Buscar

Serão distribuídas quatro bolsas de R$ 7 mil para investigar as causas e impactos da violência policial no Brasil e de intervenções militares como a do Rio de Janeiro

Da Redação
23 de abril de 2018
16:09
Este artigo tem mais de 6 ano

O Brasil tem uma das polícias que mais mata e mais morre no mundo. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, mais de 4 mil pessoas morreram em 2016 em decorrência de intervenções policiais e 437 agentes de segurança pública foram vítimas de homicídio. No ano em que o Estado do Rio de Janeiro passa por uma intervenção militar na área de segurança pública, questões como essas precisam ser investigadas com urgência.

É para trazer luz para debates como esses que a Agência Pública e a Conectas Direitos Humanos lançam o Concurso de Microbolsas para Reportagens Sobre Violência Policial e Intervenção Militar. Serão distribuídas quatro bolsas no valor de 7 mil reais para os repórteres que propuserem pautas inéditas e originais sobre os temas. As inscrições devem ser feitas até o dia 25 de maio através deste formulário online

Podem se inscrever jornalistas de todo o Brasil interessados em produzir investigações aprofundadas sobre violência policial, intervenção militar e suas causas e impactos. É importante que o repórter já tenha produzido reportagens investigativas.

“Em um cenário de polarização, em que há um aplauso e um rechaço às forças de segurança no Brasil, faltam reportagens investigativas, aprofundadas, que ajudem a mostrar por que nossa polícia é tão letal, mas também por que morrem tantos policiais. Por outro lado, com os militares atuando cada vez mais na segurança pública, o jornalismo tem que se capacitar para monitorar também essa atuação. É o que pretendemos fazer com esse concurso de Microbolsas”, diz Natalia Viana, codiretora da Agência Pública.

Para Rafael Custódio, coordenador do programa de Violência Institucional da Conectas ,“a lógica militarizada, autoritária e racista que impera na estrutura policial brasileira é fonte considerável de violações no Brasil. Quando apontamos tais falhas estruturais, não nos referimos à figura do policial, mas a uma política de Estado, herança da ditadura, mas ainda corroborada pelos governos democráticos. Chama a atenção a omissão e conivência dos órgãos de controle externo, como o Ministério Público, e o crescente uso das Forças Armadas em atribuições que são de natureza civil, como a Segurança Pública”.

Na inscrição, os candidatos devem detalhar sua pauta, planos de trabalho e de orçamento. Também é necessário comprovar a experiência na produção de reportagens investigativas. A utilização da bolsa fica a critério do repórter e pode ser usada para pagar despesas da produção da reportagem.

Os vencedores serão definidos pela direção da Agência Pública e da Conectas. Além da bolsa, os jornalistas recebem uma mentoria da Agência Pública para realizar a reportagem. Também fica a cargo da Pública editar, publicar e distribuir o material. Nesta edição, os candidatos que forem pré-selecionados vão passar por uma fase de entrevistas. Os vencedores serão anunciados no dia 11 de junho.

Leia aqui o regulamento do concurso. Para mais informações, entrar em contato através do e-mail contato@apublica.org.

Não é todo mundo que chega até aqui não! Você faz parte do grupo mais fiel da Pública, que costuma vir com a gente até a última palavra do texto. Mas sabia que menos de 1% de nossos leitores apoiam nosso trabalho financeiramente? Estes são Aliados da Pública, que são muito bem recompensados pela ajuda que eles dão. São descontos em livros, streaming de graça, participação nas nossas newsletters e contato direto com a redação em troca de um apoio que custa menos de R$ 1 por dia.

Clica aqui pra saber mais!

Se você chegou até aqui é porque realmente valoriza nosso jornalismo. Conheça e apoie o Programa dos Aliados, onde se reúnem os leitores mais fiéis da Pública, fundamentais para a gente continuar existindo e fazendo o jornalismo valente que você conhece. Se preferir, envie um pix de qualquer valor para contato@apublica.org.

Quer entender melhor? A Pública te ajuda.

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes