa]. Com a privatização que ocorreu no início do ano, metade dos 7 bilhões que serão gastos em aeroportos virá da iniciativa privada e outra metade da Infraero. Na Copa de 1950 não dá para fazer essa divisão entre dinheiro público e privado. O Maracanã foi construído com dinheiro público, porque é um estádio municipal. As adequações que foram feitas no Pacaembu a partir de 1949 também foram feitas com dinheiro público. Mas, por exemplo, em Curitiba não dá para mensurar quanto custou o estádio porque foram doações. Ele foi construído ao lado de uma linha de trem e todo o material que foi necessário para a construção do estádio foi doado. É certo que o Maracanã foi o estádio mais caro da Copa, custou 215 milhões de reais, se você fizer a conversão, 150 milhões de cruzeiros na época. E esse dinheiro foi totalmente público.

Houve algum tipo de jogo político na escolha das sedes naquela época?

BF – A Copa de 1950 foi organizada de maneira mais amadora. Algumas cidades já estavam definidas como sede um ano antes. Outras foram decididas dois meses antes. E outras ainda foram decididas por questões puramente políticas. Se havia um candidato que queria ganhar notoriedade com os eleitores, fazia um jogo político para conseguir ter jogos da Copa na capital daquele estado.

Vocês poderiam dar um exemplo desse jogo político?

DS – Para a construção do Maracanã, aconteceu uma briga entre dois políticos famosos no Rio de Janeiro na época, Carlos Lacerda e Mendes de Morais. Este era o prefeito à época da construção do Maracanã, na segunda metade da década de 40 [foi prefeito do Rio entre os anos de 1947 e 1951] e o Carlos Lacerda era opositor e queria ser o pai da construção do Maracanã. Lacerda fez de tudo para que o estádio fosse construído sob a sua batuta, ele queria que o ele fosse feito em Jacarepaguá, longe do centro. Aí o Mendes de Morais tomou a frente da situação e, como prefeito do Rio de Janeiro, definiu o local da construção e foi o verdadeiro pai do Maracanã. Tanto que o nome oficial do Maracanã era estádio Mendes de Morais, só depois mudou para o nome atual, Jornalista Mário Filho [irmão de Nelson Rodrigues], na década de 1960. Então a construção do Maracanã mostra bem essa guerra política para ver quem ficaria com os louros da construção do estádio: o Mendes de Morais ou o Carlos Lacerda, que depois veio até a se tornar governador do estado da Guanabara. O Maracanã é um exemplo específico de que a Copa de 1950 teve essa conotação política bem clara.

E vocês viram na Copa do Mundo um esforço em se fazer uma representação política daquele momento histórico no exterior? Há algum paralelo com o momento atual da realização da Copa?

DS – Hoje em dia isso é inegável. O Brasil se preocupa com isso apesar de alguns erros na preparação, como eu disse. Há essa preocupação com a imagem passada ao exterior. Até porque hoje a Copa do Mundo é uma vitrine e o maior evento midiático do planeta. Mas em 1950 não havia tanto essa preocupação. Era muito mais usar a Copa com fins partidários e políticos, como aconteceu no caso do Maracanã, do que ser uma vitrine para o mundo. Naquela época era mais uma motivação de política interna, dentro desse jogo de interesses entre os políticos locais, e hoje é mais uma preocupação de política externa, de representação do Brasil para o mundo.

Entre os estádios reformados, há uma história curiosa que é a do estádio do Sport, no Recife. Vocês poderiam contar esse caso?

DS – No Recife, o estádio era da década de 1930. E para fazer parte da Copa do Mundo, em março e abril de 50, os próprios sócios do Sport Recife resolveram colocar a mão na massa e reformar o estádio. Mas o local recebeu apenas um jogo da Copa, que foi entre Chile e Estados Unidos, vencido por 5 a 2 pelo Chile. A Fifa incluiu Recife e Porto Alegre 50 a 60 dias antes da Copa do Mundo.

Algum outro caso que vocês se lembrem?

BF – Tem também o caso do estádio Indepedência em Belo Horizonte. Tinha um juiz na cidade, um juiz de futebol que também acumulava funções como funcionário público chamado Raimundo Sampaio, que faleceu em 1984, mas dedicou a vida inteira ao estádio. Chegava a tirar dinheiro de casa para pagar as obras. Ele era dirigente de um clube chamado Sete de Setembro, que construiu o estádio, daí o nome do estádio ser Independência. O Independência foi comprado pelo América e a família desse juiz mantém hoje uma briga com o clube porque quer entrar no estádio, participar da renda dos jogos, e o América não deixa. Enfim, uma história bem complicada e diferente envolvendo esse estádio.

