Buscar

Sônia Guajajara, Raoni, o líder Kaipó e David Kopenawa falam sobre os desafios da questão indígena no Brasil

Entrevista
17 de abril de 2018
11:43
Este artigo tem mais de 6 ano

O mais famoso deles talvez seja Raoni, o líder Kaiapó com seu impressionante adorno no lábio inferior – o labret –, sinal de compromisso do guerreiro com a terra em que nasceu. Discursando em sua língua nativa, apesar do português aprendido com os irmãos Villas-Bôas, há 40 anos empreende uma cruzada pelos direitos, não apenas de seu povo, mas de todos os parentes – como os indígenas se referem aos que pertencem a outras etnias. Desde 1989, quando deixou o Brasil pela primeira vez para um tour em 17 países com o apoio de Sting, o vocalista do Police, não parou de correr o mundo em defesa da floresta amazônica, do Xingu, dos indígenas brasileiros.

“Eu quero deixar um recado para todos vocês que são brancos, e eu quero que vocês ouçam minha palavra. Eu não aceito barragem nos rios que moramos e não aceito extração de minérios em nossas terras”, diz o ancião (ele tem por volta de 85 anos) no depoimento gravado para a Pública e traduzido por seu neto e herdeiro, Beptuk, pouco antes de embarcar para última Convenção sobre a Mudança do Clima da ONU, na Alemanha.

Igualmente conhecido internacionalmente é o xamã Davi Kopenawa, o líder dos Yanomâmi, um dos povos indígenas mais numerosos, com uma população de 25 mil pessoas que vivem no Brasil (entre Roraima e Amazonas) e mais 15 mil na Venezuela. Nessa entrevista para a Pública, ele relembra as ameaças sofridas pelo povo, entre elas a invasão de 40 mil garimpeiros em 1986, autorizada pelo então presidente da Funai Romero Jucá ao seu território. Foi também em uma cruzada internacional, em companhia de outras lideranças como o próprio Raoni, que os Yanomâmi conseguiram finalmente demarcar sua terra e deter o genocídio de seu povo. “Agora tá pior, muito pior pra nós, presidente Temer, ele não é honesto”, diz na entrevista gravada em Brasília, depois de uma palestra para estudantes indígenas da UnB.

A esperança está na resistência, concordam os líderes, que veem com entusiasmo o despontar de uma nova líder, pela primeira vez uma mulher, que une contemporaneidade à defesa da cultura tradicional. “Hoje o índio não está só no mato, hoje nós ocupamos todos os espaços da sociedade”, resume em entrevista Sônia Guajajara, pré-candidata à vice-presidência da República pelo PSOL.

ELON MUSK é parça de Bolsonaro, Trump e benfeitor na Amazônia e no Rio Grande do Sul? Já se perguntou quais são as intenções de Elon Musk no Brasil? A Pública vai investigar os interesses e negócios do homem mais rico do mundo em nosso território. O magnata da tecnologia mundial promove desinformação e já é investigado por órgãos públicos em diversos países. O jornalismo independente da Pública pode trazer revelações inéditas sobre Elon Musk. Mas um trabalho desse tamanho só pode ser realizado com a ajuda de nossos leitores. Por isso precisamos de, pelo menos, 700 novos Aliados ao nosso lado nesta investigação, que vai render uma série de reportagens especiais.

Clique aqui e faça parte desta investigação!

Não é todo mundo que chega até aqui não! Você faz parte do grupo mais fiel da Pública, que costuma vir com a gente até a última palavra do texto. Mas sabia que menos de 1% de nossos leitores apoiam nosso trabalho financeiramente? Estes são Aliados da Pública, que são muito bem recompensados pela ajuda que eles dão. São descontos em livros, streaming de graça, participação nas nossas newsletters e contato direto com a redação em troca de um apoio que custa menos de R$ 1 por dia.

Clica aqui pra saber mais!

Quer entender melhor? A Pública te ajuda.

Faça parte

Saiba de tudo que investigamos

Fique por dentro

Receba conteúdos exclusivos da Pública de graça no seu email.

Artigos mais recentes