Outra história bacana é a do Ferroviários, estádio de Curitiba que foi construído aos poucos porque era um campinho onde funcionários de uma empresa ferroviária jogavam uma pelada no fim do expediente. E eles sempre paravam os trens que passavam levando mercadoria para aquela região para pedir sobras de madeira, ferro etc. para construir o próprio estádio. Foi construído assim! E depois foi reformado e usado na Copa de 50. Até hoje tem um relógio enorme no estádio, que foi doação de uma das empresas naquela época.

Houve problemas de prazo na entrega das obras? Algo foi entregue inacabado?

BF – Há um boato, por exemplo, e nós conseguimos levantar até alguns documentos sobre isso, que o Maracanã foi entregue sem que as obras estivessem totalmente concluídas. Só que a CBD (Confederação Brasileira de Desportos) negou na época e o próprio governo do Rio também. Nós conseguimos uma foto de um jogo que teria sido um dos primeiros, e nela há alguns alambrados, mostrando que a construção ainda não estava totalmente concluída. Então há indícios de que muita coisa foi entregue sem ter sido finalizada em 50, o que pode se repetir agora em 2014.

DS – Vou te explicar bem o que aconteceu. A gente tinha uma foto que não sabíamos se era do dia 16 de junho de 1950 ou do dia 24 de junho de 1950. 16 de junho foi a data de abertura do Maracanã, com o jogo da Seleção Paulista contra a Seleção Carioca. E no dia 24 de junho foi a abertura da Copa, com o jogo Brasil e México. Se essa foto fosse do dia 24 de junho, seria uma prova de que a Copa começou com o Maracanã em obras. Se essa foto fosse do dia 16, a gente não teria essa prova de que a Copa começou com o Maracanã em obras. Tentamos analisar, puxamos a foto em alta resolução, aproximamos e vimos que tinha uma delegação dando a volta no estádio nessa foto. Só que aí, com as fontes, vimos que essa foto é do dia 16 e não do dia 24. Mas a foto mostra andaimes, na arquibancada, e eles usaram os andaimes pra quê? Para segurar a cobertura do Maracanã, porque ela não estava seca ainda. Com os andaimes eles tinham que esperar secar todo aquele concreto para depois tirar os andaimes e o estádio ficar com a cobertura intata. Mas a foto é do dia 16. Isso não quer dizer que o estádio estivesse totalmente pronto no dia 24. Por exemplo, no dia 24, na abertura da Copa tinha lama, barro, material de construção em volta do estádio. Mas a foto com os andaimes é do dia 16, tirada oito dias antes da Copa do Mundo.

Vocês acham que é possível isso se repetir e termos alguma obra inacabada em 2014? Não falo apenas de estádios, mas obras de mobilidade urbana, aeroportos, etc.

DS – A menor preocupação, pelo menos da gente que acompanha o dia a dia, são os estádios. Todos vão ficar prontos, não sei se na data determinada. Por exemplo, em fevereiro de 2013 o Maracanã tem que estar pronto. Eu não acredito que o Maracanã vai estar pronto nessa data. Ele vai estar pronto em mais ou menos em maio, às vésperas da Copa das Confederações [a competição começa no dia 15 de junho de 2013]. Um estádio da Copa do Mundo, a Arena das Dunas, em Natal, que é o estádio mais atrasado hoje, com 33% de obras concluídas, ele vai estar pronto também, mas não em dezembro de 2013, como estava estipulado. A Copa começa em junho e o estádio vai estar pronto em abril mais ou menos, na minha opinião. Acho que a gente não precisa se preocupar com a execução dos estádios. O grande problema da Copa do Mundo vai ser com os aeroportos e com as obras de mobilidade urbana. Com relação aos aeroportos, mesmo se não tivesse Copa, estaríamos enfrentando problemas de capacidade e demanda. Tem aeroporto que corre o risco de ter obras em andamento na abertura da Copa [em Natal, por exemplo, está prevista a construção de um aeroporto nos arredores da cidade, mas a obra nem começou ainda]. Então os grandes problemas da Copa são aeroportos e mobilidade urbana. Um exemplo: o VLT de Brasília, que estava previsto na Matriz de Responsabilidades, não vai estar pronto para a Copa do Mundo. O próprio governo já disse isso e a obra foi incluída no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas sem o prazo anterior. Em São Paulo também tem o caso do monotrilho que vai ligar estádio do Morumbi ao aeroporto de Congonhas, estava previsto na Matriz porque o Morumbi era o estádio paulista da Copa, o Morumbi saiu e esse projeto continua na Matriz, mesmo sem ter nada a ver com a Copa do Mundo até agora. As obras viárias de Itaquera são muito mais importantes, por exemplo.
Hoje sabemos que a Copa tem certo custo social. Como, por exemplo, as famílias que são removidas para dar lugar a obras da competição. Isso aconteceu na Copa de 1950?

DS – No Maracanã algumas casas tiveram que ser demolidas numa rua próxima, uma rua pequena que era sem saída e tiveram que abrir essa rua para ter saída para o outro lado. E aí removeram algumas famílias dali. E logo depois, apareceu uma favela ali ao lado, é até um caso curioso porque os restos do Maracanã foram usados nas construções. Chamava Favela do Esqueleto. Hoje ela não existe mais porque foi removida no governo do Carlos Lacerda em 1960. E esse pessoal foi levado para a Cidade de Deus, um lugar bem afastado, que era a política do Lacerda na época.
Pesquisando os preparativos para a Copa de 1950, vocês acham que ficou algum aprendizado? Há um esforço para aprender com o passado?

DS – [A Copa de 50] É uma história meio esquecida. Até para a gente que mergulhou de cabeça, teve muito trabalho para conseguir esses números. Acho que o governo brasileiro sabe que a Copa foi aqui, lógico, mas ela é muito mais lembrada por conta da derrota do Brasil para o Uruguai. Acho que o grande legado da Copa de 50 foi o Maracanã mesmo. Maracanã que em 2014 vai também ser palco da final. Portanto a Copa de 50 não teve legado nenhum, porque acho que o Maracanã iria ser erguido de qualquer forma. O Rio de Janeiro pedia um estádio grande. E não vejo nenhuma preocupação do governo em enxergar o passado ou os erros de 50 para não repeti-los. Mas são épocas diferentes. Não sei se o governo tivesse essa preocupação, conseguiria evitar algum tipo de erro em 2014. Mudou muita coisa.

BF – Quando você assume a responsabilidade de fazer um evento que já foi realizado, tem que voltar os olhos para o que aconteceu no passado e fazer melhor no próximo. Mas as pessoas esqueceram a Copa de 1950. Parece que a Copa de 2014 vai ser a primeira a ser realizada no Brasil.

Para fechar: qual foi a importância da Copa do Mundo para o desenvolvimento do futebol brasileiro?

DS – O futebol já movia massas, vou te dar um exemplo: Na estreia do Leônidas da Silva [conhecido como “Diamante Negro”, o craque da primeira metade do século XX com passagens vitoriosas por São Paulo e Botafogo, a quem é atribuída a invenção do gol de bicicleta] em 1942, 74 mil pessoas foram ao estádio. Mas a Copa do Mundo não suscitou a ânsia do torcedor de ir ao estádio. A não ser no Maracanã. Somente nos jogos do Brasil os estádios lotavam. O futebol ainda começava a se tornar o esporte número um do Brasil. Se você pegasse o jornal da época, tinha um espaço maior para o turfe do que para o futebol. Então acho que a Copa de 50 deu o pontapé inicial mesmo. E com a derrota na Copa do Mundo, o Brasil começou a ter um gosto maior pelo futebol. Como eu disse, já havia indícios disso na estreia do Leônidas, mas era uma coisa muito incipiente. Especialmente na década de 50 o futebol começou a cair no gosto do público. Dentro de campo muita gente até diz que a derrota de 1950 foi importante para o Brasil mudar a postura. O Brasil entrou com uma soberba absurda contra o Uruguai, achando que já tinha vencido a Copa do Mundo. Tinha vencido por 7 a 1 a Suécia, por 6 a 1 a Espanha, precisava de um empate contra o Uruguai e entrou no Maracanã com 200 mil pessoas, achando que iria ganhar a qualquer momento. A Seleção Brasileira ficou mais humilde a partir daí. Foi um pontapé inicial para o Brasil virar uma potência, o que só começou com o primeiro título, em 1958.

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